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Fidel, um mito empolado pela História

por Maria Teixeira Alves, em 26.11.16

 

Morreu o homem que mandou Che Guevara para a morte. Fidel Castro era o último reduto de uma época de revolucionários ideológicos. Época romântica da história, que oscilava entre revolucionários e reaccionários como o também emblemático Pinochet. Todos ditadores e no seu tempo sanguinários, mas como diria o Milan Kundera: O tempo ilumina tudo com o encanto da nostalgia, mesmo a guilhotina.

Nota para a reacção de Trump, directa e sem rodeios: Fidel Castro foi um “ditador brutal”.

Fidel Castro deixou Cuba pobre em nome da filosofia anti-capitalista. Isso é inegável. 

Estive em Cuba em 2007 e lembro-me de ver escrito nas paredes "Aqui no queremos Amos"! Era a expressão máxima anti-burguesa que Cuba proclamava. Mas Fidel,  como bom comunista que se preze,  sempre gostou de mulheres burguesas. Isso é aliás intemporal e transversal a toda a esquerda. Dizem que teve 35 mil mulheres. Lá virilidade não lhe faltou (ao menos isso teve de bom).

Fidel tem a marca dos lideres que lutavam por aquilo em que acreditavam, por isso é tão  emblemático.

Mas quando se compara a forma como a História tratou Pinochet com a forma como está a tratar Fidel Castro é impossível não questionar os valores que regem a humanidade nos tempos que correm. Cuba é um país pobre, ao contrário do Chile que é um país rico, fruto de um dItador de direita a quem a História condenou, ao contrário do que acontece com Fidel Castro que a História tende a tornar um mito.

publicado às 16:27

Quem escolhe a banca como trunfo perde a mão

por Maria Teixeira Alves, em 25.11.16

Os Governos sucedem-se e a banca aparece como o grande trunfo político e invariavelmente acaba numa batata quente. O melhor do governo anterior foi a forma como se portou, de forma exemplar, sem interferir, com o Banco de Portugal na escalada pela revelação das grandes falcatruas nas contas do GES. Mas no fim do dia acabou por ser acusado de ter provocado da queda do BES. Eu sei que se Passos Coelho tivesse cedido ao presidente do BES hoje a CGD estaria técnicamente falida. Mas isso que importa? O BES morreu com pesados custos e isso prevalece.

No Banif o Governo anterior não queria um novo BES e tentou até à última evitá-lo. Entretanto chega o novo Governo e uma notícia deu o mote que o novo Governo queria. Resolver o Banif e entregá-lo na sua parte boa ao Santander Totta, numa altura em que era possível culpar o Governo anterior. Mas lá está a oferta do banco ao Santander Totta que o Governo embandeira em arco é criticado em surdina. António Costa escolheu ser o arquiteto do edifício bancário e como manda a tradição a maldição vai se virar contra ele. A CGD e a escolha dos administradores topo de gama com condições à partida aceites, está a revelar-se um desastre. Isto até parecia uma boa notícia, depois de uma tentativa bem intencionada de ajudar o BPI a resolver a contenda com a acionista Isabel dos Santos. Ajudar o BPI a divorciar-se de Isabel dos Santos e o CaixaBank a ficar com a maioria do capital parecia mesmo um trunfo, mas até isso está a revelar-se um fracasso. Até ao momento o BPI ainda não conseguiu ser vendido ao CaixaBank, o banco português continua exposto excessivamente aos grandes riscos de Angola (voltou a ser adiada uma AG). Outro grande trunfo a CGD. Mas ainda não foi recapitalizada e só o será em 2017. Mas nem a administração está estabilizada, nem a recapitalização está feita. Outro trunfo que se prepara para apresentar é a venda do Novo Banco. Este ainda não foi vendido, mas já dois dos candidatos estão nesta altura com obstáculos a ajudar a resolver o problema. O BPI arrisca-se a não conseguir ter tempo de reforçar os capitais e de se libertar do BFA a tempo da venda do Novo Banco e até o BCP, que era outro trunfo do Governo, tem um novo problema: não consegue aumentar o capital porque a Sonangol não quer aumento de capital do banco sem que o BCE autorize o reforço no BCP até aos 30%

publicado às 00:30

O passado, a história terão efeitos colaterais?

por António Canavarro, em 22.11.16

Um dia perguntaram a João Lobo Antunes, o conhecido neurologista recentemente desaparecido, o que era a inteligência? o conhecido médico terá dito que não sabia o isso era e que, no entanto, conhecia a falta dela.

Eu não sei se a estupidez é o antónimo de inteligência, nem tenho vocação para tanto. Sei que existem pessoas inteligentes, e o médico é um bom exemplo, e sei que há pessoas que são estúpidas. 

Os resultados das últimas eleições americanas, são por si só, um bom exemplo disto mesmo, porque não obstante o que escrevi aqui - e em particular na minha página do Facebook - reconheço inteligência (ou será apenas esperteza saloia?) na candidatura (o timming), durante a campanha eleitoral e na vitória de Donald Trump em contraponto com o insucesso eleitoral da candidata democrata.

O problema não é o erro, já que parte integral da nossa condição. Está, por um lado,  na sua perversão, como também, e principalmente, na sua presistência. Entre outros, Cícero, escreveu « is Cuiusvis errare: insipientis nullius nisi, in errore perseverare ».

Ora, quando sabemos que movimentos de cariz neonazi e extremistas pululam um pouco por todo lado, quando e à boleia do sucesso eleitoral de Trump lemos as anormalidade proferidas por um tal de Richard B. Spencer ao aclamar um perturbador "Hail Trump!", o caldo está entornado. Como é possível alguém apelar, entre outras coisas, a "uma limpeza étnica pacífica"?

Eu não sei o que é inteligência, nem estou particularmente preocupado com esta questão quase-metafísica. Porém, a estupidez generalizada arrepia-me! Ora, se um dia William Pfaff (1928 – 2015) escreveu que "é o passado que nos faz estar onde estamos", resta saber se a história torna ou pode seriamente tornar as pessoas estúpidas? Se sim... então que ela seja tomada como os medicamentos, com prescrição médica, já que os efeitos colaterais podem ser no mínimo fatais!

 

publicado às 14:57

Câmara de Lisboa não sabe inglês

por Maria Teixeira Alves, em 14.11.16

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publicado às 00:51

"I'm afraid of Americans" (e não só)

por António Canavarro, em 12.11.16

Com o desaparecimento Cohen já me tinha quase esquecido que ano culturalmente ficou musicalmente mais pobre com a morte de David Bowie logo na alvorada de 2016.

Hoje, navegando na net encontrei este tema  de 1997 que desconhecia, e o qual, à boleia dos resultados da passada terça-feira, parece ser actual. Porque os problemas, os nossos medos, ultrapassam e em muito a eleição de Donald Trump. Se os problemas do mundo fossem resolvidos com umas eleições, e onde não somos chamados a opinar, tudo estaria bem mais negro. O problema resulta, porém, no facto de sermos impotentes. E este é que é de facto o nosso maior pavor!

 

publicado às 00:07

Um comentário tornado post

por António Canavarro, em 11.11.16

O problema da América é sistémico. Quem ganhou foi o modelo eleitoral, porque em votos a  menina Clinton foi vitoriosa. Ora, porém, isso não conta e dentro de quatro anos teremos ele, Trump, contra uma senhora de cor, Obama. E olhe que ela limpa-o bem  limpinho...
De facto, quem perdeu foi o partido Democrático. Foi um erro de palmatória! E nem preciso explicar porquê!

 

Escrito em resposta à boa análise que José Mendonça da Cruz escreveu no Corta-fitas.

publicado às 23:45

Morreu Leonard Cohen... sem o nobel da literatura

por Maria Teixeira Alves, em 11.11.16

Não me canso da beleza destas músicas, e destas letras. Leonard Cohen o verdadeiro músico, cantor, compositor que é um autor, um poeta, um escritor. Morreu sem o nobel da literatura.

 

Poetic mind...

publicado às 21:44

Escrito na pedra

por António Canavarro, em 11.11.16

"O amor não tem cura mas é o único remédio para todas as doenças."

Leonard Cohen

 

via GIPHY

publicado às 11:41

Os sacanas também morrem!

por António Canavarro, em 11.11.16

 

Ao contrário do Miguel Esteves Cardoso nunca privei com ele, em carne e osso. E, no entanto, ontem, na solidão de quem pinta, privei contigo e perguntava aos botões: quando é que os suecos farão justiça à tua lírica? Nunca! Não premeiam mortos mesmo quando eles, pelas memórias - e no teu caso as gravações, estão cada vez mais vivos!

Ontem, com o pincel em riste e repleto de tinta e ideias, ouvi, de fio e a pavio, ouvi a tua despedida: "You Want It Darker"! O que com naturalidade veio a ser o ponto final de uma carreira simplesmente brilhante!

O disco, repito, chama-se: You Want It Darker. Não, não é verdade! Porque se hoje a coisa está negra, isso passa. Basta ouvir-te, e o dia ficará imediatamente radiante, mesmo que as tuas letras sejam profundamente sombrias. 

O MEC chamou-te de sacana, logo só devo concluir que os sacanas também morrem!

publicado às 11:23

Eu não sou norte-americana e como tal não me envolvi em campanhas como a maioria dos europeus. Acho este pânico que espalharam sobre o candidato republicano manifestamente exagerado. A história dirá quem tem razão. Mas uma lição há já a tirar desta história toda. Os norte-americanos não se deixam influenciar pela opinião dos jornais e dos opinion-makers. Nem pelo mainstream europeu. Os eleitores dos EUA pensam pela própria cabeça e votam naquilo que eles próprios avaliam. Nisso estão a anos luz dos europeus que pensam o que está na moda pensar.

publicado às 12:31

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