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Se fosse viva, Clarice Lispector, faria hoje 98 anos. Faço a referência à escritora brasileira de origrem ucraniana, porque, e não obstante as confusões que o mundo enfrenta, "viver ultrapassa qualquer entendimento"!
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
As pessoas, à boleia deste "youtuber", andam alarmadas. Dizem que se trata do fim da Internet e das redes sociais. São os efeitos dos artigos 11 e 13 , de uma directiva europeia "relativa aos direitos de autor no mercado único digital".
Marisa Matias, eurodeputada do Bloco de Esquerda, disse mesmo que promove a censura: "a censura naquilo que consideramos ser um espaço de liberdade (...). Como as plataformas e as redes sociais não querem ser responsabilizadas por deixar passar conteúdos protegidos, o que fazem é apertar cada vez mais a circulação livre, ao ponto de não incluir conteúdo de terceiros. É um ataque aquilo que são os direitos dos utilizadores. Somos todos vítimas”.
Do meu ponto de vista, é uma evidência que a "propriedade intelectual" no " mercado único digital" não está regulamentada. E todos nós, mesmo que inadvertidamente, ao partilharmos algo, estamos ferir os direitos de autor. É, mesmo, o que acabo de fazer postando este vídeo. Mas partindo deste pressuposto para o "enterro" da Internet e das redes sociais é pura ficção cientifica. É, por outro lado, não entender a história das tecnologias, ou seja: porque quando a tecnologia abre janelas – e foi assim desde a criação da roda – ninguém as conseguirá fechar!
Porque é que se fazem eleições, se referendam propostas etc., se tudo no final termina onde começou, na rua?
Isto vem a propósito da vitória dos Coletes Amarelos que após muita traulitada, e em França é sempre assim, o governo francês recuou na sua intenção de aumentar o preço dos combustíveis.
E nós, que temos combustíveis com elevada carga fiscal o que fazemos?
Nada! Passamos o tempo a assobiar para o lado. E os brandos costumes não fazem andar os carros.