De francisco domingues a 27.11.2010 às 12:07
A propósito deste e de outros comentários, oportunos e justificados que sejam, gostaria de propor a M.T . Alves um desafio: não fazer o que muitos jornalistas fazem, ou por incompetência ou por quererem apenas escândalos e protagonismo, mas: 1 - colocar perguntas contundentes, deixando responder e não desistindo da resposta, aos que nos "desgovernam"; 2 - apresentar alternativas a muitas coisas que necessitam absolutamente de ser mudadas em Portugal e no mundo: o sistema presidencial com o seu dispendioso séquito; o sistema político-partidário que é uma farsa de democracia já que o povo apenas elege o que está disponível: mau, obviamente; a assembleia despesista e com pelo menos 50 deputados a mais; os modelos económico-financeiros em que os bancos são os intermediários mais caros com que se defrontam as economias a nível global, em Portugal também, obviamente; o sistema de justiça com leis que ninguém entende e cheias de subterfúgios, o que faz as delícias e as fortunas do advogados, quase sempre conseguindo salvar, assim, os criminosos; o sistema de saúde que não pode ser igualitário, pois dever-se-á pagar de acordo com as suas posses (neste momento, numa consulta em hospital público ou centro de saúde, tanto paga o que ganha 500 como o que ganha 5000 ou mais, a miserabilíssima taxa moderadora que ronda 1 ou 2 Euros); e tantos outros temas, fazendo jornalismo de investigação não para descobrir, por exemplo, casos de corrupção, pois nada adianta com a justiça que temos - os corruptos são descobertos, são julgados culpados mas... são absolvidos! - mas para propor formas de evitar a corrupção em todos os sectores da actividade sobretudo estatal, etc., etc. etc.
Como parece que esta é uma batalha dificilmente de ganhar, o combate trerá de ser persistente, quotidiano para alertar as consciências de um povo que precisa de bater com a porta e, por exemplo, não ir votar em massa no único acto em que é livre de exprimir a sua opinião e o seu descontentamento. Isso, sim, isso seria jornalismo de primeiríssima classe! (Aliás, para que ir votar nas próximas eleições presidenciais? Faz diferença estar lá este ou aquele?!...)