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A utilização da internet, tanto para obtenção como para difusão de informações por parte dos jornalistas, é uma tendência irreversível.
A utilização da web como “ambiente de pesquisa” está generalizada de forma extensa.
Nas actividades de pesquisa e produção de texto, começamos a perceber, que muitas vezes é possível descobrir uma notícia apenas utilizando a web como fonte.
O caso do Panamá Papers, investigação sobre o uso de offshores para fins alegamente ilícitos, levada a cabo por uma associação de jornalistas (The International Consortium of Investigative Journalists) é a expressão dessa tendência.
Mas será a internet uma fonte credível? Ou uma fonte que se basta a si própria?
Uma das coisas que se repara é que na ausência de alguns países na lista de 50 países apanhados nos documentos do Panamá, que revelam a criação de empresas em paraísos fiscais para actos ilícitos.
Sobretudo nota-se a ausência de países como a Alemanha (alguém reparava e bem que o escritório de advogados do Panamá que alegadamente tinha produzido as informações que foram parar à net (de que forma? Lícita?) tinha origem alemã, o Mossack Fonseca). Mas também não está a Austria, Moçambique, Roménia, Chipre, Estados Unidos (how predictable), Israel, Finlândia, Noruega, Suécia, Irão, Quénia, Austrália..
O facto de se levantar a questão da completude e independência da informação neste caso (há quem tenha imediatamente publicado a lista dos patrocinadores da associação de jornalistas), levanta a questão da fragilidade da investigação com recurso apenas a fontes online (sem fontes resultante de contacto pessoal, o face-to-face apesar de tudo ainda trás algumas vantagens à credibilidade das fontes).
Ou seja, a utilização de pesquisa na Internet como fonte para jornalismo é uma tendência de facto imparável, mas não é ausente de vicissitudes e limitações.No entanto, está-se a aperfeiçoar esse caminho.
Há várias universidades (americanas e outras) com cursos para jornalismo online (é este um dos qualificativos usados). Há uma quantidade de técnicas de pesquisa a todos os níveis para além do Google que vão até ao Facebook e Twitter, blogs, tudo o que possa ser interessante. É utilizado, por exemplo, para descobrir relações entre pessoas, quem é sócio de quem, ou comportamentos que possam ser pistas para qualquer coisa. O resultado pode servir de apoio ou pode ser a própria notícia. Em Stanford, por exemplo vão mais longe: cursos de especialização em programação informática para jornalistas aprenderem a retirar informação de Big Data, à semelhança do que fazem os espiões. Por exemplo, nos EUA, análise de cadernos eleitorais para descobrir determinados padrões e correlações.
Vamos começar a assistir a Leaks por esse mundo fora. Podia dizer em tom irónico que o jornalista que tiver habilidades de pirata informático levará vantagem no futuro.
No dia das mentiras estes suaram para fazer a sua, que ilustrei-a à minha maneira!
"Marcelo convida Mark Zuckerberg para Conselho de Estado e pede que traga Oculus Rift"
António Varela, ex-administrador do Banif por conta do Estado, e ex-administrador do Banco de Portugal, disse ontem na CPI, que o Banif estava impedido de emprestar mais do que x à família Roque. E o BES estava impedido de emprestar às holdings da família Espírito Santo. Logo, como fizeram?
O Banif emprestou à família Espírito Santo (daí, por exemplo, o investimento Rioforte) e o BES emprestava à Rentipar da família Roque.
E assim se engana o regulador
A propósito do tema dos lesados do BES, e da "solução" apresentada hoje, atacou o mais recente livro de Ricardo Salgado. «Como é que é possível que haja pessoas que tenham a coragem de fazer livros, apresentações de livros, declarações públicas a dizer que o BES era um puro engano, que estava tudo bem, lá só se passavam coisas fantásticas, e que foi um erro do Governo e do Banco de Portugal que determinou aquela catástrofe.
É preciso ter lata! Em Portugal há muita lata».
António Lobo Xavier dixit na Quadratura do Circulo. As pessoas de coragem são admiráveis.
Ainda a propósito dos lesados do BES e da solução (aparentemente) de António Costa (de cognome o Facilitador) para os lesados do BES só me lembro que há pelo menos dois anos que, analisando o tema, só me parecia viável que as indemnizações aos lesados do BES viessem do Sistema de Indemnização aos Investidores, que existe dentro da CMVM. O Banco de Portugal sempre disse que a resposta tinha de vir da CMVM.
Tudo o que eram depósitos vem do Fundo de Garantia de Depósitos, tudo que se perdeu no papel comercial das empresas do GES só pode sair do Sistema de Indemnização aos Investidores, que é uma "bolsa" para onde contribuem todos os intermediários financeiros.
Não há nenhum coelho a sair da cartola do Costa!