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A ideia de que o progresso é um caminho irreversível, ou uma força propulsora, é um mito. A ideia que a vida humana pode replicar o progresso científico é um mito.
É utópica a ideia de que a modernidade, o progresso, a evolução do conhecimento acarretaria a diminuição do mal humano, a eliminação gradual da violência, do ódio e da soberba.
O progresso na civilização não acompanhou o progresso da ciência. A vida humana, a história humana não se caracteriza por um progresso estável e cumulativo, por uma evolução linear.
Existe um progresso inegável na ciência, mas nem por isso o ser humano abandonou a barbárie. Basta ver o que se passa neste século, com os terroristas do ISIS, com o que se passa em alguns países africanos, com povos do médio oriente, ou asiáticos, ou ver o que se passou no século XX na Europa (nazismo, comunismo, guerra dos Balcãs) para perceber que a evolução da ciência não melhora necessariamente a humanidade, ou seja a civilização, e em muitos casos a ciência pode estar ao serviço da barbárie.
O ser humano continua a ser o mesmo há séculos. Na verdade o ser humano individualmente continua a ser melhor do que em movimentos de massa. Sentimentos colectivos são normalmente maléficos. Porque a necessidade de pertença aniquila a humanidade.
O Ser humano é um ser de mitos, não o consegue evitar. O mito não nos dá verdade, dá-nos significado.
Todos os mitos que dêem sentido à vida através da demonização de outros seres humanos são maus mitos. Anti-semitismo, a demonização dos banqueiros, dos capitalistas, etc, são maus mitos.
Já os mitos que acreditam que o ser humano se tornará tão sábio ao ponto de reduzir gradualmente a violência são bons mitos.
P.S. escrito depois de ouvir o autor do livro O Silêncio dos Animais, John N.Gray