Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Tenho passado mais ou menos ao lado do caso "Secretas" que não sai dos telejornais, dos jornais e da internet. E faço-o propositadamente porque me parece um fait-divers com que os políticos e os jornalistas de política gostam de se entreter. Mas apanhei aqui e ali que havia ficheiros elaborados por um ex-membro das secretas sobre a vida privada de jornalistas (Ricardo Costa) e do empresário da comunicação social Francisco Pinto Balsemão. Depois há também as alegadas ameaças de Miguel Relvas de contar a vida privada de uma jornalista do Público.
Ao longo da minha vida tenho assistido às maiores devassas de vidas privadas uns dos outros em conversas de café. Portugal é um país de intriguistas, de invejosos e fofoqueiros. Em meia-hora qualquer pessoa sabe a vida privada de um Balsemão, de um Nuno, de um Miguel Relvas, da minha, daquele, do outro. Neste país toda a gente sabe tudo. Há pessoas a fazerem informalmente o papel dos "Silva Carvalhos" desta vida. Só não há é dossiers em papel ou em suporte informático, mas há ficheiros secretos de toda a gente na cabeça de muita gente.
Eu tenho experiências inacreditáveis, e eu que sou jornalista, de ser interpelada por outros jornalistas a fazerem-me perguntas sobre a minha vida pessoal. E eu não apareço nas revistas (ao contrário de pessoas como o Ricardo Costa).
Bem, isto tudo para dizer que em Portugal não faltam espiões amadores. Pessoas que rotulam as outras e estragam vidas com "alegadas" informações restritas das pessoas, mas como não estão em ficheiros recolhidos pela Polícia Judiciária as vítimas não se podem defender. Experimentem conhecer alguém de novo e falem dessa pessoa num jantar, verão a quantidade de ficheiros secretos que circulam na cabeça das pessoas. Os Jorge Silvas Carvalhos neste país não são precisos para nada, só servem para enfeitar.
Publicado também no Corta-Fitas
O subconsciente de Angela Merkel, mesmo após todos os anos de reunificação, ainda continua contaminado. Pelo menos é o que dá a entender a sua gaffe geográfica, quando "falhou no teste de geografia ao indicar, com recurso a um mapa improvisado, Berlim numa zona de território russo." Serão saudades da velha RDA?
Se a razão é, de per si, o ponto de chegada eu sou levado a concluir que a ciência é a exaltação do óbvio!
De vez em quanto leio os comentários que se fazem na internet e reparo que, além de serem particularmente mal-educados, chutam ao lado, i.e., falhando o alvo! Porque será que numa notícia sobre ténis os internautas falam de “bugalhos”? Não será tempo de quem emite (alguns já o fazem) de haver, dentro da conformidade da liberdade de expressão, uma "selecção natural"?
Alguém tem aí o jornal pressionado por Miguel Relvas?