Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Amanhã é a primeira Assembleia Geral onde se vão defrontar dois accionistas do BPI. La Caixa e Santoro são apenas o suporte de uma rivalidade subtil: Fernando Ulrich/ Nuno Amado.
A grande luta faz-se entre os dois banqueiros. Fernando Ulrich defende a sua gente, o seu BPI, a sua administração, sabe que se a fusão vingar o BPI é absorvido pelo BCP.
Para Fernando Ulrich a melhor solução é a OPA do Caixabank. Porque é a que mantém a identidade do BPI. O La Caixa está claramente com a administração de Fernando Ulrich. Esteve sempre, de resto.
A OPA vai durar até ao fim. Vai estar viva até ao último momento, mesmo que a desblindagem não passe na Assembleia Geral a OPA continuará. Pois a desblindagem, senhores, é apenas condição de eficácia e não de lançamento. O La Caixa vai esperar. Tem quase todo o tempo do mundo. A OPA pode durar e durar. Vão vencer a Santoro pelo cansaço do impasse. É assim que se vencem adversários, cansando-os. Foi assim que a Rússia venceu a Alemanha do Hitler.
A Santoro quer ser a maior accionista de um mega banco português, de um grande banco europeu, com Nuno Amado à frente desse banco. A Santoro consegue essa proeza com uma fusão amigável entre os dois bancos e com a consequente compra da participação da Sonangol (que hoje é a maior accionista do BCP).
Nuno Amado quer a fusão. Será o presidente de um banco de dimensão ibérica.
Fernando Ulrich não quer a fusão, quer a OPA. Isto resume tudo.
Depois o BPI tem soluções para resolver a pressão de reduzir o peso da exposição a Angola no capital, logo pode alinhar na estratégia do La Caixa de esperar. A OPA está para durar, porque a fusão não agrada a Fernando Ulrich e não agradando a Fernando Ulrich não se fará. Nuno Amado é o banqueiro mais importante do país, e cada vez mais é assim, mas nem isso chegará para vergar Fernando Ulrich. Fernando Ulrich é o BPI, é a alma e coração do BPI.