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Juan Carlos foi fundamental na transição entre a ditadura de Franco e a democracia, um processo que prova como o militar foi bem mais inteligente e menos egoísta que o professor. E em Espanha não existiram os sobressaltos que nós passamos, mesmo apesar de uma falhada intentona militare. Não obstante, o seu reinado teve altos e baixo, principalmente os últimos tempos em que surgiram, um pouco por todo o lado, atitudes pouco aceitáveis a mancharem o registo do monarca, como seja a notícia de uma presumível infidelidade conjugal. Os demais membros da família real, e em particular as infantas, não ajudaram nada à festa com casamentos tudo menos perfeitos. O futuro Rei, Filipe, é o único que se portou bem e prova ser particularmente inteligente. Desde logo ao escolher para sua mulher uma pessoa do povo, neta de um taxista. Se por um lado a coroa espanhola perdeu as últimas gotas de sangue azul (mas isto já se tornou banal nas mais diversas casas reais europeias), por outro aproximou a coroa das pessoas.
Há, no entanto, uma questão que não pode ser ignorada e que fará correr muita tinta, e que é naturalmente liderada pela esquerda republicana (que tem o “porta estandarte” na Esquerda Unida): qual a legitimidade que Filipe tem para reinar numa sociedade é profundamente republicana e (também) assumidamente conservadora? Por outro lado, qual é a reacção dos “povos espanhóis” a um futuro rei quando sabemos que muitas das suas nações (País Basco, Catalunha, etc…) procuram tornar-se independentes?
Estas e outras questões foram bem sintetizadas por Willy Meyer, cabeça de lista da esquerda Unida ao Parlamento Europeu, quando hoje 'tweetou': "se Felipe quer ser chefe de Estado e quer ter a confiança do povo, que lhes pergunte". Argumentando que "a democracia do século XXI exige que se convoque um referendo vinculando todo o povo a decidir se quer monarquia ou república?”
Da minha parte estou expectante, e particularmente deliciado como correrão os próximos dias de “nuestros hermanos”, sabendo de antemão que nada será como dantes!
P.S. - Finalmente também me parece, como como disse esta tarde D. Juan Carlos, que Filipe tem todas as condições para ser um excelente soberano.
A ver vamos!
Não fui ao Rock in Rio. Aliás, nunca fui a qualquer edição deste festival bianual de música que se realiza em Lisboa. No entanto, e graças à SIC Radical, e no conforto do lar, assisti a quase todos os concertos. Na memória ficarão os últimos concertos de sábado: o de Lorde, a “teen” neozelandesa, que com os seus 17 anos mostra uma maturidade a todos os níveis invulgar, e o dos canadianos Arcade Fire: há muito tempo que não via, nem ouvia algo assim: simplesmente arrepiante!
Rei de Espanha abdica do trono e Letizia Ortiz já tatuou uma coroa no braço. Afinal, a Rainha é ela!
Trés bien cette chanson