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Partilho completamente das indignações de António Lobo Xavier proferidas na Quadratura do Círculo:
"Diogo Lacerda Machado, o grande amigo do primeiro ministro que é mandado a negociações. Não é possível numa democracia ter representantes de um primeiro-ministro que não estejam integrados nalgum modo no aparelho do Estado. É possivel ter advogados. Agora representantes mandatários, através de um mandato não escrito e não formalizado, que vivem de um poder de facto, que vivem de uma influência de facto que é expressamente invocada como tendo por base uma grande amizade, é uma coisa que não se pode passar numa democracia. Só não falo mais alto é porque há aqui uma certa ingenuidade. A explicação de que era melhor como estava porque era mais barato para o Estado, é confrangedora.
Reparem que Pedro Passos Coelho teve um consultor para as privatizações, que foi António Borges. Mas esse nunca ninguém se lembrou de dizer que foi escolhido com base na amizade e confiança, e nunca ninguém se lembrou de o mandatar sem contrato, e mesmo assim, o uso desses instrumentos pelo Governo que depois saem fora de qualquer controle, são inaceitáveis".
Eu acrescentaria que Diogo Lacerda Machado deve ser o único homem na história que assina contrato quando os trabalhos já acabaram. Agora que a TAP já é 50% do Estado, que os Lesados do BES já assinaram memorandos de entendimento com reguladores, e que a Isabel dos Santos chegou a acordo com o CaixaBank no BPI, é que lhe assinam um contrato? Agora o que vai o senhor fazer? Ir à procura de negócios privados para dar uso ao contrato? Vai disputar terreno na venda do Novo Banco com Sérgio Monteiro?
Esta então é de gritos:
Diz António Lobo Xavier: "O presidente do sindicato dos impostos, pressionado pelos jornalistas para explicar porque que é que tinham sido apanhados uma série de funcionários do fisco em corrupção e fraudes, disse: 'Bom, é preciso ver, a austeridade imposta pelo anterior governo depois tem estas consequências' [adorei o tom]. E ninguém se indigna".
Concordo, claro! Faço minha a indignação do António Lobo Xavier. E eu sou jornalista.