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Tal como temia, e escrevi aqui, e aqui, e aqui, o Novo Banco vai ser alvo de um bail-in. Pelo menos é essa a decisão do BCE, que delega depois no Banco de Portugal a árdua tarefa de o decretar e implementar. Vêm aí mais críticas políticas, mais jogos de culpas entre políticos. Carlos Costa vai ser novamente criticado. A Mariana Mortágua vai dizer que o melhor era a nacionalização, o Jerónimo de Sousa também.
Diz a TSF que "ao que confirmou, os 1,2 mil milhões vão resultar da transformação de dívida sénior, ou dívida não subordinada (obrigações que pressupõem prioridade no pagamento em caso de incumprimento), em capital".
O Novo Banco vai ser capitalizado através das obrigações séniores (não subordinadas) do banco ex-BES. E, ou muito me engano, ou os depósitos acima de 100 mil euros ficam na linha da frente para serem convertidos em capital do Novo Banco.
As novas regras são essas, não há líder político de nenhum Estado-membro que tenha poder para as mudar.
Obviamente que não vai ser um empréstimo do Fundo de Resolução que vai capitalizar o Novo Banco. O que seria para o sistema bancário que vai ter de encaixar perdas de uma venda abaixo dos 4,9 mil milhões, ainda ter de registar perdas maiores face a um capital lá injectado de 5,5 mil milhões? Só na cabecinha de pessoas que pensam pouco, pode surgir tal ideia e mais ainda ser difundida como notícia. Se assim fosse então é que a Resolução em vez de evitar o risco sistémico, propagava-o, uma vez que para salvar o Novo Banco havia dois ou três bancos que ficavam sem capital suficiente e a precisar de Resolução, e era uma espiral sem fim. O Novo Banco terá de se capitalizar com vendas de activos e com bail-in. Não há alternativa. A não ser que seja nacionalizado.O Estado não pode ajudar o NB, porque isso desvirtua a concorrência.