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João Moreira Rato explicou hoje no Parlamento qual a diferença entre os swaps e os swaps exóticos.
“O IGCP passou, em Agosto 2012, a ter um mandato de gestão dos derivados das EPR (Empresas Públicas Reclassificadas). Iniciou-se um processo que passava, em primeiro lugar, pela avaliação, e dada a complexidade dos derivados exóticos - e acreditem que há gente no IGCP que sabe muito de derivados - foi necessário contratar um assessor financeiro.” Por aqui já podem ver o exotismo dos swaps contratados por CFO deslumbrados, que foram na conversa dos bancos.
Enquanto a Europa se digladia por manter os direitos do Estado Social, enquanto a Europa gasta energia a discutir se os países ricos devem pagar aos países pobres para saírem da crise, enquanto a Europa se esperneia em guerras políticas, em criticar o capitalismo, os bancos, os governos de direita, enquanto a Europa expurga a sua culpa de bem estar classe média em defesa casamentos gay e outras questões fracturantes. Enquanto a Europa expurga a sua culpa de bem-estar de pequeno burguesa numa defesa de "fracos e oprimidos", num contexto de eterna luta de classes, os Estados Unidos o que estão a fazer?
Num curto espaço de tempo passaram a ser o maior produtor mundial de gás natural. O preço do gás natural nos Estados Unidos é de 3,93 dólares (preço de quinta feira, segundo Miguel Monjardino no seu óptimo artigo no Expresso: Gás, EUA e a Competição) "Se olharmos para a Europa e para a Ásia vemos que este preço está entre os doze e os quinze dólares. Uma diferença tão grande não pode deixar de ter consequências económicas e estratégicas".
No seu artigo Miguel Monjardino explica que a queda do preço do gás natural está a levar cada vez mais norte-americanos a apostarem neste tipo de energia para aquecer as suas casas. O gás é agora responsável por trinta por centro da electricidade produzida nos EUA. As novas regras sobre os níveis de poluição que entrarão em vigor em 2015 aumentarão ainda mais a procura doméstica do gás. A revolução energética norte-americana também está a ter consequências ao nível industrial e atrair muito investimento directo estrangeiro. Em 2008, a maior parte das indústrias que faziam um uso intensivo da energia tinha abandonado os EUA e procuravam outros países para investir. A América era vista como um país onde a energia era escassa e cara. Hoje Washington passou a ser capital de um país rico em gás natural.
Estão em curso ou foram anunciados investimentos à volta dos cem mil milhões de dólares nas indústrias da petroquímica, aço, plásticos, vidro e extracção de gás e petróleo. Qualquer investimento internacional nestas áreas tem agora obrigatoriamente de ter em conta a competitividade das empresas que estão a trabalhar nos EUA.
A inovação no acesso e na extracção a novas fontes de gás natural e de petróleo também está a ter efeitos ao nível do emprego. Foram criados mais de um milhão e meio de novos empregos bem pagos. Este ano, as receitas dos impostos e das taxas para as cidades e estados que apostaram nestas novas fontes de energia deverão ultrapassar os cem mil milhões de dólares.
A nova abundância de gás natural e petróleo terá também consequências estratégicas. Um dos pilares da política internacional dos últimos quarenta anos foi a dependência energética dos EUA em relação ao exterior. Esta dependência não vai acabar nas próximas décadas mas passará a ser menor. A grande questão é saber se nos próximos anos Washington optará ou não por se transformar num grande exportador de gás natural.
Como é que os músicos, cantores e compositores têm ordenado quando os discos não se vendem porque se pode tirar as músicas da net?
Como é que os jornalistas continuarão com emprego quando os jornais deixam de se vender?
Eu sei que isto parece pouco importante ao comum dos mortais, mas o facto de Portugal conseguir emitir dívida a 10 anos com procura internacional, é um presságio de que o País vai regressar à normalidade, é um sinal de que os investidores acreditam neste país e neste governo, é um sinal de que o João Moreira Rato merece todos os cêntimos que ganha à frente do IGCP.
Só para terem uma ideia, tudo o que estamos a viver resulta de em 2010 os investidores se terem recusado a comprar as obrigações do Tesouro do Estado português, por não acreditarem que o país pagaria a dívida, foi isso que derrocou o país até à austeridade que estamos a viver. Ou seja, foi por causa de não conseguirmos ir aos mercados colocar a dívida soberana que país foi intervencionado pela troika e caiu em austeridade. Claro que a austeridade não pode acabar tão cedo porque ainda temos muita dívida acima do PIB, temos de controlar o défice, para depois resolver o problema do stock da dívida. Mas sem a capacidade de financiamento acabaríamos como a Grécia.
O regresso aos mercados a 10 anos é um sinal que os investidores acreditam que Portugal vai ter condições para pagar daqui a 10 anos, que daqui a 10 anos ainda estamos no euro. E depois é sinal de outra coisa. É sinal que Portugal vai conseguir pagar os ordenados da Função Pública sem que para isso seja preciso um segundo resgate da troika.
É apenas o que Sócrates pedia quando tentava um tal de PEC IV, era um PEC IV sem regresso aos mercados.
De cada vez que a República portuguesa regressa aos mercados (e a 10 anos é a primeira vez desde o resgate) dou graças a Deus de não termos um António José Seguro a pedir para renegociar a dívida (assim tipo Grécia).
De cada vez que Portugal regressa aos mercados morre um bocadinho a esperança de a esquerda saltar para o poder. They die a little....
"Há uma evolução clara. Voltámos a ter uma base de investidores com quem se tinha perdido o contacto" durante a crise de dívida soberana" explicou João Moreira Rato.
O filme é feito pelo chileno Pablo Larraín, chama-se NO e é a versão da oposição a Pinochet, mas isso não o impede de ser um belíssimo filme.
Obviamente é ligeiramente tendencioso, dá muita atenção à ditadura militar e mitiga bastante o crescimento económico do Chile que os chilenos devem ao Pinochet e que foi o grande trunfo da campanha do SÍ. Mas deixa perceber o civismo de Pinochet na transição para a democracia. O filme segue os passos da construção da campanha do NO, que saiu vitoriosa no plebiscito de 1988 (com 54% a 55% dos votos) e levou a eleições no Chile. Hoje o Chile volta a estar liderado pela direita, o que é o reconhecimento de que a direita faz mais pelo crescimento economico do país que a esquerda. Aliás um dos pequenos pecados do filme do Larraín é ocultar a parte do vídeo da campanha do SÍ que demonstra o que era o Chile antes de 1973 quando se dá golpe militar de Pinochet. Foi o governo de Pinochet que salvou o país da guerra civil, do colapso económico e de um PREC pior que o português.
É mais fácil de longe imaginar
O que seria ter-te aqui presente
Do que seria ter-te e não saber
Com que forma de corpo receber-te
Duende, sonetos de Franco Alexandre
Ed. Assírio e Alvim
Finalmente uma medida estrutural no corte da despesa pública: "Reorganização do Estado abrangerá 30 mil efectivos"
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, diz que é preciso "redimensionar a Administração Pública" às necessidades do país e que isso passa pela reorganização dos serviços, implicando redução de estruturas. O plano do governo passa, como já era esperado, pela saída através de rescisões por mútuo acordo, que combinado com o sistema de requalificação da administração pública ou seja a bolsa de excedentários, que também muda, "abrangerá 30 mil efectivos".
O número de horas trabalhadas também vai aumentar, como forma de "aprofundar a convergência do regime de trabalho dos funcionários públicos às regras do Código de Trabalho aplicáveis a todos os trabalhadores do sector privado". Acho muito bem.
É preciso cortar na despesa do Estado para poder baixar os impostos e assim dinamizar a economia. Como é que as pessoas não percebem isto?
Ontem fui forçado a dar razão a Clarice Lispector. E gostei!
Depois da triste figura das equipes espanholas na semifinal da Liga dos Campeões, o Benfica prestou um excelente serviço ao futebol peninsular ao ser a única equipe Ibérica a estar presente numa final europeia.