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Gosto muito do José Gomes Ferreira, e gosto do Jorge Tomé. Mas a entrevista dos dois não gostei nada. O Jorge Tomé respondeu arrastado... Por exemplo: o Jorge Tomé disse que o Banif teve lucro de seis milhões em Setembro e o Zé não lhe perguntou pelo impacto da venda do Banco Mais nesse lucro...
O Jorge Tomé disse que este ano pediu uma avaliação aos activos imobiliários para os vender e o Zé não perguntou porquê só este ano?
O Jorge Tomé disse que as contas estavam equilibradas mas esqueceu-se de falar do impacto no capital. Limpar as contas impacta no capital.
A DGComp achava que a ajuda pública era desproporcionada face aos activos do Banco, confessou o CEO do Banif e bem. Mas como é que o Zé não concluiu que quem determinou o fim do Banif foi Bruxelas, depois de Jorge Tomé ter designado ser vítima de um estigma por não ter pago a última tranche dos CoCos (por terem de contabilizar a perda de uma operação cruzada com o BES em 2014).
Mas Jorge Tomé ao mesmo tempo que descreveu que todas as decisões eram decididas pela DGComp criticou a dependência do Banco de Portugal de Bruxelas (citou o exemplo da Grécia).
Jorge Tomé lá explicou que as vendas de activos em continuidade valem mais (talvez tenha levado este princípio longe demais). Por isso é que demorou tempo demais a tentar vender os activos? O Jorge Tomé lá falou da separação dos activos não bancários para vender o Banif (o que só foi feito este ano) e o Zé não perguntou porquê só agora, ao fim de oito planos enviados à DGComp e recusados.
Jorge Tomé defendeu ainda que era "apenas" preciso 350 milhões para capitalizar o Banco. Mais capital do Estado? Apontou à Ministra das Finanças anterior por não ter capitalizado ainda mais o Banif.
Depois revelou ainda que subtilmente o valor oferecido pelo Santander Totta inicialmente: 400 milhões. Era o preço do banco limpo dos activos imobiliários (que estariam separados num bad bank), quem ficaria com esse bad bank? Não foi perguntado? Quanto custaria? 300 milhões, para uma carteira de 1,5 mil milhões.
Apontou à TVI a culpa da desvalorização dos 400 milhões para os 150 milhões pagos pelo Santander Totta.
Das respostas do CEO do Banif se extrai qual foi o problema da sua gestão: o arrastamento à procura de vender no melhor momento, porque sob pressão vende-se mal. Embora não o tenha confessado.