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Os bancos portugueses nem querem acreditar no beco sem saída a que está votada a sua mera existência. Por causa da República secaram-lhe a liquidez. Não há fundo, banco, sociedade financeira, fora do país, que invista num única obrigação de um banco português. Ninguém empresta dinheiro aos bancos nacionais. Sem acesso a fontes de financiamento os bancos recorreram à dívida República para usarem como moeda de troca com o Banco Central Europeu, única fonte de financiamento externa, praticamente. Para irem ao BCE (pedir emprestado a curto prazo) os bancos desataram a investir em activos elegíveis (isto é, susceptíveis de serem aceites como colateriais junto do BCE), isto, é dívida pública. Para agravar a coisa, quando o rating da República desceu de A para B, tiveram de arranjar mais obrigações do tesouro para cobrir empréstimos passados.
Agora a mesma Europa vem penalizar quem tem obrigações do tesouro. Ontem ficou decidida avaliação a preços de mercado das exposições a dívida soberana. Para cumprir com as metas europeias, o BCP tem de reforçar os rácios de capital em 2,361 milhões e o BPI necessita de 1.717 milhões.
O Estado entra assim à força no capital dos bancos privados, é uma espécie de nacionalização disfarçada.