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Hoje, e pela primeira vez, nós somos directamente ameaçados pelo Estado Islâmico. Será que é para levarmos a sério? São eles "estrangeiros", ou como aconteceu recentemente em Paris e Bruxelas, ou são tão"nacionais" como nós? Provavelmente apostaria no segundo cenário. Por outro lado, terá o Estado Português, a capacidade para nos defender desta ameaça? Será que Helena Fazenda, ao admitir "um reforço das medidas de segurança" é a pessoa certa no devido lugar?
Não a conheço, não conheço o seu currículo, pelo que só resta esperar que sim.
Porque, e não me custa nada admitir, tenho medo. Se aconteceu em Paris, Bruxelas e, em outras escalas, um pouco por todo o lado, porque estaríamos nós imunes? Ou achavam que eles não sabiam da nossa existência, será que só conhecem a nossa existência graças ao Cristiano Ronaldo?
Diz o embaixador angolano que "99% da população angolana não se interessa" pela questão dos presos políticos. Muito bem, fui fazer as contas... Será que 1% da população angolana é composta por presos políticos?
Vejam os títulos. Da minha parte ando mesmo perdido: não sei se é para rir ou se é para chorar?
Deve ser para chorar, que até já pareço a mais pirosa pintura de sempre...
João Galamba, depois de duas horas de explicações porque é que não foi possível salvar o Banif, e bem, confrontou Jorge Tomé, último presidente do banco: Os resultados foram sempre abaixo do esperado: 2011/12 -650 ME; 2013 -440 ME; 2014 -295ME. Mesmo sem o efeito BES, o Banif não ia conseguia reembolsar CoCos.
O efeito BES explica 80 milhões de euros de perdas. O desvio do imobiliário e caso Banif Brasil explicam o resto.
"O Brasil era um dossier explosivo" disse Jorge Tomé. A exposição de crédito ao sector da construção e imobiliário, e a exposição excessiva em participações financeiras via unidades de participação em fundos de investimento imobiliário, foram a causa.
Concluindo: o Banif caiu por causa da gestão danosa do passado. Não é uma conclusão que vá agradar à esquerda.
Há muito tempo que não fazia um longo fim-de-semana. Há muito tempo que não ia ao Algarve, onde gosto de me deslocar fora de época. E fui de comboio.
Adoro andar de comboio. Sempre gostei. E é o melhor local para se ler um livro. Há quem goste de os ler na cama, nos autocarros ou sabe-se lá onde. Eu opto pelos comboios. E a viagem que é longa passa, entre as páginas lidas, num ápice.
Lendo um livro - porque ia ter com a restante família em gozo de férias de final do segundo período escolar - vamos acompanhados. Poderia ter ido com o Eça, o Torga ou qualquer outro escritor. Podia ter escolhido até um poeta. Não. Optei por um espanhol, de origens bascas. Fernado Savater.
Filósofo e com uma vasta obra publicada na nossa língua, optei por um livro de ensaios."A Arte do Ensaio".
Nesta obra, e à boleia de Montaigne, ele apresenta-nos os seus comentários breves e elucidativos sobre alguns dos ensaios mais importantes do século XX, e de autores tão díspares como sejam: Miguel de Unamuno / Bertrand Russell / Rudolf Otto / Max Weber / György Lukács / Julien Brenda / José Ortega Y Gasset / Sigmund Freud / Theodor W. Adorno e Max Horkheimer / Leo Strauss / Albert Camus / María Zambrano / Claude Lévi-Strauss / Benjamin Lee Whorf / Octavio Paz / Hannah Arendt / Elis Canetti / Thomas Szasz / Marshall McLuhan / Raymond Aron / Isaiah Berlin / Jean-Paul Sartre / Michel Foucault / Yukio Mishima / Jacques Monod.
A obra, editada pela Temas & Debates, em 2009, não é (portanto) recente, mas é actual. Volta para a estante até á altura de a dar aos meus filhos. Deveria de ser lida por todos! Faz-nos pensar, o que nestes tempos é coisa rara!
Marcelo Rebelo de Sousa é um comunicador nato. Foi graças a isso, e a muitos anos de comentador televisivo, que ganhou as eleições sem ter feito uma verdadeira campanha eleitoral.
Ontem, e sem fazer cedências às máquinas televisivas, dos discursos à hora nobre dos telejornais, falou (uma vez mais) ao país. Desta feita para explicar aos portugueses porque decidiu - e bem - promulgar o Orçamento de Estado.
Em pouco tempo, e no período de uma semana - falou por ocasião dos atentados terroristas de Bruxelas, ele falou aos portugueses. Ele tem o bichinho da comunicação. Foi jornalista e professor. E, portanto, não me admira nada, que, seja porque razão for, com maior ou menor substância, ele nos apareça em casa, sem pedir autorização, tal como o seu padrinho: conversando em família!
“Na guerra, a verdade é a primeira vítima.”
― Ésquilo
Frase lida na abertura do filme Eye in the sky.
Muito bom filme sobre a grande ameaça contemporânea: o terrorismo Isis. A segurança é como o oxigénio, não se dá por ela, mas quando falta não conseguimos pensar noutra coisa.
A guerra feita por telecomando. E, como disse Filipe Pathé Duarte, no debate que antecedeu a ante-estreia do filme, as guerras desumanizadas, feita por drones, aumentam o ódio, e por essa via não são catalizadores da paz.
Eye in the sky é um filme competente e convincente, que oferece os melhores elementos de um drama e um thriller. No fim acaba por ceder talvez à tentação da culpa do Ocidente, do sentimentalismo da culpa, mas perdoa-se-lhe isso em nome da interpretação de Helen Mirren.
A guerra é que é o estado natural do Homem, não é a paz.
Não me apanham com medo do politicamente incorrecto. Estou-me nas tintas para a ditadura da tolerância. Cada vez estou mais convencida que se deve fechar as fronteiras dentro da Europa. O fim do espaço Schengen impõe-se. E dizem-me vocês, mas os irmãos terroristas viviam em Bruxelas, pois mas mesmo para esses, o facto de circularem livremente dentro da Europa, inclusivé no acto da fuga, torna a Europa muito mais vulnerável aos ataques terroristas.
Todos os cuidados são poucos, daqui p´ra frente todos os cuidados são poucos.
Serviços de informação são também imperativos categóricos nos dias que correm. Com aparelhagens legais adequadas, de preferência. A nossa lei não permite o acesso desses serviços às comunicações, nem sequer a registos de comunicações e isso vai ter um preço alto. É essencial mudar a lei ao serviço da policia de investigação.
Quando dei de caras com esta notícia: Mario Draghi e Carlos Costa no primeiro Conselho de Estado do Presidente da República, ocorreu-me perguntar mas porque carga de água Marcelo Rebelo de Sousa convida o presidente do BCE e o Governador do Banco de Portugal para o Conselho de Estado que é o órgão que o Presidente da República consulta sempre que entende ser pertinente e é composto por pessoas escolhidas pelo chefe de Estado, pelo Parlamento e por cargos de inerência, isto é, ex-presidentes ou personalidades que representam altas figuras do Estado?
Mas zás logo me ocorreu: É a cruzada contra os espanhóis na banca portuguesa. É o designio nacional do Presidente da República, caramba!
Mas porquê essa cruzada? Depois vai-se a ver e não há nada, só fumo. O Novo Banco ainda não foi vendido, o BCP ainda só tem o Sabadell minoritário, o BPI nem a acordo conseguiu chegar para que Isabel dos Santos saisse do capital do banco vendendo aos espanhóis do Caixabank. Não há nada. O Santander só conseguiu apanhar uma banqueta - o negócio do Banif - e vai para aí uma histeria.
Marcelo Rebelo de Sousa não desarma, qual Dom Quixote a lutar contra moinhos de vento, lá convocou os seus conselheiros para a primeira reunião do Conselho de Estado no dia 7 de Abril e as estrelas da reunião são Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Dali vai sai qualquer coisa como "Não queremos mais espanhóis na banca portuguesa!"
Se seguirem o conselho do João Salgueiro ainda vão convidar alguém do Irão, ou do Golfo Pérsico, para tomar conta dos bancos.
Os portugueses toleram a competição dos distantes, mas ficam inquietos com a concorrência dos mais próximos. Que mal nos poderão fazer os nossos vizinhos?
Escrevi um ou dois post sobre os atentados em Bruxelas, que, provavelmente eram espectáveis. Nem uma reacção. De duas uma, ou não lêem o que escrevo, ou tornou-se numa sina!
Se tivessem lá vivido como eu, cheirado as ruas, conhecido as gentes tudo seria diferente. Sim... deve ser uma sina. Que terrível futuro será o nosso. Não o meu. O dos nossos filhos!