Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Há muito tempo que não fazia um longo fim-de-semana. Há muito tempo que não ia ao Algarve, onde gosto de me deslocar fora de época. E fui de comboio.
Adoro andar de comboio. Sempre gostei. E é o melhor local para se ler um livro. Há quem goste de os ler na cama, nos autocarros ou sabe-se lá onde. Eu opto pelos comboios. E a viagem que é longa passa, entre as páginas lidas, num ápice.
Lendo um livro - porque ia ter com a restante família em gozo de férias de final do segundo período escolar - vamos acompanhados. Poderia ter ido com o Eça, o Torga ou qualquer outro escritor. Podia ter escolhido até um poeta. Não. Optei por um espanhol, de origens bascas. Fernado Savater.
Filósofo e com uma vasta obra publicada na nossa língua, optei por um livro de ensaios."A Arte do Ensaio".
Nesta obra, e à boleia de Montaigne, ele apresenta-nos os seus comentários breves e elucidativos sobre alguns dos ensaios mais importantes do século XX, e de autores tão díspares como sejam: Miguel de Unamuno / Bertrand Russell / Rudolf Otto / Max Weber / György Lukács / Julien Brenda / José Ortega Y Gasset / Sigmund Freud / Theodor W. Adorno e Max Horkheimer / Leo Strauss / Albert Camus / María Zambrano / Claude Lévi-Strauss / Benjamin Lee Whorf / Octavio Paz / Hannah Arendt / Elis Canetti / Thomas Szasz / Marshall McLuhan / Raymond Aron / Isaiah Berlin / Jean-Paul Sartre / Michel Foucault / Yukio Mishima / Jacques Monod.
A obra, editada pela Temas & Debates, em 2009, não é (portanto) recente, mas é actual. Volta para a estante até á altura de a dar aos meus filhos. Deveria de ser lida por todos! Faz-nos pensar, o que nestes tempos é coisa rara!