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publicado às 03:27

Desejo e vontade

por Maria Teixeira Alves, em 26.12.14

" É um erro confundir o desejar com o querer.
O desejo mede obstáculos; a vontade vence-os."
Alexandre Herculano

publicado às 18:05

 

publicado às 12:04

I don´t know how to love him

por Maria Teixeira Alves, em 24.12.14

 

publicado às 11:30

Joaquim Goes, o único sem agendas pessoais

por Maria Teixeira Alves, em 23.12.14

De todas as audições da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES a única limpa é a de Joaquim Goes. E perguntam vocês, limpa de quê? Limpa de agendas próprias, de recados, de rancores, limpa de objectivos. 

Joaquim Goes, não vinha com alvos na manga, nem vinha com vinganças e ajustes de contas na agenda, nem vinha com protegidos a defender. Vinha simplesmente responder às perguntas com o máximo da objectividade, sinceridade e técnica. É o único que parece perceber tanto de banca que não tem de provar que tem imensos conhecimentos técnicos, nem ofuscar com termos técnicos e anglicismos, é o único que não tem de ofuscar com indignações e espantos, 

O que disse de interessante? Desde logo desmontou os argumentos de Álvaro Sobrinho.

Angola era o quinto maior país importador. É natural que sejam dadas cartas de crédito abertas a favor de entidades exportadoras portuguesas a pedido das importadoras angolanas. Mas ao contrário do que foi dito (por Álvaro Sobrinho) isso não explica a grande parte dos créditos problemáticos (incobráveis) do BESA.

Até que ponto o BESA controlava a actividade dos clientes importadores? Saberia o BESA se essas entidades tinham actividade que justificasse os pedidos de cartas de crédito? 

Álvaro Sobrinho também disse, na sua audição a 18 de Dezembro, que o BES tinha uma linha de financiamento com 3,3 mil milhões de euros ao BESA mas que esse valor nunca chegou ao BESA e que, além disso, teve de pagar juros de 700 milhões de euros. "Pode ficar depreendido que o BES, como um todo, estava a tirar partido dessas taxas. Mas não é assim", comentou Joaquim Goes, rejeitando a ideia: "não quer dizer que os juros tenham sido pagos (pelo menos metade dos 700 milhões não foram)". Podem ter sido acrescentados à própria linha, admitiu. "os juros (devidos pelo BESA ao BES ) foram acumulando. Uma parte significativa do aumento da exposição foi por esta via". 
O aumento da exposição do BES à ESFG. No fim de Junho Ricardo Salgado deu uma ordem ao BES para reforçar a garantia dada pela ESFG ao banco Nomura, que tinha sido dada para um empréstimo à holding financeira do GES. Tinha dado 5% do BES, mas a desvalorização das acções fez com que o momento trigger fosse atingido e o CEO do banco deu uma instrução directa para o banco reforçar a garantia. Violando assim a regra imposta pelo Banco de Portugal.

Defendeu, pela primeira vez alguém o fez, que devia ter sido dada a mesma atenção que foi dada ao BES à ESFG. Devia também aqui ter sido criada uma comissão para partes relacionadas, por exemplo. Foi aqui que tudo começou a falhar, porque a exposição da ESFG ao GES não cumpriu as recomendações do Banco de Portugal.

Sobre a Escom revelou que apesar de a venda ter ficado adiada, contabilizou-se como tendo sido feita e por isso a Escom escapou às limitações enquanto parte relacionada (e à respectiva comissão de acompanhamento das partes relacionadas). Só em Julho é que foi reconhecida a exposição do BES à Escom. 

A Promovalor de Luís Filipe Vieira, cliente do BES, vendeu alguns activos à BES Vida. Os créditos de 600 milhões do BES ao presidente do Benfica foram reestruturados.

Estas e muitas outras novidades fazem da audição a Joaquim Goes a mais importante.

Joaquim Goes explicou ainda que a nota dada ao risco de incumprimento da ESI andava na casa de 1% para um ano, mas podia ir até 5,5%. E que a ESI tinha uma situação positiva no fim de 2012, pelas contas então conhecidas.

Explicou que Ricardo Salgado pediu directamente ao director do risco o rating da ESI em 2012. 

publicado às 09:33

Num ano tão mau a música ainda salvará alguma coisa?

por António Canavarro, em 19.12.14

 Para a vossa salvação carreguem aqui.

publicado às 11:41

Futuro de Portugal, um oráculo

por Maria Teixeira Alves, em 13.12.14

 

O futuro do país vai ser: chineses e angolanos no topo da sociedade a gerir empresas, hospitais, bancos, etc e a velha elite a fazer bolos para fora e a organizar eventos.

Teremos ainda espanhóis, que ouviram falar do Santini, no Chiado em compras desenfreadas. A Comporta partilhada entre alemães e brasileiros. O Algarve continuará inglês.

Haverá uns guetos de pessoas conservadoras, discretas e austeras, que continuarão a sentir-se o último reduto do bom gosto, a frequentarem restaurantes em conta, e viciados em low-cost. 

As pessoas do leste continuarão operários.

P.S. É favor ler com ironia  

publicado às 20:18

Puro veneno

por Maria Teixeira Alves, em 12.12.14

Os óculos de Amílcar Morais Pires não serão de Ricardo Salgado?

 

publicado às 01:32

Commissaire aux comptes

por Maria Teixeira Alves, em 11.12.14

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Francisco Machado da Cruz ofereceu-se para ir à Comissão Parlamentar de Inquérito responder. O homem que possui a chave da derrocada do Grupo Espírito Santo é fundamental para perceber tudo sobre o GES.

Há muitas perguntas a fazer ao contabilista da ES International, entre elas:

1 - Quais eram os vários cargos que desempenhava nas empresas do GES? 

2 - O que era e o que fazia a ES International, ou seja, qual era a actividade desta sociedade?

3 - Que tipo de operações fez na ES International? 

4 - Como escondeu o passivo?

5 - Quem lhe pediu para fazer essas operações?

6 - Com quem discutia as contas?

7 - Qual era o papel de Ricardo Salgado na gestão da ESI?

8 - Qual era o papel de José Castella na gestão da ESI?

9 - Quais são os accionistas da ESI?

10 - Os accionistas da ESI recebiam crédito dos bancos do grupo para ir aos aumentos de capital?

10 - Qual é a relação da ESI com a Control? Financiou-a?

11 - Há quanto tempo fazia operações para esconder passivo?

12 - Porque nunca consolidaram as contas?

13 - Qual a relação da ES International com a Eurofin? Há cerca de 800 milhões que foram pagos pela ESI à Eurofin, porquê?

14 - Quando se demite? Porque é que se demite nessa altura e porque assume as culpas sozinho? 

15 - Ricardo Salgado prometeu-lhe uma indemnização? De quanto? 

16 - Sabemos que não recebeu logo a indemnização, recebeu mais tarde?

17 - Porque muda de depoimento entre as declarações aos advogados e as declarações à comissão de auditoria da ESFG?

18 - Quem financiava a ESI? 

19 - O que era a ES Enterprises?

publicado às 09:43

Com a verdade me enganas

por Maria Teixeira Alves, em 10.12.14

Vinha com alvos marcados. Carlos Costa (Governador do Banco de Portugal); Pedro Passos Coelho e a Ministra das Finanças. Vinha também mentalizado para não atirar à família, quase conseguiu. Enquanto assisti na televisão, Ricardo Salgado fugiu sempre às perguntas sobre José Maria Ricciardi e assim foi durante toda a tarde. Ao fim do dia fui ao Parlamento assistir ao vivo. Logo por coincidência foi nessa altura que se deu o rompimento do compromisso de não agressão. As promessas foram feitas para se quebrarem e Ricardo Salgado lá perdeu às tantas as estribeiras com as questões sobre as denúncias do primo ao Banco de Portugal. «O doutor Ricciardi teve um comportamento, no mínimo, curioso face ao que deveria ter tido. Se José Maria Ricciardi fez alguma denúncia ao Banco de Portugal é capaz de ter tido alguma contrapartida por isso». «Infame», respondeu mais tarde o primo. 

"As denúncias ao Banco de Portugal decorrem do dever de diligência que compete a qualquer administrador", justificou José Maria Ricciardi.

Ricardo Salgado, nunca perdeu a calma, manteve o mesmo estilo de sempre, agora menos eficaz, é certo, de elogiar os adversários, para os aveludar. O mais óbvio em Ricardo Salgado é a educação perfeita que passa quase a fronteira para uma espécie de um cinismo cómico. Carrega-se de elogios aos adversários a fazer lembrar as crónicas de Camilo Castelo Branco.

Ricardo Salgado aproveitou todas as oportunidades para atingir Carlos Costa. Apostou em duas coisas: na quantidade de críticos ao Governador que se acumulam pelas perdas do caso BES e na vontade dos deputados da oposição de entalar Carlos Costa como forma de fragilizar o Governo. Apostou ainda nos lamentos de Vítor Bento e da sua equipe à Resolução do BES. «O BES não faliu, foi obrigado a desaparecer». De todas as coisas que disse quase todas iam parar ao Governador do Banco de Portugal esse seu grande inimigo, esse grande inimigo do BES. 

As mais evidentes são quando diz que "nunca o Governador me disse que me queria retirar idoneidade". O Governador acabou por desmentir Ricardo Salgado por carta à Comissão de Inquérito. Esta afirmação é paradigmática da táctica de Ricardo Salgado. Carlos Costa nunca lhe disse de caras e de frente: saia do BES porque não lhe vou dar a idoneidade agora que fui chamado a reavaliá-la por causa das eleições no BESI. Por isso a frase de Ricardo Salgado não é inventada. Mas evidentemente que a insistência de Carlos Costa em mudar o modelo de Governo, a insistência para que fosse em Maio (depois adiado para depois do aumento de capital), a insistência em tirar a família do board do BES, a dificuldade em revalidar a idoneidade aos administradores da família no BESI (mais tarde revalida-a apenas para José Maria Ricciardi), eram sinais evidentes de que a idoneidade estava em causa. Aliás o pedido de pareceres jurídicos a catedráticos, apoiado em jurisprudência do STA, a defender a sua idoneidade é a prova cabal de que havia a ameaça de perda de idoneidade. 

«Nunca por nunca pus obstáculos à mudança de Governance» disse o banqueiro. Mas a verdade é que em Maio estava a dizer que não sentia que devesse sair do BES, numa entrevista no Jornal de Negócios. 

Depois quando aceitou ser sucedido sugeriu Amílcar Morais Pires. Aproveitou para entalar o Governador dizendo que nunca Carlos Costa vetou o nome do CFO para presidente do BES. Citando de memória que Carlos Costa sempre lhe garantiu que era competência sua a escolha do sucessor. Mais à frente diz que levou dois nomes ao Governador: Amílcar Morais Pires e Joaquim Goes e acaba por revelar uma coisa que contraria o que tinha dito anteriormente sobre a aceitação de Morais Pires. Diz que o Governador lhe disse que a área da supervisão preferia Joaquim Goes. Mas Ricardo Salgado argumentou com a instabilidade financeira e com a aproximação de um aumento de capital do BES para defender Amílcar Morais Pires como CEO. Ou seja, Joaquim Goes estava ali para disfarçar.

Ricardo Salgado nunca desarmou na sua luta contra o Governador, disse que, depois de Março de 2014, o Banco de Portugal iniciou "persuasão moral" para a sua saída da liderança do banco. Mas que seria mais uma pressão. O que contraria a ideia anterior que nunca soube que o Banco de Portugal queria que saísse, se soubesse «tinha saído na hora». «Bastaria um sinal [do Banco de Portugal] para eu abandonar a liderança do banco». Penso que não faltaram sinais.

"Um nome pode ser apagado da fachada de um banco, mas não da memória de uma família com 145 anos" e "Lamento que se tenha trocado uma marca com 145 anos por uma marca branca", foram as frases célebres do Ricardo Salgado. 

Depois desmentiu que fosse o autor da falsificação das contas da ES International: "Posso garantir aos senhores deputados que nunca dei indicações a ninguém para ocultar passivos do Grupo". Francisco Machado da Cruz é que escondeu o passivo. O contabilista da ESI chegou a garantir que Ricardo Salgado sabia desde 2008 da ocultação de passivos do grupo, mais tarde disse o contrário na comissão da auditoria da ESFG, voltou à mesma tese inicial nas declarações ao Banco de Portugal e ao Ministério Público. 

Ricardo Salgado diz que o contabilista fez isso para bem do grupo. É caso para dizer que o contabilista deu um jeitão.

Bom, aqui voltamos ao com a verdade me enganas. Poderá Ricardo Salgado ter pedido para esconderem passivos? Talvez não. Mas poderá ter pedido ao Francisco que visse uma maneira de não serem (BES) intervencionados pelo Estado. Francisco Machado Cruz quis agradar, e Ricardo Salgado gostou de ser agradado. Sem se comprometer com medidas concretas.

Sabia das dívidas escondidas? Muito provavelmente sim.

Sabia que as contas da ESI não eram consolidadas? Sabia.

 

Foi no entanto desmentido rapidamente por José Maria Ricciardi que diz ter falado com Francisco Machado Cruz, em Lisboa, e que este lhe disse que não actuou por sua iniciativa. Depois de Ricardo Salgado ter falado, Francisco Machado Cruz, que estava incontactável, apressou-se a contactar a Comissão de Inquérito e vai lá. O circo vai pegar fogo.

No dia a seguir Pedro Queiroz Pereira disse que discutiu várias vezes a falta de consolidação de contas nas holdings Espírito Santo com Ricardo Salgado, desmentindo assim o que disse ontem o banqueiro. 

Outra contradição. Ricardo Salgado disse que nem sabia que estava a ser gravado. José Maria Ricciardi apressou-se a ironizar. «Acho extraordinário não se saber, pois as reuniões do Conselho Superior eram gravadas no centro da mesa, onde havia um gravador visível». José Castella usava as gravações para fazer as actas. 

 

Várias vezes, o ex-presidente do BES disse que "ninguém se apropriou de um tostão, nem na administração, nem na família", penso que ninguém acha que houve uma apropriação pessoal de dinheiros por parte da família. O problema é outro, é até onde se foi e o que se fez e quantas pessoas se prejudicou para manter o Grupo Espírito Santo nas mãos da família. 

Ficámos a saber também que não houve nenhum político a receber uma comissão pela venda dos submarinos, com muita pena da oposição. "A garantia que tenho dos administradores da Escom é que não foram pagas comissões a quem quer que seja a nível político", disse.

De Angola e do caso BESA pouco se soube. O banqueiro argumentou com uma regra bancária angolana de obrigatoriedade de sigilo.

Ricardo Salgado disse também não se lembrar de quem eram os accionistas minoritários da ESI. Eu não acredito nisto.

Parece haver uma protecção aos generais angolanos em todo o discurso de Ricardo Salgado.

Álvaro Sobrinho vai à comissão responder aos deputados. Mas terá liberdade para falar do que se passou o BESA? Eis a questão. 

"Houve um erro de julgamento na indicação da pessoa que foi para Presidente da Comissão Executiva do BESA [Álvaro Sobrinho]", disse Ricardo Salgado, sugerindo que foi atacado pelos jornais (Sol e i) que são detidos pelo empresário angolano. A propósito disto disse que ter jornais ia contra a "tradição/regra" do grupo BES, disse o banqueiro lembrando que "apenas" tinha ajudado Balsemão a montar a SIC e o coronel Luís Silva com os jornais DN e JN. Sobre isto não comento. 

Ricardo Salgado revelou ainda que foram feitas ameaças físicas quando teve de tirar Sobrinho do BESA.

O banqueiro atirou a matar também ao primeiro ministro Pedro Passos Coelho porque este recusou dar-lhe uma ajuda ao GES - uma ajuda "temporária". Passos Coelho devolveu a carta enviada por Ricardo Salgado quando em Março o quis alertar para o risco sistémico e os riscos de Angola perder a garantia bancária. 

Ricardo Salgado tem a convicção profunda que estiveram a um passo de salvar o Grupo. Faltou o aumento de capital da Rioforte que esteve quase a ser concretizado. "A sentença de morte veio quando não foi possível fazer o aumento de capital da Rioforte", disse. Enfim, a mesma convicção que o levou a meter toda a gente à última da hora naquele buraco. O ring fencing é que matou o GES, pensa e diz Ricardo Salgado.

"Perdoarão pois que ouse continuar a pensar que, modestamente servi, com idoneidade, nas tarefas que me foram confiadas no exercício da minha profissão ao longo de 40 anos", disse o banqueiro. 

 

Ricardo Salgado recusou mais uma vez falar sobre os 14 milhões recebidos do construtor José Guilherme, invocando segredo de justiça (nunca o Monte Branco lhe deu tanto jeito). Mas disse que o construtor era seu amigo desde os anos 70 e que é mais credor do que devedor do BES. 

Faltou falar sobre os clientes. Porque é que depois de ser conhecida a proibição da venda de papel comercial aos balcões do BES a ESFG continuou a distribuí-los nos seus bancos da Suíça, Dubai, Miami, etc? Ninguém parece quer saber dos clientes. 

 Faltou ainda perguntar a Ricardo Salgado porque é que a Tranquilidade investiu em papel comercial da Rioforte acabando por levar a companhia a uma situação de insolvência? De quem partiu a ordem para esse investimento e a quem foi dada?

Ricardo Salgado explicou e bem, e depois José Maria Ricciardi completou, o circuito das obrigações de longo prazo a cupão zero. O acordo de recompra foi já executado no reinado de Vítor Bento. A recompra permitiu salvar os clientes que estavam numa SPV do Crédit Suisse e por isso não iam ser abrangidos pela provisão imposta pelo Banco de Portugal. Mas porquê aqueles clientes? Porque não todos? Quem eram aqueles clientes que Ricardo Salgado teve a preocupação em salvar, criando um buraco no BES de 780 milhões?

«O BES não faliu. O BES foi forçado a desaparecer». Foi forçado? A tese é que as provisões eram exageradas para criar um prejuízo de 3,6 mil milhões de euros no BES, o que levou à situação de insolvência do banco (capitais abaixo dos mínimos). Mas e a que se devem tantas provisões?

É preciso não esquecer que as provisões foram recomendadas pela auditora. 

Outras frases a reter:

"Tenho uma carga pesadíssima em cima de mim. Há responsabilidades do nosso lado. Mas também há responsabilidades de outros lados", disse sem explicar para não atacar a família. 

"Nunca fui uma pessoa presunçosa", disse o banqueiro e isso parece-me bastante sincero.

 "Esta classificação do 'dono disto tudo' é irrisória. Para mim, 'dono disto tudo' é o povo português", é uma frase de campanha. 

 

José Maria Ricciardi veio a seguir com aquela sinceridade desconcertante que eu descrevo no meu livro (que aliás tem muito do que se tem revelado nesta comissão de inquérito). Pedro Queiroz Pereira chega a dizer que é uma pessoa aberta «não tão aberta como José Maria Ricciardi», disse em tom irónico. Por aí podem ver a fama que o banqueiro Ricciardi tem. Mas a verdade é que Pêquêpê também disse aos deputados que as irmãs de Ricardo Salgado faziam bolos para fora, o que não abona nada a favor da discrição. É certo que foi dito para desmentir as boas intenções de Ricardo Salgado em ajudar as irmãs, quando entrou pelas holdings Queiroz Pereira a dentro. Na verdade para Pêquêpê, que disse que Ricardo Salgado tinha um problema com a verdade, o banqueiro queria era usar o cash flow das suas empresas para salvar o universo GES então enterrado em dívidas, e ainda nem se tinha descoberto o passivo oculto. Mas é preciso que se diga que Ricardo Salgado sempre ajudou as irmãs. Pedro Queiroz Pereira não tem razão aqui.

As audições de Álvaro Sobrinho e de Francisco Machado da Cruz serão muito importantes. 

Os motivos políticos que precederam esta comissão correm o risco de ficarem esvaziados. 

publicado às 21:21

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