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Desfecho inteligente

por Maria Teixeira Alves, em 02.11.13

 

Se há uma coisa que a guerra do BCP, em 2007, nos ensinou é que pequenos conflitos podem tomar proporções devastadoras. Uma pequena guerra de poder, que começa numa casa, torna-se mediática, os ânimos sobem, os aliados juntam-se ao conflito, o conflito torna-se uma guerra, outros interesses começam a juntar-se à guerra com fins paralelos, começam a vir à luz do dia os segredinhos empresariais, as contas não divulgadas, as offshores que estavam na sombra, as trapalhadas nas contas, as avaliações acima do valor de mercado. Este conflito entre Pedro Queiroz Pereira, accionista com 7% da ES Control (holding primeira do GES), e Ricardo Salgado, presidente de um grupo que tinha uma posição importante nas holdings que controlavam a Semapa, corria o sério risco de ir pelo mesmo caminho.

O mediatismo do conflito começava a atrair fins paralelos. Foi por isso de enorme bom senso que Ricardo Salgado tenha conseguido estancar a sangria que se adivinhava. Às vezes é preferível perder um prémio de controle, ceder ao adversário, para cortar o mal pela raíz, para que o desfecho não seja o mesmo que tiveram os intervenientes da guerra no BCP, onde ninguém, mas mesmo ninguém, ganhou (a não ser os advogados). Assim é motivo de felicitação o desfecho que teve o caso PQP/GES.

 

Hoje em comunicado foi finalmente confirmado o acordo. Ricardo Salgado conseguiu vários triunfos, e um deles é que se livrou de um imprevisível accionista no coração do Grupo (hoje lá vinha no Negócios a derradeira informação de que a ES International - a segunda holding na estrutura do GES - contabiliza no seu balanço as acções que detém na Espírito Santo Financial Group por 22 euros, quatro vezes a cotação da ESFG em bolsa).

O outro é que evitou outras guerras maiores ao ter estancado este conflito. O acordo entre Pedro Queiroz Pereira e o Grupo Espírito Santo (GES), a sua irmã Maude e a família Carrelhas porá fim a todos os processos judiciais interpostos na sequência do litígio pelo controlo da Semapa. Inclusive a providência cautelar, cuja audição de testemunhas arranca na próxima semana. 

 

Pedro Queiroz Pereira conseguiu o que queria, ao preço que queria. O GES sai da Semapa e o PQP sai do GES. O Grupo da família Espírito Santo vende as suas participações nas holdings da Semapa (Cimigeste e Sodim). Maude Queiroz Pereira e a família Carrelhas também vendem. PQP paga com os 7% da holding do GES e com dinheiro.  O BES e o BPI emprestam-lhe ainda o dinheiro para pagar o que falta. Tudo isto foi comunicado oficialmente ao fim do dia.

O Fundo de Pensões do BES fica com os 10% que já tinha na Sodim, dona da Semapa. 

 

Dito isto falta dizer que, tal como diz o comunicado, a assessoria e financiamento da operação ficaram a cargo do Banco Espírito Santo de Investimento, do Banco Espírito Santo e do Banco BPI.


Tudo está bem quando acaba bem.


Todos os embaixadores do conflito, oficiais ou informais, estão de parabéns.

publicado às 02:35

Pobre Moçambique

por António Canavarro, em 01.11.13

 

Já escrevi aqui sobre a situação que se vive em Moçambique, colocando o enfoque no extremar de posições entre o governo, Frelimo, e a oposição, Renamo. Também escrevi aqui, que não obstante ser formado em relações internacionais, que me especializei nas questões geopolíticas e geoestratégicas do Pacífico e da Ásia em particular. No entanto, conheço – fui também “obrigado” a conhecer – um pouco do continente africano, e em particular do continente subsaariano, a África Negra, e especialmente os países lusófonos, pelo que naturalmente não estou indiferente ao que se passa nesta antiga colónia – para os mais saudosista província ultramarina.

A início pensei que se tratava de uma questão essencialmente política. Ou seja: o país saiu do limiar de pobreza, enriqueceu e, como aconteceu em Angola, o partido governamental quer ficar com tudo. Os ocidentais, como sabemos, tentaram vender ideal de democracia, de multipartidarismo que “não cola” com a nossa realidade. Por outro lado, ao ler as naturais preocupações, da antiga primeira-dama de Moçambique, Graça Machel, que em declarações ao jornal moçambicano "O País", denunciou “o clima de terror que se vive no país”. Afirmando ainda que “os centros urbanos estão a viver "um ambiente de grande tensão, enorme insegurança, medo e terror". Descubro que o problema deste pais da África austral é bem mais complexo do que a mera embirração político-partidária, nomeadamente devido ao aumento vertiginoso no número de raptos relacionado com o tráfico humano, ao aumento considerável da corrupção e à incapacidade do governo de Maputo em liderar com a situação. Todavia, a eminência do ressurgimento da guerra civil parece, após os acontecimentos já citados em posts anteriores, tristemente natural.

Eu gosto ou prezo ser um optimista. Porém, perante o que lê, se vê ou o que se ouve, estou convencido que os moçambicanos têm o caminho traçado! E como infelizmente nada posso fazer, só espero que o bom senso volte a pairar sobre estas terras austrais.

publicado às 14:36

Foram implementadas reformas estruturais em várias áreas

por Maria Teixeira Alves, em 01.11.13

 

 Apresentação do Vice-Governador do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves

publicado às 00:03

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