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O discurso de saída de liderança do PSD foi mais uma demonstração do seu profissionalismo. Eis algumas das passagens desse discurso:
"Estes quase oito anos que levo de liderança do PSD foram anos sempre intensos. Anos duros, quer quando no inicio tivémos de acompanhar uma situação que conduziu à intervenção externa e ao resgate do país, quer depois a lidar com o resgate do país, e a sua recuperação da situação económica, financeira e reputacional, mas estes dois últimos anos também não foram fáceis com o PSD, apesar de não estar no Governo, a ser apontado no debate mediático como a causa de todos os males e o impedimento da felicidade do país. Não quero nesta altura senão dizer nesta altura que a todos devo com muita gratidão o apoio que me deram, que foi um apoio que sempre senti fantástico, mesmo o apoio crítico e o apoio condicional que me foi sendo conferido. Que não saio com qualquer ressentimento, ou recriminação, seja com quem for, repito, seja com quem for. Não posso dizer que o PSD não tenha nada que precise de mudar e de melhorar nas suas estruturas, na sua vida interna, mas quero dizer que encontrei sempre no PSD uma militância generosa e um partido que soube resistir aos tempos e ser deste tempo por mais que alguns não gostem de o reconhecer".
"Espero também que compreendam não desisti de nenhuma das minhas ideias sobre o país e talvez fosse absolutamente desprepositado estar aqui a insistir no que representou a estratégia que defini e que o partido vem seguindo e aquilo que tem sido os seus eixos fundamentais de afirmação".
"Mas não levam a mal que nesta ocasião eu possa só recordar o essencial daquilo por que lutei. Lutei sempre por uma sociedade cívil forte e aberta, cá dentro entre si e ao exterior; suficientemente autónoma do Estado e dos pequenos e grandes poderes que neste último se exercem. Lutei sempre por um poder político responsável e transparente, que saiba separar devidamente aquilo que é a esfera do interesse público da esfera do interesse privado, mesmo quando esse interesse é totalmente legitimo. Lutei sempre para que Portugal tivesse sempre uma economia competitiva, aberta, autónoma, socialmente responsável. Lutei muito para que as finanças públicas fossem também responsáveis, livrando as novas gerações e aliviando as atuais de ditaduras financeiras trazidas por desregramento público e por irresponsabilidade dos políticos. Lutei sempre por um sentido de justiça e equidade mesmo nas circunstâncias mais adversas. Procurei sempre pedir a quem tinha mais um esforço significativamente maior e poupar tanto quanto possível os que têm menos. Lutei sempre por uma sociedade com grande sentido de exigência, de disciplina e de rigor, que não inimigos, antes pelo contrário, de um espírito solidário que busca a justiça social".
"Poderão contar com a minha lealdade".
Pedro Passos Coelho é um inato líder, e este discurso demonstra mais uma vez que tem mais perfil de primeiro-ministro, do que de líder da oposição. É um estadista.