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Os gosto não se discutem. Não se discutem mesmo!
Nunca gostei da Guerra da Estrelas que Georges Lucas transformou numa espécie de novela galáctica. Nunca compreendi o fenómeno, fiquei-me pelos primeiros filmes dos longínquos anos 80.
Seja como for, e porque vivemos em democracia, respeito quem goste desta seca feita saga. E mais ainda: tiro o chapéu a quem viva à conta deste fenómeno. Por exemplo estes haschi são uma brilhante ideia para o Natal que se avizinha. Dão para comer peixe cru em caso de avaria eléctrica!.
MARIA:
Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
Não procures no meu coração...
Quando te falo, dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.
Quando há amor a gente não conversa:
Ama-se, e fala-se para se sentir.
Posso ouvir-te dizer-me que tu me amas,
Sem que mo digas, se eu sentir que me amas.
Mas tu dizes palavras com sentido,
E esqueces-te de mim; mesmo que fales
Só de mim, não te lembras que eu te amo.
Ah, não perguntes nada, antes me fala
De tal maneira, que, se eu fora surda,
Te ouvisse toda com o coração.
Se te vejo não sei quem sou; eu amo.
Se me faltas, (...)
Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas
Quando deves amar-me. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
Mas tu és como nunca ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
O Alguém pra te falar de quem tu amas.
Diz-me porque é que o amor te faz ser triste?
Canso-te? Posso eu cansar-te se amas?
Ninguém no mundo amou como tu amas.
Sinto que me amas, mas que a nada amas,
E não sei compreender isto que sinto.
Dize-me qualquer palavra mais sentida
Que essas palavras que, como se as perderas,
buscas
E encontras cinzas.
Quando te vi, amei-te já muito antes.
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há coisa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que não o fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro,
E com essas alegrias e esse prazer
Eu viria depois a amar-te. Quando,
Criança, eu, se brincava a ter marido,
Me faltava crescer e o não sentia,
O que me satisfazia eras já tu,
E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma estrada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.
Tens um segredo? Dize-mo, que eu sei tudo
De ti, quando m'o digas com a alma.
Em palavras estranhas que m'o fales,
Eu compreenderei só porque te amo.
Se o teu segredo é triste, eu saberei
Chorar contigo até que o esqueças todo.
Se o não podes dizer, dize que me amas,
E eu sentirei sem qu'rer o teu segredo.
Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já hoje, mas de longe,
Como as coisas se podem ver de longe,
E ser-se feliz só por se pensar
Em chegar onde ainda se não chega.
Amor, diz qualquer coisa que eu te sinta!
FAUSTO:
Compreendo-te tanto que não sinto.
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade filha do destino
E das leis que há no fundo deste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?
MARIA:
Para que queres compreender
Se dizes qu'rer sentir?
"Não temos condições financeiras para eliminar integralmente a sobretaxa" *
António Costa diz que vai reverter as privatizações da TAP e a subconsessão dos transportes (com custos para o Estado, certamente). Mas quanto a eliminar a sobretaxa em 2016, isso é que é difícil.
*O programa do PS previa a redução da sobretaxa de IRS para 1,75% em 2016 e eliminação em 2017, o PCP e BE querem eliminação imediata.
Novo Banco?
Bom, quanto ao Novo Banco... "O que tenho a dizer é que, neste momento, estamos a trabalhar em conjunto com o BdP para assegurar a estabilidade do funcionamento do sistema financeiro português e responder às questões que se colocam nas instituições bancárias onde é necessário assegurar intervenções para a estabilidade do sistema financeiro". *
*O seu ministro Centeno disse na Assembleia da República que a responsabilidade do Novo Banco é do BCE
Não sou especialistas em blogs, mas sei, porque aprendi, que não devemos repetir os temas, pois esgotam-se. É verdade, mas não resisto.
Assim, e ao abrir esta excepção, parece-me importante pôr os pontos nos "i" e, de uma vez por todas, colocar um ponto final parágrafo nesta já longa novela.
Há um governo aritmeticamente legítimo mas que, moralmente, não teve a confiança da maioria dos portugueses. Também é verdade que Portugal necessita de estabilidade. Seja como for, e como o Partido Socialista não quis ou não teve a coragem de apresentar uma moção de confiança, coube aos partidos da oposição, e legítimos vencedores do sufrágio de 4 de Outubro, apresentar uma moção de rejeição a este governo, que naturalmente não passou.
Há, todavia, no contexto deste episódio parlamentar, um dado a salientar e que me parece politicamente bem interessante. A abstenção do PAN!
Será que o voto ou não voto do deputado André Lourenço e Silva é importante? Costa sabe que sim. O Primeiro-ministro sabe que não pode contar com o PCP (e por arrasto com os Verdes) e, desta forma explicam-se as bastantes disposições em prol dos objectivos deste singular partido que surgem no vastíssimo programa de governo.
António Costa é hábil. E sabe exactamente que graças à "bipolaridade" da CDU os votos do PAN são fundamentais. Efectivamente os votos dos deputados do PS, do Bloco e do PAN são o q.b para o salvar de maiores dissabores!
Com esta atitude André Lourenço e Silva mostrou ser um excelente político e o PAN um partido a dar cartas no xadrez político. É a importância da singularidade. Até porque, em democracia, por um se perde e por um se ganha!
Nota:
Não tenho simpatia nem antipatia por este projecto político. Por exemplo, e mesmo não sendo aficionado, sou a favor das nossas tradições culturais, e, como ribatejano, portanto defendo a tradição taurina. Sei porém, que há boleia disto, que um dia estas e outras tradições, a pesca, a caça, etc., possam estar ameaçadas.
Segundo a imprensa: “A protecção, sem limites, dos contribuintes” é a preocupação do ministro das Finanças quanto ao Novo Banco e Banif. Mário Centeno reconhece ser “um problema sério” e avisa que quer “zelar pela estabilidade do sistema financeiro”.
Ora “proteger contribuintes” dos custos do Novo Banco e do Banif é o oposto das suas nacionalizações, defendida em directo na SIC por Jerónimo de Sousa. O líder comunista, alegado parceiro de António Costa, disse em entrevista recentemente que no seu partido: “Defendemos o controlo público da banca, neste caso concreto em que se corre o risco de vender barato um banco com esta dimensão [Novo Banco] e em que o Estado já pôs dinheiro e corre o risco de pôr mais. [Então], entrega à privatização e depois quem paga?”, começou por perguntar o líder comunista. “Mais uma vez a solução parece ser sempre a mesma. Esta realidade tem de ser tratada politicamente. Depois de tantos escândalos, depois do BPP, BPN, do BES, o que é preciso mais para acabar com esta sangria que estão fazer aos portugueses para acudir aos desmames da banca?”, interrogou Jerónimo de Sousa, antes de criticar o “falhanço redondo do sistema de supervisão”.
E o Bloco não era também defensor das nacionalizações?
O que se passou nos jornais I e Sol é tão somente o resultado dos motivos inquinados porque se compram e criam jornais. Com algumas excepções louváveis, e penso que as excepções sabem quem são, os jornais servem interesses de poder, pessoal ou institucional, e toda a estrutura obedece a essa lógica. Na prática acaba tudo da mesma maneira, mais dívidas do que receitas, pressões ilegitimas para aceitar condições inaceitáveis, e despedimentos em massa, muitas vezes não convenientemente indemnizados.
Um dia ainda se fará jurisprudência sobre até onde podem ir os jornais (em termos de gestão) e os seus líderes. É preciso profissionalizar de facto a profissão que vive num limbo entre a lei e o hábito.
Um dia ainda se balizará a arbitrariedade. Um dia ainda se balizará a alavancagem. Um dia ainda se limitará o poder com uma regulação mais intrusiva. Já disse várias vezes aqui que os jornalistas têm de ter um regulador com a força de uma CMVM, onde os jornalistas possam dentro dos próprios jornais assegurar o cumprimento de uma série de normas que constam do seu estatuto e códigos, incluindo a própria liberdade de expressão (porque a ERC está muito virada para as condicionantes da liberdade de expressão vindas de fora do jornais, mas e quanto às condicionantes da liberdade de expressão vindas de dentro?), um regulador que consiga fazer cumprir o CCT.
No jornalismo entre a lei e a prática vai um mundo. A notícia de que aos jornalistas do I/Sol foi lhes dito que para ficarem têm de abdicar da antiguidade e baixar os salários, bate claramente neste ponto.
Os jornalismo só será digno quando se livrar das suspeitas, e só se livrará das suspeitas se as suas regras legais e éticas (definidas nos estatutos e códigos) forem soberanas.