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Quando dei de caras com esta notícia: Mario Draghi e Carlos Costa no primeiro Conselho de Estado do Presidente da República, ocorreu-me perguntar mas porque carga de água Marcelo Rebelo de Sousa convida o presidente do BCE e o Governador do Banco de Portugal para o Conselho de Estado que é o órgão que o Presidente da República consulta sempre que entende ser pertinente e é composto por pessoas escolhidas pelo chefe de Estado, pelo Parlamento e por cargos de inerência, isto é, ex-presidentes ou personalidades que representam altas figuras do Estado?
Mas zás logo me ocorreu: É a cruzada contra os espanhóis na banca portuguesa. É o designio nacional do Presidente da República, caramba!
Mas porquê essa cruzada? Depois vai-se a ver e não há nada, só fumo. O Novo Banco ainda não foi vendido, o BCP ainda só tem o Sabadell minoritário, o BPI nem a acordo conseguiu chegar para que Isabel dos Santos saisse do capital do banco vendendo aos espanhóis do Caixabank. Não há nada. O Santander só conseguiu apanhar uma banqueta - o negócio do Banif - e vai para aí uma histeria.
Marcelo Rebelo de Sousa não desarma, qual Dom Quixote a lutar contra moinhos de vento, lá convocou os seus conselheiros para a primeira reunião do Conselho de Estado no dia 7 de Abril e as estrelas da reunião são Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Dali vai sai qualquer coisa como "Não queremos mais espanhóis na banca portuguesa!"
Se seguirem o conselho do João Salgueiro ainda vão convidar alguém do Irão, ou do Golfo Pérsico, para tomar conta dos bancos.
Os portugueses toleram a competição dos distantes, mas ficam inquietos com a concorrência dos mais próximos. Que mal nos poderão fazer os nossos vizinhos?