Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Já todos sabemos que o Novo Banco herdou ativos maus que não o pareciam ser (dívidas e imóveis) do BES. Já toda a gente sabe que a resolução em 2014 foi feita a poupar capital. Já toda a gente sabe que a venda do banco salvou a sua existência e que para vender o banco foi preciso aceitar aquelas condições de capitalização contingente.
O que eu estava à espera era que os deputados se indignassem com a lentidão do processo de insolvência do BES. O banco ainda não está liquidado nem vai estar tão depressa. Isso sim seria motivo de uma comissão. A saber: O tempo em que se arrastam estes processos. A morosidade da justiça merecia várias comissões de inquérito.
Portugal parece uma caricatura. Vejamos. Em Espanha o Banco Popular foi resolvido e comprado pelo Santander. Na altura originou uma polémica pública, mas hoje já não se fala do assunto. Já nós estamos desde 2014 a mastigar a resolução do BES e a criação do Novo Banco. Sucedem-se comissões de inquérito, COF e auditorias.
O que faz de nós uma figura trágica.
Como é que queremos aproveitar os milhões da Europa para nos modernizarmos quando a regra é a estagnação? Somos óptimos a criar entropias.
Repare-se, há duas semanas saiu a notícia que o CaixaBank e o Bankia estavam a estudar uma fusão. Amanhã já vão assinar um acordo. Em Portugal não se consegue vender o EuroBic, nem o Banco Efisa, nem o BPG. Uma fusão era coisa para ficar decidida lá para 2025.
Em Portugal a OPA da China Three Gorges sobre a EDP durou mais de um ano e acabou retirada. Os negócios morrem de morosidade. Nada se concretiza. Há guerras e batalhas a enfrentar em cada iniciativa.
E vamos lá a ver se é desta que a Média Capital se vende sem obstáculos.
Somos um caso perdido.