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Comissões bancárias: o que são e como se aplicam

por Frederico Moura Martins, em 03.03.16

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Os bancos, mesmo que se diga o contrário, vieram facilitar bastante a vida das pessoas. Começando apenas por ser o local onde os depositantes guardam o dinheiro, as instituições bancárias são hoje autênticos mercados onde pode fazer praticamente tudo relativamente ao dinheiro: comprar, transferir, poupar, investir ou mesmo pedir emprestado.

 

Porém, não há bela sem senão, e os serviços bancários implicam custos, que incluem comissões, taxas, anuidades, entre outros. Neste artigo, disponibilizado pelo ComparaJá.pt, vão ser focadas e desconstruídas algumas comissões, que desde logo devem respeitar algumas regras: os preços devem ser afixados em local visível ao público, isto é, no preçário.


Tal e qual a teoria da evolução, os bancos estão cada vez mais inteligentes a cobrar comissões, conseguindo colocá-las nos sítios mais criativos que existem, fazendo com que cada vez mais clientes que, devido à regularidade da comissão, se conformem com a aplicação, chegando mesmo a evitar comparar soluções para deixar de pagar.


Irónico, mas real, e quem beneficia? Os bancos, claro está. Ao cobrar uma lista infindável de comissões, da manutenção ao pagamento a descoberto, passando pela antecipação de débitos diretos, transferências, levantamentos, aberturas, análises, dossiers, anuidades, e por aí fora, os bancos vão, naturalmente, tentando aumentar a sua margem de lucro. Para evitar essa situação, conheça algumas comissões cobradas pelos bancos e algumas formas de evitá-las.

 

Comissões de Manutenção

Apesar de muitos clientes bancários suportarem as famosas comissões de manutenção das respetivas contas bancárias – sejam elas de domiciliação de ordenado, depósitos a prazo, ou de outro tipo - nada tentam fazer para fintar esses encargos, mesmo sabendo que existem instituições que simplesmente não cobram ou que existem maneiras de internamente contornar a situação.


Normalmente, as contas à ordem têm uma comissão de gestão cobrada trimestralmente prevista no preçário e aceite pela maioria dos clientes. No entanto, no mercado existem contas isentas de comissões, apenas tem de procurar.
Informe-se e averigue soluções, utilizando plataformas de comparação de produtos financeiros e preçários, uma vez que, com a implementação do Aviso n.º8/2009, é obrigatória a sua disponibilização. Às vezes perder cinco minutos a procurar soluções pode fazê-lo poupar centenas!


Por outro lado, se não pretende mesmo mudar de banco, a melhor solução interna passa por tentar negociar eficazmente com o banco para eliminar a comissão. Se for bem-sucedido, pode significar uma poupança de mais de 60 euros anuais.


Mas tome nota: atualmente as instituições bancárias são obrigadas por lei a disponibilizar aos clientes uma conta de serviços mínimos bancários.

 

Dica: estudantes, jovens, pensionistas ou emigrantes têm contas especiais, com vantagens e encargos diferentes. Consulte o preçário do seu banco e procurar alternativas gratuitas. Pode consultar o preçário físico no banco ou no site da instituição bancária.

 

Comissões de Operações

Quando se fala em operações bancárias, está a ser referido um conjunto alargado de atividades que pode fazer no banco, seja através do balcão, internet, aplicação para smartphone ou por telefone. Levantar e depositar dinheiro, fazer transferências interbancárias (geralmente entre o mesmo banco não paga comissões) ou emitir extratos de conta adicionais são alguns exemplos de operações bancárias.


Este último possui, por norma, uma periodicidade mensal e pode ser requisitado em qualquer altura, quer através das famosas cadernetas atualizáveis, quer em ATM, no balcão ou na internet.


Independentemente de todos os canais disponíveis, pode sempre surgir a necessidade de solicitar ao balcão a emissão de extrato de determinado período. Este processo pode custar, em média, entre 1 a 3 euros, pelo que deve optar pela consulta online ou multibanco.

 

Se escolher a primeira alternativa, consegue aceder a todo o histórico de movimentações e ainda a descrição detalhada das mesmas. Por sua vez, se optar pela consulta na rede multibanco consegue aceder, no mínimo, aos 15 dias antes da consulta.

 

O mesmo se aplica ao levantamento de dinheiro, uma vez que quem ainda vai ao balcão pode ter um encargo financeiro desnecessário.

 

Dica: para os clientes que não pretendem aderir aos serviços online ou solicitar um cartão multibanco, podem sempre requisitar um funcionário que os informe sobre os movimentos mais recentes da sua conta bancária, pois constitui um direito seu.

 

Hoje em dia já consegue efetuar todas as operações bancárias a partir de casa (homebanking), como realizar transferências bancárias, requisitar cheques, fazer pagamentos de serviços, ver o extrato bancário ou até comprar e vender ações. Além de ser prático e célere, também é uma boa maneira de poupar dinheiro nas comissões e custos operacionais.


Ainda assim, atente que são cada vez menos os bancos que isentam, a título de exemplo, as transferências online, representando atualmente cerca de 1/3 a minoria que continua a permitir transferências sem custos.


Como tal, a forma mais eficaz de poupar dinheiro em comissões pode mesmo ser através do multibanco, sendo possível realizar várias operações gratuitas, como transferir dinheiro para contas bancárias de outros bancos.

 

Cartões de Crédito

Estes produtos financeiros, apesar de serem bastante úteis, podem cobrar aos utilizadores algumas comissões às quais facilmente consegue dar a volta. Por exemplo, se se atrasar a pagar alguma dívida, isso pode significar ter de pagar uma comissão acima dos 5 euros, por isso o melhor é mesmo estar atento aos prazos de pagamento.

 

Outra comissão bastante comum é a que é cobrada por levantar dinheiro a crédito – cash advance. Esta pode ter taxas fixas ou variáveis e pode ascender a valores elevados.

 

Vários bancos já disponibilizam cartões de crédito isentos de anuidade, só precisa de procurar e comparar alternativas no mercado, sendo que a requisição até já pode ser feita a partir de casa.

 

Para o lado dos comerciantes, os últimos acontecimentos também não são famosos. De acordo com a versão preliminar do Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), as taxas que os comerciantes pagam ao sistema financeiro pelos pagamentos com cartões feitos nos estabelecimentos vão ser sujeitas ao imposto de selo à taxa de 4%, como se lê numa notícia do semanário Expresso.

 

A confirmar-se a implementação deste imposto de selo, a repercussão do custo no consumidor final pode ser uma consequência da medida.

 

Consolidação

Tal e qual como no crédito consolidado (em que pode juntar vários empréstimos numa só solução de crédito), ter todos os produtos numa só instituição vai gerar, naturalmente, menores custos. Muitos portugueses têm mais do que uma conta bancária, e para além disso, a maioria das vezes nem as utilizam com regularidade, acarretando comissões desnecessárias.


Neste caso, o melhor é fazer as contas, escolher uma instituição financeira e consolidar todos os produtos. Para além de poupar nos serviços, no futuro terá mais facilidade para negociar por ser um cliente fidelizado, por exemplo, nas taxas de juro nos depósitos, contas à ordem e créditos pessoais.

 


A relação com um banco é algo que deve ser construído, forte e pode durar muito tempo, nunca se devendo descurar no que toca ao que são os interesses do cliente bancário, para evitar perder dinheiro.

publicado às 15:35




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