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A minha mulher é francesa. E os da casa são sempre os últimos a irem visitar os seus monumentos. É uma questão de proximidade.
Um dia, numa tarde fria de domingo fomos, com um casal amigo de Lisboa, à missa à Notre Dame. E a certa ocasião, não me recordo bem porquê - seria no "beijo da paz", o celebrante veio ter connosco e perguntou da nossa proveniência: "somos portugueses", e ele, com uma esbelta figura - não sei se seria à época o Arcebispo de Paris, riu-se: "eu também sou um bocadinho português..." Chamava-se Ornelas. Era descendente de madeirenses.
Disse então: "Aproveitem bem a vossa estadia, vejam a beleza desta catedral, porque nem todas as igrejas -templos – são eternas." Tinha razão!
Por outro lado, o acontecimento trágico de ontem fez recordar o que li em "Toda a história do Mundo - Da pré-história à actualidade, editado pela Teorema há dez anos, e me faz estar com a pele em galinha: “ Sublinhemos que as ruínas não são «naturais». Pensa-se, com frequência, que as ruínas são o resultado da usura do tempo. Mas não é assim. Enquanto uma civilização está viva, trata dos seus monumentos. (…) A Notre-Dame foi construída há sete séculos e parece «como nova». Os monumentos são eternos quando alguém os repara. Na Notre-Dame há sempre um andaime. No dia em que a catedral cair, isso quer dizer que a nossa civilização terá desaparecido."
Porém, e como nos disse um cientista francês, "como nada se perde, tudo se tranaforma" - e os franceses tem orgulho q,b, um dia ela estará ai, aberta a recber crentes e turistas!
P.S. - Foi para salvar a Notre Dame o que motivou Victor Hugo a escrever "O Corcunda de Notre Dame"
Não ia escrever sobre o assunto, mas como o António Canavarro escreveu neste blog contra a aprovação da coligação Basta, sinto-me na obrigação de defender precisamente o oposto.
Todos os partidos são bem vindos, por isso estou contente que finalmente o Tribunal Constitucional tenha aprovado a Coligação Basta. André Ventura vai ser cabeça de lista às europeias. Ainda bem. Viva a democracia.
Nunca fui, nos velhos tempos, um grande estudante, de filosofia. Até ao dia - no 12º ano - em que que um Homem, mas não me recordo do seu nome (deve ser da idade) me abriu os olhos para ela, a ciência, que como Luc Ferry, antigo ministro da educação francesa - numa obra para leigos (Temas & Debates / Círculo de Leitores) - intitulou de "Saber viver". E olhem que não é prosápia nenhuma, ele está coberto de razão.
Estará?
Outro filósofo francês, Gilles Deleuze (1925 -1995) e em companhia de um autor que não me recordo o nome escreveram que a filosofia - li isto num livro sobre arte - é "a ciência que cria conceitos". Recordo, também, Espinoza quando escreveu que "o conceito de cão não ladra"! E de facto, n´ã ladra, nem o gato mia...
Ora isto vem a propósito, e é um convite meu aos nossos leitores, e supondo que me lêem que a de facto, a filosofia cria conceitos e não cria os conceitos.
O que vos parece esta minha observação!
Digam de vossa justiça. É bom, e á boleia de do Pensador de Rodin, pensar bem, porque talvez nos ajude a "Saber viver"!