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Se há uma coisa que sai das duas conferências de imprensa de apresentação dos resultados dos bancos é que quer o BCP, quer o BPI já sabem que o impacto que os bancos terão de assumir pela diferença entre o valor da venda do Novo Banco e o valor que o Fundo de Resolução deve ao Estado, vai ser pago através da contribuição extraordinária que os bancos pagam ao Estado e que têm como destino o Fundo de Resolução. Será uma extensão dessa contribuição extraordinária que servirá para pagar esse GAP.
Mais, lê-se nas entrelinhas que o comprador pagará um valor nominal alto e que os ajustamentos a serem feitos ao preço serão à posteriori, depois das vicissitudes se confirmarem, e não à partida, quando essas circunstâncias surgem apenas enquanto cenário.
Tudo ficará decidido a meio de Agosto. Os bancos, donos do Fundo de Resolução, sabem disso.
*CSB (contribuição sobre o sector bancário) incide sobre "o passivo apurado e aprovado pelos sujeitos passivos…"
As receitas provenientes da CSB são afectas a Fundos de Resolução.
Não me querendo meter em medidas de coacção em suspeitas de crime, até porque não sou especialista, parece-me de elementar justiça deixar um arguido ir à missa, mesmo que esteja em prisão domiciliária. No caso de Ricardo Salgado mais ainda porque a capela é no quarteirão da sua casa. Acho que o juiz devia ter tido isso em atenção. Até porque mesmo um preso tem direito a missa na prisão. Toda a gente tem direito a ouvir uma missa em qualquer circunstância. Não me parece útil nem justo esse impedimento imputado ao senhor.
O Obama anda em visitas de Estado como se fosse o Papa, prega sempre qualquer coisa de moral (da sua) em cada país que visita.
É preciso fazer o elogio dos jornais que são geridos por pessoas "de bem". Vem isto a propósito do Jornal Oje que comemorou ontem os seus nove anos. Um projecto sério e limpo, que não pretende ser trampolim para nada, gerido por um jornalista bem intencionado, o Vítor Norinha, (uma pessoa de bem). Um jornal comprado por um empresário de coragem, o Luís Figueiredo.
É preciso fazer o elogio das pessoas de bem. Pessoas que premiam o mérito em vez de o temerem. Pessoas que puxam pelos outros, que gerem motivando, em vez do estilo vilão com a vara na mão que por aí pulula muitas vezes para esconder fraquezas. Pessoas que querem fazer o melhor, sem que isso passe por agendas pessoais e políticas.
O jornalismo precisa de uma alteração de paradigma, e ao contrário do que muitos poderiam pensar, não é apenas o modelo de negócio que faliu, é o modelo de gestão dentro das redacções que está ultrapassado. É um modelo provinciano. Os jornalistas são muitas vezes justiceiros add-hoc, criam leis fora da lei, (na maior parte dos casos desconhecem em absoluto a lei que rege a sua profissão) criam sistemas preversos de promoção de "camaradas" e de "despromoção" (implícita e não declarada, porque a despromoção é ilegal) dos que representam linhas ideológicas "inimigas". Não há uma gestão de recursos humanos profissional. Há leis e estatutos que estão sempre a ser violados.
O jornalismo é em muitos casos uma actividade artesã.
O que fazem as autoridades?
Há profissionais que têm carteira a dar entrevistas a falar de assessorias a empresas, e não há nenhuma iniciativa da Comissão da Carteira para pedir explicações. Mas se um jornalista mal pago, alguns ganham o ordenado mínimo já incluído o subsidio de almoço, o que é ilegal, se atrasar a pagar os 50 euros para renovar a carteira arrisca-se logo a levar com uma contra-ordenação de milhares.
Falta um regulador a sério, como existe para as outras entidades, que esteja sempre a assegurar que as leis da imprensa, o estatuto dos jornalistas, o código dos direitos de autor, etc, estão ser cumpridas dentro das redacções. Com gabinete de reclamações e com direito à aplicação de coimas. Mas a ERC só parece interessar-se pelo cumprimento das leis na relação dos jornais com terceiros. Mas também é preciso garantir o cumprimento das leis dentro das quatro paredes de um jornal.
Viva o jornalismo "de bem".
PSD e CDS aprovam taxas moderadoras no aborto
Era uma vergonha as benesses que eram dadas para matar embriões. Uma vergonha!
A proposta de Hollande que consiste numa proposta de caminho futuro para a União Europeia passa por um Governo, um orçamento e um Parlamento comum. Mas apenas constituído pelos países fundadores: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda.
É interessante esta proposta vir agora, que muitas das circunstâncias que deram origem à aliança histórica entre franceses e alemães se voltam a pôr.
Antes de mais o eixo franco-alemão é uma aliança de defesa.
O Tratado do Eliseu, assinado há mais de 50 anos (em 1963), é um marco da amizade franco-alemã e foi assinado na cidade francesa de Reims, tendo como protagonistas o presidente francês Charles de Gaulle e o chanceler alemão Konrad Adenauer.
Foi no colégio Notre-Dame, em Reims, que foi assinado esse selo de paz, que chegou quase duas décadas depois da segunda guerra mundial. Na origem, o bilateralismo franco-alemão era também uma alternativa europeia plausível ao sobrepeso transatlântico dos Estados Unidos e ao seu posto avançado na Europa: a Grã-Bretanha. Voltamos agora a ter necessidade de um contraponto aos Estados Unidos, que tiveram agora um papel de pressão na manutenção da Grécia no euro? E do Reino Unido que ameaça em referendo optar por sair do euro?
Um dos motivos para a disposição de ambos os países de vincular-se, no longo prazo, por um tratado, foi o temor mútuo das eventuais consequências negativas de uma política nacional, isolada, com relação ao leste europeu. Hoje Putin e o problema com a Ucrânia pode ser propício ao renascimento desse medo?
O eixo franco-alemão, grande impulsionador da União Europeia, parece voltar agora a querer um regresso a essa origem. A Europa a ser comandada pelo eixo franco-alemão. É essa, em resumo, a proposta de Hollande, É uma proposta com vista à segurança? Veremos o que acontece à Grécia, daqui para a frente. Pode ser essencial para o futuro da Europa
Todo o julgamento do caso BES/GES assentará numa pergunta essencial. Quem manipulou as contas da Espírito Santo International, holding primeira de todo o Grupo Espírito Santo? Ou melhor, não tanto quem foi o autor da ordem para esconder o passivo nos balanços, mas antes quem se consegue provar (porque nestas coisas jurídicas, as provas são essenciais, mesmo por vezes em detrimento dos factos) que manipulou as contas da ESI.
A acusação (o Banco de Portugal) procura provas que confirmem a ordem de Ricardo Salgado para se reescrever os balanços, retirando passivo e empolando o activo. Há um documento assinado por Ricardo Salgado e por José Manuel Espírito Santo em que estes retiram a responsabilidade da elaboração das contas à ES Services, liderada por Pierre Butty, que reportava ao commissaire aux comptes, Francisco Machado da Cruz e a José Castela, Controller. Este documento é um das provas principais da acusação.
A defesa tentará provar que não foi Ricardo Salgado quem manipulou ou ordenou a manipulação das contas, assente no argumento de que não há provas que foi. Mesmo esse documento iliba Pierre Butty, mas na óptica da defesa não prova a culpa de Ricardo Salgado, nem a cumplicidade de José Manuel Espírito Santo.
Assim sendo, a tese da defesa do ex-banqueiro passa por culpar o contabilista, seria o contabilista Francisco Machado da Cruz que tinha tido essa iniciativa sozinho. Um vez que esse tem provas que deu as ordens a Pierre Butty. Quem pôs as mãos na massa e deixou rasto está em pior situação do quem alegadamente deu as ordens oralmente, sem registo disso.
Porque todos os crimes e ilegalidades do GES/BES partem desse pecado inicial, a ocultação de passivo da ES International.
Até 2013, o Grupo Espírito Santo (GES) acumulou prejuízos de 5,3 mil milhões de euros, uma dívida superior a oito mil milhões de euros que custou em dez anos uma fortuna em juros: 2.200 milhões de euros em uma década ou 400 milhões anuais nos últimos anos.
A auditoria permitiu ainda concluir que, entre 2008 e 2013, foram feitos "diversos lançamentos contabilísticos nas contas da ESI que conduziram, em Dezembro de 2012, a uma diminuição (artificial) do passivo" de 1,7 mil milhões de euros e "a um consequente aumento dos capitais próprios da ESI em base individual" no valor de 652 milhões de euros.
Acabo de ler que Paul Krugman, – o economista gauche que defendeu o Governo da Grécia contra os malvados países europeus que financiam a Grécia, o economista que enalteceu o referendo-Varoufakis, que veio para os jornais dizer que votaria não no referendo que votava as medidas inerentes a um terceiro resgate, – vem agora reconhecer que afinal “talvez tenha sobrestimado a competência do Governo grego”, durante uma entrevista à cadeia de televisão CNN.
O prémio Nobel da economia norte-americano, Paul Krugman, que se destacou como um dos mais virulentos críticos das medidas de austeridades impostas a Atenas, reconheceu hoje ter “talvez sobrestimado a competência” do Governo grego. Vai mais longe, quando diz que "nem calculei que pudessem tomar uma posição sem ter um plano de urgência, caso não obtivessem a ajuda financeira que solicitavam", explicou. Descobriu a pólvora, afinal os gregos são inconsequentes, porque fazem braço de ferro sem ter alternativa ao que combatem. “Acreditaram que podiam simplesmente exigir melhores condições sem ter um plano alternativo”, disse o Krugman. Viva a versatilidade. Ora se o tinhamos levado a sério...
ISIS é a maior preocupação em quase todo o mundo excepto na Turquia e no Pakistão que estão preocupados antes de mais com... as alterações climáticas.
Polónia, "top concern": Russia
Israel top concern: Irão