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Parabéns ao Irão de Carlos Queiroz

por Maria Teixeira Alves, em 21.06.14

Não percebo nada de futebol, mas sei que o meu tio merece os parabéns porque pôr uma equipa de segunda linha num Mundial a fazer frente à Argentina que tem o melhor jogador do mundo, ou segundo melhor (sei lá), Messi, até ao minuto 90, é obra. 

 

Eis o que diz o Record: A Argentina apurou-se para os oitavos-de-final do Mundial'2014, depois de bater (com muito sofrimento) o Irão. Um fantástico golo de Messi à beira do fim foi decisivo para quebrar a resistência persa que, ressalve-se, ameaçou várias vezes chegar ao golo e pode queixar-se de um penálti não assinalado a seu favor. Mas o génio de La Pulga, que esteve algo desaparecido, acabou por ser fundamental.

publicado às 19:14

Coisas que só se podem dizer no Twitter

por Maria Teixeira Alves, em 21.06.14

 

 

 

 

publicado às 15:00

Chega de cronistas preguiçosos

por Maria Teixeira Alves, em 21.06.14

Não é aceitável. Não é admissível. Não é inteligente. Não é honesto que se diga isto: "O actual governo mereceu também da banca todos os elogios e retribuiu em espécie, impedindo que qualquer legislação que diminuísse os lucros da banca passasse no parlamento, ou ficando como penhor de bancos que em condições normais iriam à falência, mesmo numa altura em que já era difícil alegar crise sistémica!"

 

José Pacheco Pereira é inteligente e devia ser menos "jornaleiro" do que é. Não se pode ter razão assente em falsidades. Todo o edificio de opinião fica em causa "por causa" da ignorância que demonstra sobre os temas que opina. O que é que custa ir saber como é que funciona o capital de um banco? O que é que custa perceber minimamente de contabilidade bancária antes de opinar. É que se até tem razão nalgumas coisas - como por exemplo nisto "Os Espírito Santo frequentavam os gabinetes de Sócrates, elogiaram-no até ao dia em que o derrubaram, quando os seus interesses estavam em causa pela ameaça de bancarrota" - depois quando fala do plano de recapitalização da banca como mais um esquema de compadrio do governo português com os banqueiros, revela um pensamento completamente tendencioso, ignorante e baseado em mentiras. 

O plano de recapitalização da banca é EUROPEU. É obrigatório. Não passa por nenhuma relação de Passos Coelho com Ricardo Salgado. 

 

Os bancos portugueses tiveram de ser recapitalizados porque a EBA (Autoridade Bancária Europeia) obrigou os bancos a contabilizarem a divida soberana de longo prazo aos preços do mercado. Isso provocou menos-valias potenciais que tiveram de ser registadas no capital, e criou um défice deste. Depois em Janeiro entraram em vigor as novas regras sobre requisitos de capital (definidos na directiva CRD IV, que aglutina as exigências contabilísticas de Basileia III), que exigem um common equity tier I (capital puro e duro sem incluir outros instrumentos de capital) de 7%, mínimo. 

Há os testes de stress, há o asset quality review, há uma série de iniciativas que nos ultrapassam (e é preciso não esquecer que os bancos da UE tenderão a uma união que os divorcie do risco país) e que provocam alterações no capital.

Pacheco Pereia devia saber que o capital é contabilístico. A mudança de regras contabilísticas abrem frestas no capital dos bancos. O que não é contabilístico (grosso modo) é o dinheiro que lá têm de pôr os accionistas. 

 

Eu não percebo porque é que os opinion makers consagrados são tão preguiçosos. Ao produzir semanalmente opiniões baseadas em aparências Pacheco Pereira cai no pecado que aponta aos outros.

 

Já no outro dia, o José Quintela, que eu gosto imenso de ler, escreveu um artigo giríssimo sobre o Sr. Inércia do BES; referindo-se ao commissaire aux comptes Francisco Machado Cruz, que Ricardo Salgado personalizou numa entrevista, com erros técnicos. Estava verdadeiramente com graça e bem apanhado, mas confesso que me custou ver esta frase "Provavelmente por não estar com pachorra para abrir o Excel, o Sr. Inércia não registou os 1200 milhões de euros de dívida do BES, uma quantia que coloca o banco na falência técnica". Ora isto é mentira. Quem está em falência técnica é a ES Internacional, que é uma holding da família que em termos directos, expurgando todos os interesses minoritários, não controla mais de 3% a 4% do BES. O banco obviamente não está em falência técnica, porque isso é uma questão de rácio de capital. Confesso que esta mentira do artigo, para mim, estragou um bocadinho o texto do José Quintela. 

 

Voltando ao tema Pacheco Pereira. Para esclarecer: 

No âmbito do Programa de Assistência acordado com a Troika, os principais grupos bancários, incluindo o Grupo BES, têm vindo, trimestralmente, a apresentar e a discutir com aqueles parceiros internacionais e com o Banco de Portugal os respectivos planos de financiamento e de capital (Funding and Capital Plan). O plano visa alcançar, no final de 2014, um rácio "crédito/depósitos" inferior a 120%, um rácio de financiamento estável de 100% e a manutenção de um rácio Common Equity Tier 1 mínimo de 7%, como definido pelo Banco de Portugal no Aviso 6/2013 e de acordo com o novo enquadramento regulamentar estabelecido na Diretiva 2013/36/UE e Regulamento (UE) nº 575/2013, de 26 de junho de 2013, ambos do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu.

publicado às 13:49

O Grito do Ipiranga de José Maria Ricciardi

por Maria Teixeira Alves, em 20.06.14

Aí está o desfecho do BES: 

José Maria Ricciardi prepara-se para autonomizar o BES Investimento, que passará a ter sede em Londres. Como é que o vai fazer?

Vai fazer um mega aumento de capital que diluirá a participação do BES no seu capital e para esse aumento entrará um parceiro internacional. 

José Maria Ricciardi percebeu que é uma questão de tempo até a família deixar de ter uma participação relevante no BES e não vai perder tempo. 

É uma jogada de antecipação inteligente.

 

"O signatário, José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi, vem transmitir publicamente que irá optar por desenvolver a sua carreira bancária no Banco Espírito Santo de Investimento, onde exerce o cargo de Presidente da Comissão Executiva, apostando num projecto de natureza estratégica que pressupõe a separação da banca de investimento da banca comercial, de harmonia com o modelo de governance que tem vindo a ser desenvolvido no mercado bancário internacional. 

Tendo já sido reconhecida a sua idoneidade pela Entidade de Supervisão e o registo do seu mandato, propõe-se desenvolver uma parceria internacional que passará por um aumento de capital de significativa envergadura no Banco Espírito Santo de Investimento, o qual contribuirá não só para o reforço da implementação da Instituição e da sua capacidade de intervenção no mercado, como ainda para a obtenção de consideráveis benefícios para a economia nacional.

José Maria Espírito Santo Ricciardi"

publicado às 19:35

A Plebeização do Banco Espírito Santo

por Maria Teixeira Alves, em 20.06.14

Ainda bem que o BES conseguiu evitar que o Estado entrasse no seu capital. A família Espírito Santo não queria de maneira nenhuma pôr o seu banco a ser mandado pelo Estado. De maneira nenhuma! Ainda bem que conseguiram evitar ser intervencionados por entidades públicas para não se repetir a perda do banco que sofreram em 1975. Parabéns!
Basta olhar para o novo Conselho de Administração (incluindo Comissão Executiva) para ver que a família Espírito Santo continua a ser dona do BES, vê-se logo.

Alberto Alves de Oliveira Pinto - Presidente substituído por Paulo Mota Pinto

Ricardo Espírito Santo Silva Salgado - Vice-Presidente substituído por Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires
Bruno Bernard Marie Joseph de Laage de Meux – Vice-Presidente
José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva substituído por Ana Rita Gomes Barosa

António José Baptista do Souto

Jorge Alberto Carvalho Martins

Aníbal da Costa Reis de Oliveira

José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi substituído por Isabel Maria Carvalho de Almeida Bernardino

Rui Manuel Duarte Sousa da Silveira

Joaquim Aníbal Brito Freixial de Goes

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva sai do Conselho de Administração

João Eduardo Moura da Silva Freixa
Nuno Maria Monteiro Godinho de Matos

Pedro Mosqueira do Amaral sai do Conselho de Administração
Isabel Maria Osório de Antas Mégre de Sousa Coutinho
João de Faria Rodrigues

Marc Olivier Tristan Oppenheim

Vincent Claude Paul Pacaud

Rita Maria Lagos do Amaral Cabral

Stanislas Gerard Marie Georges Ribes

Horácio Lisboa Afonso

Pedro João Reis de Matos e Silva

Xavier Musca

 

É, antes de mais, a "plebeização" do BES! Uma verdadeira Revolução Francesa! :)

 

Ironia à parte, o BES não recorreu ao dinheiro do Estado para se recapitalizar, não emitiu CoCo´s (obrigações convertíveis em capital contingente) para o Estado subscrever, não tem o Estado no capital, mas a verdade é que acabou por perder o controlo do banco. Evitou que o Estado tivesse poder no seu Conselho de Administração mas acabou por cair nas mãos do poder do Banco de Portugal, que é uma entidade pública e tutelada pelo Ministério das Finanças. 

Nem no tempo do PREC o desmantelamento de um império familiar foi tão bem sucedido. Para quê chaimites, armas e cravos? Para quê? Há caminhos mais subtis e mais eficientes.

 

 

publicado às 14:54

Moda de verão

por António Canavarro, em 20.06.14

A Maria tem razão, as "marradinhas" estão mesmo na moda. Pois estão!

 

 

publicado às 12:42

Ricardo Salgado: O bom, mau e o vilão

por Maria Teixeira Alves, em 19.06.14

Ricardo Salgado sai do BES em cima de fazer 70 anos (a 25 de Junho). Deixa o BES capitalizado mas não conseguiu conter a difamação. Pelo contrário, a partir de dado momento a sua presença à frente do BES agudizava a difamação. Penso que Ricardo Salgado sai para poupar o banco. A sua, bem oleada, máquina de comunicação deixou de conseguir travar o desaire. 

O BES deve tudo a Ricardo Salgado: deve o bom, deve o mau e deve o vilão. O BES não seria o que é hoje se não fosse a inteligência, a sabedoria, e a diplomacia de Ricardo Salgado. O genial de Ricardo Salgado levou-o a destacar-se entre a família Espírito Santo (quando há muitos e um se destaca, isso é de um enorme mérito que é preciso reconhecer). Foi essa inteligência que o levou a ser o escolhido para liderar os destinos do BES, decorria o ano capicua de 1991. É a partir do estrangeiro que participa na reconstrução do Grupo Espírito Santo, primeiro a partir do Brasil (1976-1982) e depois a partir da Suíça (1982-1991), de onde regressa para investir em Portugal. Começou pela criação do Banco Internacional de Crédito em 1986, quando a Constituição da República Portuguesa ainda não permitia as reprivatizações.

Todo o seu percurso é feito numa tentativa de fazer do BES um grande banco português e um banco aliado do país. Ricardo Salgado é um banqueiro, daqueles à antiga, que tem uma estratégia para o banco mas também tem uma estratégia para o país. Mas, e há sempre um mas em todas as histórias, não resistiu ao pacto com o poder político que é um pacto com o diabo (seja ele cá ou em qualquer outro país). Esse foi o pecado do banqueiro. O poder é apenas uma sugestão.

A vaidade de Ricardo Salgado foi querer ser o fiel da balança política. Seja em Portugal, seja em Angola, os compromissos com o Estado podem descambar em coisas menos ortodoxas. Depois a tentação de, através do crédito, ajudar quem precisa, corrigir as injustiças, dar gás aos projectos, ajudar os amigos leais, tudo isso são vicissitudes com que se depara qualquer presidente de um banco. Mas às tantas, os amigos são muitos, os desfavorecidos são muitos, os parentes são muitos, os injustiçados são muitos, os buracos de um país são muitos e o banco começa a ser pequeno demais para acudir a tantos. Os apoios começam a cair aqui e ali, depois quando já se está à beira do abismo há sempre quem esteja disponível para dar o empurrão final. 

O bisneto de José Maria do Espírito Santo Silva e neto pela mãe de Ricardo Ribeiro do Espírito Santo Silva, é o primeiro presidente do BES a sair vivo da função. Até hoje os presidentes do BES eram como os Reis numa monarquia, não abdicavam, morriam. 

Ricardo Salgado vai agora defender com unhas e dentes Amílcar Morais Pires para presidente. É preciso que se diga que Amílcar Morais Pires é fundamental no BES, o banco deve à sua credibilidade junto dos investidores o sucesso do último aumento de capital.

Ricardo Salgado sai. Não ficará nem sequer Chairman. Ficará num comité estratégico do banco. Um lugar simbólico.

José Maria Ricciardi tem fortes possibilidades de assumir a presidência do BES, se não a executiva pelo menos a não executiva. 

publicado às 19:32

As "marradinhas" estão na moda!

por Maria Teixeira Alves, em 19.06.14

publicado às 13:08

Baby boom

por António Canavarro, em 19.06.14

 

Em 1973, em Nova York, na sequência de um enorme apagão elétrico, nasceram imensas crianças.

Hoje, e sem explicação aparente, o Facebook foi vítima de um apagão que durou cerca de meia hora, pelo que restam 9 meses para ver se foi uma estratégia do Mark Zuckerberg que anda preocupado com a baixa natalidade que se sente em todo o mundo ocidentalizado? 

publicado às 11:20

El Rey

por António Canavarro, em 19.06.14

publicado às 10:29




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