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Esta é porventura umas melhores canções dos últimos tempos. É dosThe National, num registo bem diferente do que nos tem habituado.
Sou um fan desta banda norte-americana.
A propósito desta idiotice, que a Maria já referiu, no seu último post, sobre a igualdade de género que levou à decisão de se retirarem do mercado os cadernos de actividades pré-escolares para eles e para elas, com as cores que definem as suas sexualidades, recordo o meu espanto quando, nas minhas férias de verão passadas na região do Orne, um dos departamentos da Normandia, reparei no facto de uma povoação vizinha do local onde estivemos instalados chamar-se “Mauvaiseville”.
A história é a história, do mesmo modo que a sexualidade das pessoas é aquela com que vieram ao mundo, pelo que, por muito estranho que seja o nome das povoações, não se vai mudar a designação porque num mundo supostamente ideal as pessoas não querem viver numa terra com um nome sui generis, quase grotesco.
Por outro lado, sendo uma terriola francesa, do país que supostamente é o baluarte da liberdade, da igualdade e da fraternidade, o nome mantém-se, evocando algo que desde sempre marca a nossa natureza imperfeita, ou seja, as mais diversas formas de segregação. No caso, como apurei, a “Mauvaiseville” foi criada para pôr os cidadãos da comuna de Argentan, em quarentena.
Por aqui, como já aconteceu, como por exemplo com a Amadora (Porcalhota) ou Constância (Punhete), já se tinha mudado o nome!
Este país adora o politicamente correcto, nem que para tanto tenhamos que maquilhar o óbvio!
Da mesma forma que em nome da liberdade de expressão disse aqui que "Je suis Charlie", quando o jornal satírico francês foi atacado por jihadistas, desta revolto-me contra o que acabo de ver na recente edição deste tablóide.
É verdade que não gosto de neonazis, é evidente. Mas a situação que se passa no Texas, fruto da tempestade Harvey, com um número considerável de vitimas e danos materiais, levam-me a dizer "Je suis pas Charlie!"
Em resposta ao absurdo da tese de Teresa Fragoso, uma senhora que é presidente de uma coisa já de si estranha chamada Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que transformou uma decisão "estúpida", a de retirar (proibir) os dois cadernos de actividades pré-escolares (um para menina e outro para menino), numa guerra ao azul e cor-de-rosa, venho dar-lhe a triste notícia, que a não ser que essa comissão se tenha transformado na Stasi ao serviço do ministro da tutela Eduardo Cabrita, e entrem pelas casas a dentro, as meninas vão continuar a vestir-se de cor-de-rosa e a brincar com bonecas e os rapazes de azul e a brincar com carros e bolas.
Cada criança que nasce (que eu conheça) leva com cor-de-rosa nas roupas, na decoração do berço e dos quartos quando é menina e de azul quando é menino e vai continuar a ser assim. Venho ainda dizer-lhe que as meninas adoram cozinhar a brincar e os meninos adoram guerras e competições a brincar, e que por muito que custe à Teresa Fragoso (a natureza é mesmo tramada) os rapazes têm mais testosterona e as raparigas mais progesterona. É a vida. Podia continuar a desenvolver aqui mais coisas que a natureza, essa traidora à igualdade de género, deu aos meninos que não deu às meninas e vice-versa, mas penso que não será preciso entrar em detalhes para descrever o óbvio.
Por muito que custe aos defensores da ideologia de género, os homens vão continuar a ser homens e as mulheres vão continuar a ser mulheres, nature oblige!
Ontem a Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou o Japão. Trata-se de uma situação altamente complexa, e uma clara afronta não só ao direito internacional mas à paz mundial.
Somos de um tempo em que, como descrevia Raymond Aron, a Guerra Fria, tornava o confronto e a paz impossíveis, pelo que esse tempo, cada vez mais saudoso, já que sabíamos como que contávamos - Europa Ocidental nunca cresceu tanto, seja a nível económico e cultural - torna a segurança mundial numa miragem.
Durante a Guerra Fria os actores internacionais, e em particular as potências nucleares, que incluíam também a França, a Inglaterra e a China, eram racionais. As armas nucleares tinham, antes de tudo, uma natureza diplomática, i.e., serviam mais para garantir a paz do que para fazer a guerra, recordando o velho provérbio latino: “Si vis pacem, para bellum” que traduzido quer dizer: "se quer paz, prepare-se para a guerra".
Com a nuclearização da Coreia do Norte entramos num beco sem saída, i.e., não consigo – creio que ninguém o conseguirá – fazer uma leitura das reais intenções do regime. Será um mero instrumento político de dissuasão, como aconteceu durante a Guerra Fria ou será que tem como objectivo atingir “alvos reais”? Por outro lado, e pelo que temos lido, não serão estas armas um brinquedo na mão de um psicopata?
Não sei. Na realidade não sei mesmo. Os soviéticos eram comunistas, mas tinham, como referi, bom senso. Tanto eles, como os ocidentais, sabiam que a guerra nuclear impossibilita, pelos seus efeitos, resultados de “soma zero”, levando à destruição total. Espero, acho que todos esperamos, que isto não seja um mero “fait divers”, tão-somente uma questão de musculatura norte-coreana, como que a dizer à Comunidade Internacional, em particular aos EUA e aos seus países vizinhos, que são também actores na cena internacional, e que como tal devem ser respeitados.
Se as eleições norte-americanas tivessem sido ganhas por uma pessoa moderada, e não Donald Trump, mas trata-se de uma mera conjuntura, será que a situação seria diferente? Não irei responder porque a história é o que é, e Trump é quem governa a maior potência no mundo. No entanto, devo reconhecer que a postura da actual administração norte-americana não é de todo a mais eficaz, porque , e não mais do que uma vez, excede os limites do razoável, tal como aconteceu na sua estupidez em relação ao Tratado de Paris sobre as alterações climatéricas!
A promessa de um contrato de trabalho passou a ser suficiente para os imigrantes se legalizarem em Portugal. Esta nova realidade legal criada pela esquerda foi criticada por Pedro Passos Coelho num comício do PSD. Mais uma vez a cegueira ideológica travou a razão o que levou muitos a chamarem racista e xenófobo ao líder do PSD (bastava olhar um bocadinho para a sua vida para ver que Pedro Passos Coelho de racista tem zero).
Ora eu acho que Pedro Passos Coelho tem razão e o tempo dar-lhe-á razão (chamem-me o que quiserem como diria o Henrique Monteiro). A nova lei é absurda e kamikaze. Reparem: um estrangeiro só precisa de apresentar a “promessa de um contrato de trabalho” para garantir autorização de residência em Portugal, não precisando sequer de visto de entrada no país. Esta nova medida faz parte da alteração à lei de estrangeiros publicada em Diário da República, seguindo propostas do PCP e do BE, e aprovada pela esquerda contra o parecer do próprio Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Estas medidas vão em sentido contrário ao que está a ser seguido no resto da Europa, e pretendem simplificar o processo de legalização de imigrantes, mas terão apanhado desprevenidos os próprios responsáveis do SEF. Nem eles concordam.
É preciso não esquecer que a nova legislação revoga assim a exigência de entrada legal em Portugal ou no espaço Schengen de imigrantes já com contratos de trabalho, previsto no anterior regime para os casos de legalização, a título excecional. Além disso, impede que imigrantes que tenham cometido crimes como homicídios, roubos violentos ou tráfico de droga sejam expulsos do país.
Parece evidente que esta medida de abertura à imigração aumenta o perigo da criminalidade, cria problemas de emprego, aumenta a precaridade e aumenta o risco de pobreza extrema.
Não se pode aprovar medidas destas sem que o país tenha uma estrutura que permita integrar esses imigrantes no mercado de trabalho (e não só).
Lembro o discurso inteligente do presidente do Llodys Bank, António Horta Osório, nos 180 anos da Câmara do Comércio, em que apelou a que o Governo adoptasse políticas de imigração inteligentes, ou seja, captar pessoas com os “skills” que Portugal precisa.
Citou os casos de Singapura, Canadá e Austrália, que promoveram a recepção de imigrantes nas áreas em que mais precisavam. Assim a população dobrou em 20 anos e a economia cresceu.
“Se não fizermos isso estaremos dependentes do rácio reformados versus pessoas ativas”, disse referindo-se à relação entre população ativa e o crescimento da população.
António Horta Osório lembrou que apesar da população mundial continuar a crescer, a portuguesa continua queda. E isso é “dramático, pois daqui a 15 anos, apenas teremos 89% das pessoas que trabalham hoje e em pouco mais de 30 anos teremos apenas 73%. Vamos ter dois reformados por três trabalhadores ativos. Portugal está a perder população e isso não é sustentável em termos de estrutura de custos fixos do país, de rácio de dependentes por trabalhador. Temos atraído estrangeiros com os vistos gold e impostos favoráveis mas o Governo devia pensar numa política de imigração inteligente, tal como já acontece em Singapura, no Canadá, e na Austrália", disse o banqueiro e são palavras sábias.
O envelhecimento da população afecta Portugal e daqui a 15 anos será critico. Este é que é o problema que deve orientar as políticas de imigração. Os sentimentalismos superficiais, longe de ajudarem, criam problemas que não vamos ser capazes de resolver.
O atentado terrorista em Barcelona não pode ser ignorado pelo nosso país, e não pode ser afastado desta discussão. Como é que esta lei garante que não aumenta o risco de atentados de terrorismo?
Portugal tem vindo a crescer economicamente essencialmente devido ao boom do turismo. Um atentado em Lisboa acabaria com esse el dorado. Não se esqueçam disso.
Ontem, tardiamente, fiquei a saber que Sam Shepard morreu. Entre a sua vasta obra, seja como escritor, dramaturgo e actor, conta o argumento deste grande filme, e para mim o melhor de Wim Wenders, o Paris Texas.
Que homenageio com este grande tema da sua banda sonora, pelo não menos genial Ry Cooder.
A 7ª arte também ficou mais pobre com o desaparecimento da extraordinária actriz francesa Jeanne Moreau, que curiosamente também filmou com o realizador alemão.