Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Não percebo esta histeria das indignações por Pedro Passos Coelho se ter sentado à mesa com José Maria Ricciardi. Mas há alguma coisa contra o presidente do BESI que o impeça de ser banqueiro? Ou só por se chamar Espírito Santo tem de passar a usar uma marca na lapela? Porque não pode o Primeiro Ministro jantar na mesma mesa com vários banqueiros incluindo o José Maria Ricciardi, que é presidente do banco de investimento? Será que ainda se lembram que José Maria Ricciardi foi um dos que denunciou o caso BES e que foi um dos que quiseram tirar de lá Ricardo Salgado «por motivos que se dispensou de revelar»? Arranjem motivos válidos para indignação, please!
P.S. Alguém se indigna por Ricardo Salgado e Mário Soares se visitarem?
“As acções não geram reações, nem todo crime tem castigo, os bumerangues não voltam para nossa mão, a bondade não gera obrigatoriamente bondade, na maior parte apenas ingratidão ou uma gorjeta que mal dá para um pingado (…) Estamos apenas fugindo das pequenas humilhações diárias, quando não das grandes. Estamos correndo da nossa incapacidade de conseguir um amor, um bom emprego, ou simplesmente a paciência do cretino buzinando atrás”, escreveu o autor do A Norte de Mim Mesmo.
Começam hoje os trabalhos de Comissão de Inquérito ao caso BES. Bem sei que ficou definido que, no prazo de dez dias, ou seja, até 19 de Outubro, os partidos terão de entregar requerimentos e pedidos de audição. Havendo 10 dias para que sejam apresentadas as pessoas que os partidos querem ouvir nesta comissão de inquérito. Mas até agora o que se ouviu é que se vai chamar os elementos da troika. Quer tudo saber quando é que a Comissão sabia que o BES teria de ser alvo de uma Resolução. O Bloco de Esquerda vai apresentar requerimentos para ouvir os membros da 'troika' na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, anunciou hoje a deputada Mariana Mortágua. Querem todos saber quando é que o Governo sabia, quando é que o Governador sabia.
Mas pergunto interessa alguma coisa saber como chegou o BES até esta situação de ruptura? Como é possível que Ricardo Salgado não seja o primeiro a ser nomeado para uma Comissão de Inquérito ao caso BES? Como?
Mas alguém quer mesmo saber o que se passou ou querem arranjar pretextos políticos para tentar entalar o Governo?
Como é que não está tudo já a pedir aos banqueiros, Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, Ricardo Abecassis Espírito Santo, e outros como Manuel Fernando Espírito Santo que era chairman da Rioforte e João Pena CEO para irem ao Parlamento. Como não chama o contabilista da ESI, Francisco Machado Cruz? Como não se chama o presidente do ISP, para saber o que foi feito nas companhias de seguros Tranquilidade, ES Seguros e BES Vida (atentem a esta)? Como não chamar os administradores envolvidos no caso Tranquilidade? Como não chamar os da PT, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Luís Pacheco de Melo? Até diria mais, como não se chama Álvaro Sobrinho que contribuiu para a ruína do BES com os créditos marados no BESA? Mas aonde é que pensam que o BESA se financiava para dar crédito? Como é que não convocam os que assistiram áquilo? José Maria Ricciardi já se disponibilizou caso quisessem para responder. Ou será que o caso BES, para os deputados, passa ao lado dos banqueiros da família? Se forem sérios, a troika, o Governo, o Banco de Portugal são os figurantes do verdadeiro caso BES. Ou no limite para chegarem a até eles, muitos inquéritos têm de fazer antes.
O Jardim da Casa-Museu Passos Canavarro, em Santarém, numa tarde outonal...
"A maior debilidade da economia portuguesa são os gestores, não são os trabalhadores", disse o Governador, reconhecendo que, também por isso, as PME "são muito sensíveis a pequenos acidentes financeiros", o que, por sua vez, "influencia o balanço dos bancos".
Faço minhas as palavras do Governador. O problema de Portugal é a mediocridade de alguns gestores.
Da exposição da Sala do Veado, de Ana Vidigal, interessou-me sobretudo o texto que reproduzo aqui.
"Oú va-t-ón?"
Tudo isto são restos. Restos de momentos que ninguém quis, porque não gostaram de se ver, restos do primeiro filme em que me lembro de ter chorado. Restos de frases que roubei, de textos que me deram, de coisas que li e nunca esqueci. São coisas assim aos cacos mas todas juntas. E é tudo uma contradição. Enquanto luto pelo esquecimento da imagem capturada, procuro uma nova que só existe provocada pela sensação da que está por baixo. Mas acho que isto é o normal para quem quer mostrar o seu passado, tapando-o. No fundo, no fundo andamos sempre a jogar às escondidas.
Interessante texto.
O texto de apresentação da exposição da Ana Vidigal pôs-me a pensar em qual o primeiro filme em que chorei. Tem graça, mas acho que foi num desses filmes pascais, foi com a história de Jesus Cristo a primeira vez que chorei num filme. Jesus de Nazaré, acho que se chamava assim. A mim o Bambi não me marcou nada. Nem sequer me lembro especialmente. Adorei a Gata Borralheira, ou Cinderela, era o meu filme preferido, e depois talvez a Bela Adormecida. As fábulas com animais nunca me interessaram especialmente. Porque será?
Nas séries de televisão lembro-me de adorar o Flash Gordon; a Wonder Woman; O crime disse ela; os filmes baseados nos romances da Agatha christie também gostava e gosto muito. Gostava imenso de uma série que se chamava os pequenos vagabundos e lembro-me de estar apaixonada pelo Jean-Loup.
A minha infância era isso.