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Nunca se ama como nas histórias. Onde andas tu? Meu Peter Pan, meu Huckleberry friend, meu amor improvável. Onde andas meu amor impossível, condenado desde sempre à abnegação e ao altruísmo?
Como dizer-te que cem memórias em mim te procuram, que cem ideias em mim te procuram? Como dizer-te que me lembro de ti em cada espaço desta cidade? Como explicar-te que nos cruzámos num contexto inesperadado que parecia provisório e se foi tornando tragicamente definitivo?
Já tenho saudades dessa tua alegria contagiante. Das ideias saídas do nada. Das perguntas sem sentido. Dos teus gestos exuberantes.Quando tu falavas eu acreditava. Porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos só nossos.
Nós esgotámos a felicidade possível. O tempo não pára, mesmo quando parece que sim, e parecia que sim.
Tenho de te deixar partir, mesmo que isso seja irreparável. Mesmo que parte de mim se esfume. Não te zangues. Tenho de te deixar partir. Vou dizê-lo até me convencer.
Já foi. Partiste de mim. Já só restam sombras do que fomos. É melhor assim. Não estou feliz, mas quando não me assola aquele sentimento agridoce da saudade, algo "between the pain and the pleasure", sinto que estou em paz.