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Ando demasiado alheado da realidade. Faço-o como atitude terapêutica. Faço o que apetece. Pinto!
Acontece que há dias assim, em que a realidade, tal como um automóvel desgovernado, nos atropela, e foi o que aconteceu, quando li que uma palestra-debate intitulada "Populismo ou democracia? O Brexit, Trump e Le Pen em debate", marcada para hoje, na Universidade Nova de Lisboa, foi cancelada por alegadas ameaças à integridade física ao palestrante, o historiador e politólogo Jaime Nogueira Pinto.
Tal atitude deve-se ao facto da respectiva associação académica ser ter insurgido contra a sua realização, sobe o argumento que se trata de “propaganda ideológica dissimulada de cariz inconstitucional".
O visado, um assumido conservador, argumentou de que se tratava de "um acto de intolerância esquerdista".
Quem me segue ou me conhece sabe que não sou conservador. Podia-o ser, no entanto, dirão alguns por conformismo, sempre optei pelo centrismo e pela equidistância. Um “estar” que naturalmente me obriga a condenar vivamente esta atitude, até porque o argumento subentende que o visado é, também ele, um populista. Não, não é! Porque ser “de direita” ou até “de esquerda” não é sinónimo de populismo! Porque, Populismo é precisamente o contrário. Populismo é estar de barriga cheia, como provam estes estudantes, na sua maioria imberbes, que acham que são os donos do mundo, embriagados nas suas ideologias.
Hoje vivemos na mais profunda “agonia do real”, consequência lógica da “virtualização da sociedade”, pelo que este “evento”não é mais do que uma “erupção de auto-afirmação” [Innerarity; 2009]. Aliás é um fenómeno que não é novo e veio para ficar. Foi o que vimos na “gestação” da geringonça, como foi o ouvimos quando Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting Clube de Portugal, mandou todos os demais clubes “bardamerda”!