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Fonte: Negócios
A operação de troca de dívida realizada esta semana pelo IGCP trouxe na prática o adiamento do pico da dívida para 2017 e 2018.
O IGCP enviou ao todo, nesta operação, 6.637 milhões de euros de dívida para esses anos. Na prática será a próxima legislatura que terá de resolver o grande pico de dívida. E só não será pior o excesso de dívida para reembolsar nesses anos porque houve a extensão de maturidades de empréstimos do MEEF, que passaram a vencer até 2022.
Claro que faz-se o que se pode, e se João Moreira Rato tivesse conseguido o alisamento da dívida até 2022 tê-lo-ia feito. Mas não foi possível. Com a troca de dívida realizada na terça-feira o Governo consegue nivelar os reembolsos para um valor próximo dos 10 mil milhões de euros nos próximos anos. Em 2014 o IGCP precisa mesmo de emitir dívida nova e num prazo que não pode ser inferior a 8 anos (o melhor seria a 10 anos) para reembolsar a dívida que vence entretanto. Não há margem para aumentar mais o pico da dívida para antes de 2022 (em 2021 o valor a pagar já vai nos 10,77 mil milhões de euros).
Ao aliviar os reembolsos de dívida nos próximos dois anos, a operação aumenta as hipóteses de Portugal terminar o programa de resgate em 2014.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) recomprou 837 milhões de euros em dívida que vencia em Junho de 2014, 1.640 milhões em títulos com maturidade em Outubro do mesmo ano e ainda 4.160 milhões em obrigações que venciam em 2015.
Em troca, os investidores receberam dívida com vencimento em 2017 e 2018. Em rigor, o IGCP emitiu para estes investidores 2.680 milhões de euros em títulos para 2017 e 3.970 milhões de euros para 2018. Os reembolsos ficaram também ligeiramente mais caros. Os títulos trocados tinham uma rendibilidade implícita, de acordo com os termos oferecidos pelo IGCP, de 2,127%, 2,753% e 3,324%, respectivamente às linhas de Junho e Outubro de 2014 e Outubro de 2015. As linhas de cujos títulos os investidores receberam contêm uma taxa de 4,677% e 4,956%.
Texto de José Pacheco Pereira na "Sábado" e aqui.
Eu gosto do Papa Francisco. Portanto, meu Deus, também serei eu um bolchevique?