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Freud: Sabe Carnap que o carro é o mais fálico dos peões. Não me surpreende que seja o mais popular e que tenha sido o escolhido por si.
Carnap: Sabes Freud, alguma vez pensaste para ti próprio que talvez, só talvez, nem todas as pessoas na Terra estejam obcecadas com pénis, alguma vez pensaste "sou só eu é que estou obcecado com isso".
Freud: E no entanto, reparei que comprou agressivamente todos os caminhos de ferro.
Carnap (desesperado): Porque valem mais juntos!
Nietzsche: Eu fiquei feliz de me ter visto livres delas. São as cartas que menos contribuem para chegar ao topo.
Freud: Sabes que o propósito do jogo não é coleccionar uma carta de cada cor, não sabes Nietzsche?
Nietzsche: O meu portfólio de propriedades pode ser fraco, mas a minha vontade é forte, pelo menos não segui a carneirada que compra cada rua onde pára.
Freud: Pára de confundir a tua obsessão em ser diferente com um traço forte e irresistível de personalidade. Tu és terrível ao Monopólio, o que é mais um sinal de que te consideras um Super-Homem. Nunca vi tantos complexos por resolver na minha vida.
Nietzsche: Isso vindo do homem que copiou metade das minhas ideias e que depois reclama nunca me ter lido...
Carnap (que é o pai do positivismo lógico, para quem só existia o que tinha lógica e se podia provar): Tu sabes Freud que as tuas teorias não provam nada de nada. É tudo inverificável, é tudo non sense metafísico; e totalmente sem sentido.
Freud: Tão desprovida de sentido como a tua relação com a tua mãe?
Carnap (desesperado): A minha mãe tinha muito com que lidar, ela fez o melhor que pode.
Freud: Ah!Sim, agora sim estamos a fazer alguns progressos!
Nietzsche: É a tua vez Marx!
Marx: Muito Bem!
Marx lança os dados e sai 6.
Freud: Olhem para isto, um seis. Isto leva-te aonde, ora deixa ver, certo, no passeio das minhas propriedades com os hotéis em construção. E isso parece-me que te deixa um bocado pobre, uma vez que já estavas com pouco dinheiro. Vais ter de vender propriedades Marx.
É isto o grande teórico económico! Tu nunca foste muito bom em finanças pessoais, pois não?
Marx depois de pensar numa saída, vira o tabuleiro e acaba com o jogo: Revolução!
Putin entrou pela Crimeira adentro sem grande sobressalto.
«A República da Crimeia é considerada como integrada na Federação da Rússia a partir da data da assinatura do acordo», indicou o Kremlin num comunicado, divulgado nesta terça-feira.
Está a cumprir-se o veredicto. Há uns dias ouvi o José Milhazes, jornalista especialista em Rússia, dizer que Vladimir Putin ia esperar pelo resultado do referendo e ocupar a Crimeia. Foi exactamente assim. Milhazes dizia que Putin iria tentar ocupar também a Ucrânia Oriental, onde a maioria da população é também pró-russa. O Ocidente não tem alavancas para pressionar Putin. Se acabarem os vistos, a Europa também vai sofrer com essas sanções porque perde os turistas. O turismo russo é um dado importante.
No entanto Putin já disse a alto e bom som que não vai entrar pela Ucrânia. Mas neste seu sonoro anúncio lê-se um aviso subtil, como que a dizer ao Ocidente e à Ucrânia, se não levantarem ondas a esta "anexação" isto pode ficar por aqui. «Quero que me oiçam: não acreditem naqueles que receiam que, depois da Crimeia, outras regiões se seguirão. A Rússia não quer dividir a Ucrânia. Não precisamos disso», disse Putin, referindo-se às regiões do leste e sudeste da Ucrânia, de população maioritariamente russa, as quais, afirmou, serão defendidas por meios políticos e diplomáticos.
Putin quer a Crimeia e tem a Crimeia, mesmo que comece por dizer: «No que diz respeito à Crimeia, sempre foi e será russa e ucraniana e crimeo-tártara», acrescentando que a república autónoma «deve estar sob soberania da Rússia».
No mesmo programa da SIC, Carlos Gaspar (professor) lembrava que o tratado de Budapeste, se for rompido, a Ucrânia pode voltar a ser um Estado com armas nucleares. O Tratado é rompido a partir do momento que a Rússia invade a Crimeia e agora os Estados Unidos e a União Europeia serão chamados a defender militarmente a Ucrânia. O Tratado foi rompido.
Em poucas horas, o novo Conselho de Estado da República da Crimeia pediu formalmente a integração na Rússia, anunciou a nacionalização de duas grandes empresas de gás ucranianas (a Chornomornaftogaz e a Ukrtransgaz) e deu três opções aos militares ucranianos: integrarem as forças armadas da Rússia, partirem para a Ucrânia ou mudarem de profissão.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergui Aksionov, e outros dirigentes da península, na presença dos membros das duas câmaras do parlamento russo, dos governadores e dos membros do governo russo. Tudo aparentemente limpo, mas a verdade é que um soldado ucraniano já foi morto a tiro durante uma invasão a uma base militar ucraniana nos arredores de Simferopol, capital da Crimeia e o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, já disse que "o conflito passou da fase política à fase militar". "Hoje as tropas russas começaram a atirar sobre os nossos soldados - é um crime de guerra", disse o governante.
Será improvável que o ministro russo se sente à mesa com o seu congénere ucraniano, uma vez que Moscovo insiste na ilegitimidade do novo Governo de Kiev. Por isso agora espera-se qual será a resposta da Ucrânia e dos seus aliados (segundo os acordos de Budapeste, os EUA e a UE terão de defender a Ucrânia de qualquer invasão russa)?
Para já, a UE e Estados Unidos anunciaram o congelamento de bens e a revogação de vistos de vários políticos russos e ucranianos. Barack Obama tinha dado uma autorização executiva para a aplicação de sanções a 11 cidadãos russos e ucranianos, seguindo a mesma lógica de Bruxelas. Mas o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozin foi o primeiro a desvalorizar as sanções: "Camarada Obama, e o que fará àqueles que não têm contas nem bens no estrangeiro? Ou não pensou nisso?", "Acho que o rascunho da ordem do Presidente dos EUA foi feito por algum brincalhão".
O impacto das sanções foi praticamente nulo. Os mercados financeiros também não acusaram o anúncio das sanções sobre a Rússia. Durante a tarde, a Bolsa de Moscovo contabilizava ganhos de 3,7% e o rublo tinha recuperado algumas perdas iniciais.
A reacção reflectia o sentimento dos investidores em relação ao carácter apenas simbólico das sanções, uma vez que não incluíram administradores de grandes empresas russas como se chegou a antecipar. Na sexta-feira, o jornal alemão Bild noticiava que Alexei Miller, presidente executivo da Gazprom, e Igor Sechin, presidente da Rosneft, estariam na lista da UE.
O que quer isto dizer? Que a reacção dos EUA e da UE é apenas simbólica. Ninguém se quer meter com os russos.
A União Europeia está numa situação mais delicada que os Estados Unidos, pois tem no seu seio movimentos separatistas (nomeadamente em Espanha e Reino Unido). A fraca actuação sobre a Rússia na "emancipação" da Crimeia, poderá levar a que outros povos com impulsos separatistas se sintam tentados a autonomizar-se. Por exemplo a Catalunha. Hoje saiu o resultado do último inquérito do Centro de Estudos de Opinião da Generalitat (o governo regional) que mostra que quase 60% dos catalães querem que a Catalunha seja um “novo estado da Europa”. A Geografia está a mudar.
"Ser grande é ser incompreendido" "Só os medíocres é que são populares" "O verdadeiro inimigo da humanidade é o homem".
The one and only Oscar Wilde
Mal soube da morte de Medeiros Ferreira liguei a uma pessoa amiga a dar-lhe a triste notícia. Sabia da amizade que tinha por ele, e em casa de quem tive o prazer de o conhecer. Recordo-me, ainda hoje, desse jantar e da sua simpatia.
Embora não tenha as mesmas convicções políticas, sempre o achei um dos pilares da democracia portuguesa. Ele foi também, enquanto historiador, um dos vultos mais sólidos da nossa academia, pelo que será um intelectual que fará falta a este país. Pois, como escreveu o Presidente Cavaco Silva, em missiva endereçada à família, ele «ao longo da sua vida, teve destacada e exemplar intervenção cívica, sendo, na verdadeira aceção da palavra, um homem de pensamento e de ação. Os portugueses reconheciam em José Medeiros Ferreira um dos intelectuais mais notáveis do país, que sempre se caracterizou pelo amor à liberdade e pela independência de espírito»
Ainda sobre o Manifesto dos 70 (ou 74):
Vale a pena ler o que escreve o Pedro Lino da DIF Broker e a economista-chefe do JP Morgan.
Ora leiam o Pedro Lino:
Quando um país tem défice orçamental, os aumentos salariais acima da inflação e os gastos supérfluos têm que ser financiados por dívida. Alguns dizem que os culpados são os banqueiros que nos aliciam e emprestam a juros absurdos. Ora qualquer agente económico rejeitaria um empréstimo caso a taxa de juro proposta não fosse por si comportável, algo que não acontece no sector público. Na realidade, os políticos habituaram-se a utilizar a máquina de impressão de dinheiro para camuflar a sua incompetência de gestores da causa pública, pois não existe a prestação de contas pela dívida que contrataram.
ou
Portugal tem como principais credores a 'troika' a quem deve 80 mil milhões de euros e o BCE que detém 22 mil milhões de Obrigações do Tesouro, ou seja combinados detêm 47% do total da nossa dívida. O que o manifesto defende é o incumprimento ou para com a 'troika' ou para com os restantes credores, onde se incluem bancos, famílias, e o próprio estado, através da segurança social.
É irresponsável falar em reestruturação de dívida acima dos 60% relativamente ao PIB quando todos os meses temos que pedir dinheiro aos nossos credores para pagar salários e pensões. Muitos dos subscritores, que são pensionistas, deviam saber que é dinheiro de dívida que lhes está a ser pago, e que será suportado pelas gerações futuras.
Se este documento fosse lei, ninguém emprestaria ao estado português, ou a outro agente económico português, com receio de confisco da propriedade.
E agora a economista-chefe do JP Morgan, Elga Bartsch:
O banco Morgan Stanley vê pouca margem de manobra para uma restruturação da dívida portuguesa, pois tal afectaria o sistema financeiro nacional: "Em termos de restruturação da dívida soberana, penso que já não haveriam muitos benefícios em Portugal porque, se se decidisse reduzir o valor [writedown] das obrigações do Governo, desencadear-se-ia quase imediatamente uma recapitalização do sistema bancário. Ou seja, o resultado não seria uma redução do valor da dívida do país, mas uma transferência de um lado para outro", disse hoje à agência Lusa durante um briefing para jornalistas em Londres.
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"Uma grande parte da dívida de Portugal - e ainda mais da Grécia - foi beneficiada pela extensão de maturidades e redução dos juros e isso não é considerado nessas análises".
Outra opção segundo Elga Bartsch, "seria a possibilidade de Portugal beneficiar de algum alívio por parte da 'troika'", ao que acrescentou: "Mas tendo em conta que os empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilidade já são bastante baratos e as maturidades longas, não penso que seja possível fazer algo mais".
A economista-chefe para a Europa do banco de investimento norte-americano considera possível que Portugal tenha uma "saída limpa" do Programa de Assistência Financeira, embora não esteja em tão boas condições como estava a Irlanda quando terminou o programa: "A Irlanda tinha um sistema financeiro que detinha muito pouca dívida pública e também tinha fundos de pensões e de seguros com pouca dívida irlandesa. Noutras palavras, no sistema financeiro irlandês há bastante procura de dívida, que penso ter sido esgotada em Portugal porque os bancos portugueses possuem muitos títulos do tesouro [portugueses]"
Co-Adopção por pessoas do mesmo sexo foi chumbada.
Boa decisão!
Quantos golos terá marcado o ponta de lança, Passos Coelho?
Depois do copy & paste que fiz ao artigo de opinião de José Gomes Ferreira, o Inimigo Público oferece hoje a cereja para pormos em cima do bolo. Esta é seguramente a melhor capa de sempre do suplemento humorístico do Público.
Hoje vota-se o projecto de lei da co-adopção por pessoas do mesmo sexo. Ironicamente no mesmo dia da missa e enterro de Dom José Policarpo, ex-cardeal Patriarca de Lisboa, que sempre se preocupou com a evolução sociológica das sociedades. Para quem claramente a existência de dois pais e duas mães, em vez de um pai e de uma mãe, era um passo para o absurdo, para a desagregação da célula família.
Poder a família ser constituida por dois pais ou duas mães em vez de um pai e de uma mãe, é um passo para o fim do contexto que serviu de base ao estudo da psicologia e psicanálise, pelo seu pai Freud, autor da teoria do Complexo de Édipo. Um passo para o fim da base da organização social. Para o fim daquilo que nos dá a segurança e auto-estima. As referências masculina e feminina, que contribuem para a definição da nossa identidade, tendem a desaparecer por decreto. Contribui para tornar relativo tudo aquilo que, quer na socialização primária, quer na socialização secundária, nos ajuda a definir: estamos sempre num processo de reconhecimento por identificação, e esse começa com os progenitores, identificação com um por oposição ao outro do sexo oposto, a quem queremos conquistar.
Mas eu já sei que vai tudo falar do amor e das festas de anos com palhaços que as crianças vão ter. Um idílico quadro de felicidade com um horizonte máximo de 10 anos. Vai tudo usar esses argumento do amor e do mimo para defender esta realidade social que a compaixão pessoal (e a culpa?) estão a criar.
A dia 10 de Abril de 2014 realiza-se a Assembleia Geral da EDP.
Os chineses da China Three Gorges, maiores accionistas da EDP com 21,35%, querem reduzir os custos com os órgãos sociais da EDP e aumentar a sua influência junto da gestão da companhia (o que não é nada absurdo tendo em conta que pagaram cerca de 3 bi de euros para entrar numa empresa para qual não têm sequer poder para escolher o presidente executivo).
Este mandato da equipe de António Mexia acaba em 2015 (curiosamente o mandato da gestão do BES também), e os chineses vão querer ter um papel importante na definição da gestão executiva da EDP no próximo mandato. Para isso terão de ser alterados os estatutos da empresa (em AG). O que exige uma maioria de dois terços.
Já foi notícia que a maior accionista da EDP vai propor aos outros investidores de referência a redução do número de membros do conselho geral e de supervisão (CGS), hoje presidido por Eduardo Catroga (que vai sair!), e está no horizonte também a mudança do modelo de ‘governance', para o clássico Conselho de Administração (em vez do CGS) e Comissão Executiva. Hoje a gestão executiva da EDP é escolhida pela Assembleia Geral, contra o que diz o Código das Sociedades Comerciais.
Portanto, como se poderão processar as mudanças na EDP que os chineses querem? Com votos na Assembleia Geral.
Como se poderão travar as mudanças que os chineses querem? Com votos na Assembleia Geral.
Tendo isto como pano de fundo o que vos parece estas compras súbitas de acções EDP?
O Capital Group comprou em Março 6.529.070 ações da EDP, passando a deter uma participação qualificada de 370.584.953 ações, representativas de 10,13% do capital social da EDP e 10,13% dos respetivos direitos de voto.
BES compra acções a 6 de Março e reforça posição na EDP para 0,05%
Mais compras de acções EDP são esperadas nos próximos dias.