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Nunca partilhei da indignação em relação aos ordenados dos gestores. Pois acho que cada um deve ganhar em função do seu mérito intelectual e dos riscos que corre. E por isso se um gestor é bom, deve ser bem pago. Ponto final.
Mas sempre achei que muitos chefes é sinal de má gestão e há muitos chefes nas empresas públicas. Não só o Estado tem empresas a mais, que não devia ter, como em cada uma há muitos lugares de chefia...
Perante esta constatação, há outra coisa que não consigo perceber: havendo tantos lugares de chefia para preencher pelo Governo, para que precisam ainda das empresas privadas para lá porem os "camaradas". Notícia de hoje: Armando Vara é o presidente do Conselho de Administração da cimenteira Camargo Corrêa para África. Camargo aquela que comprou um terço da Cimpor.
Jorge Coelho na Mota Engil; Castro Guerra na Cimpor; Mário Lino que acabou no conselho fiscal dos seguros da CGD, depois de andar a ser impingido ora para a REN, ora para a Cimpor.
Não fiz uma investigação exaustiva, mas parece sair daqui que o Governo tem uma preocupação: diminuir o desemprego dos seus aliados.
Talvez isso explique estas afirmações de hoje da oposição:
A CP - Comboios de Portugal tem, "em média, um chefe por cada 16
funcionários, com uma massa salarial média que atinge os 3500 euros
por cada um destes chefes -- e os chefes são 186".
"Já sabíamos o que se passava na TAP, porque essa informação foi
dada ao Parlamento, também ao PSD: 171 chefes, com uma média mensal
de 4400 euros. E também sabemos o que se passa na REFER: 158 chefes,
com uma massa salarial média de 6316 euros".
A boa notícia é que há muito para cortar na despesa pública. Força com a tesoura.