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Traição é ter um Presidente da República, que diz, num discurso de recepção do Santo Padre, convidado por si, que "recebemos-vos em tempos de incerteza e que põem à prova a solidez das convicções e a força dos laços que unem comunidades", e depois aprova o casamento homossexual. Ainda por cima com a hipocrisia daquele preâmbulo em que faz questão de salvaguardar que não defende pessoalmente esta lei. Ora nós não votámos nele para ele dizer o que pensa em casa, votámos nele para que ele tomasse decisões de acordo com o que diz defender. Esta posição do Cavaco, já reproduzida no caso do aborto e do divórcio, é prova de um oportunismo. Cavaco hipoteca aquilo em que acredita à voz de quem lhe pode dar votos. O que só vem demonstrar que querer agradar ao mundo é muitas vezes a semente do mal, e Cavaco Silva não fugiu à tentação da vaidade. Vendeu a consciência por votos. Mais grave é ter esperado pela vinda do Papa, para iludir os católicos para logo a seguir os trair assim que Bento XVI virou as costas.