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Vem isto a propósito do slogan da greve feminista "Não queremos flores, queremos direitos" expresso neste artigo de opinião de uma líder feminista.
Ora, eu não consigo parar de pensar no quanto este slogan encerra para mim erros e enganos.
Sinto-me tentada a responder: Obrigada, mas como mulher que sou, prefiro flores. Flores é amor. Direitos são para compensar a falta de amor. Direitos é coisa dos tribunais. Que me interessa direitos se não for amada? Para fazer da minha vida um tribunal? Não, obrigada.
O verdadeiro slogan que defende as mulheres, seria "homens amem as mulheres", se as amarem, respeitá-las-ão. A violência doméstica não é uma questão de falta de direitos, é de falta de amor.
Precisamos do oposto, de uma cultura que invoque a sedução e não a disputa.
Claro que devemos defender que a lei deve funcionar melhor. Infelizmente a polícia atua pouco. O processo de uma queixa à polícia é kafkiano. Devia ser agilizado com recurso aos meios digitais. Os tribunais não decidem nada em tempo útil e são caros.
As leis devem ser mudadas para proteger os mais "fracos", sejam eles homens ou mulheres.
Mudem as leis para que as violações não fiquem sem culpados e as agressões não fiquem sem consequências, e os assédios morais não passem impunes.
Mudem as leis para que os reguladores façam cumprir a lei com sanções, sem ser necessário discutir direitos em tribunais, por exemplo, direitos laborais. As autoridades para as condições do trabalho deviam ser mais abrangentes (para proteger de coisas que normalmente só os tribunais têm competência para decidir). Assim protegiam o trabalhador (ou trabalhadora) no ativo sem ser necessário que os direitos sejam discutidos já num processo de despedimento e de recurso aos tribunais. Se os reguladores tiverem competências alargadas poupa-se algum trabalho aos tribunais.
Mas deixem as mulheres serem seduzidas e amadas pelos homens.