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Reparem na frase de António Costa: “Se a auditoria [da Deloitte] vier a dizer que o banco cometeu falhas de gestão que tornam injustificadas as injeções que foram feitas, o Fundo de Resolução tem toda a legitimidade para agir no sentido da recuperação”.
Ora o Fundo de Resolução acompanhou a gestão dos ativos do Novo Banco cobertos pelo mecanismo de capital contingente e as verbas injectadas foram confirmadas pelo agente verificador Oliver Wyman. É ÓBVIO que a Deloitte não vai detectar falhas de gestão nas operações de 2019 que tornam injustificada a injeção de 1.037 milhões.
Aliás a auditoria abrange um horizonte temporal muito maior. Vai muito mais atrás.
António Costa prometeu a Catarina Martins, sabendo de antemão que, aquilo que prometeu não vai acontecer. Não vai acontecer a circunstância de devolução do dinheiro injectado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco. Nem o Novo Banco pode devolver, isso seria impossível, porque implicaria uma violação contratual e pior, uma condenação do Novo Banco à insolvência. O BCE jamais deixaria.
O que Costa promete a Catarina Martins é o mesmo que isto: Se encontrarmos petróleo no Alentejo o Novo Banco devolve os mil milhões.
Fica tudo contente.
Há muito que acho que as transferências do Fundo de Resolução para o Novo Banco e a "falha" de comunicação entre o Ministro das Finanças e o Primeiro Ministro são um biombo das verdadeiras divergências entre ambos. A verdadeira divergência é o layoff que custa milhões por mês ao Estado e estraga as contas públicas que eram o orgulho de Centeno.
Mário Centeno defende nos círculos mais internos que pode não haver dinheiro suficiente para financiar o lay-off simplificado, uma medida que, segundo o Ministério das Finanças (Programa de Estabilidade), pode custar mais de 500 milhões de euros por mês, quase 600 milhões.
O layoff foi uma medida de Pedro Siza Vieira, o novo ícone de Antonio Costa.
Centeno é um socialista convertido ao rigor orçamento de Bruxelas e Antonio Costa é um socialista convertido à elite social. Tem em Marcelo Rebelo de Sousa e em Pedro Siza Vieira os seus grandes gurus.
O Novo Banco está acordado desde sempre. O Fundo de Resolução é uma entidade pública contabilísticamente mas o dinheiro injectado, será pago ao Estado pelos bancos que são os contribuintes desse fundo.