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Sábios os antigos que destinguiam portugueses dos algarvios. Aquela gente é doutra cepa.... menos conformista e mais violenta, são mouros senhor, são mouros!*
*a propósito dos desacatos na A22, por o Governo ter introduzido portagens.
O remédio para a Europa é haver um governo comum, um Ministério das Finanças comum, sim, um federalismo. Esse remédio é sobretudo bom para Portugal, sim para Portugal. Portugal só pode ser gerido por estrangeiros, doutra maneira nunca passará da cepa torta. As nossas elites são lamentavelmente fúteis e tudo gira à volta dos auto-benefícios. Mesmo as pessoas inteligentes sucumbem a estes valores menores de defenderem para o país aquilo que os beneficia e eles.
A Eternidade e o desejo são duas coisas tão parecidas, que ambas se retratam com a mesma figura
Padre António Vieira, Sermão de Nossa Senhora do Ó
Vincent van Gogh (1888)
Doze Girassóis numa jarra
Muito se tem escrito sobre a crise da Euro de modo a alavancar uma crise estrutural na construção europeia, i.e., que esta crise significa ou poderá traduzir o fim deste edifício erigido dos escombros da II Grande Guerra! Tal visão é, a meu ver, redundante e sem sentido! O Euro, em si mesmo, não é um fim é um mecanismo, um meio!
Imaginemos que estamos a comparar a conexão entre a jarra e as flores, entre o "continente" e "conteúdo". Imaginemos agora que a jarra é a União Europeia e que as Flores simbolizam o Euro. E chega-se à conclusão que este exercício é limitador. Todavia a realidade é mesmo esta. Entre o todo e a parte, os analistas optaram pela parte; só olham para as flores! Assim, concluo-o, que, na maior parte das análises que têm sido feitas – mesmo ao nível dos diversos directórios – há um grande desinteresse pelo estado da jarra, do todo, e uma preocupação desmedida com “a frescura” do ramalhete, pelo que seria significativo que alguém perdesse um pouco de tempo a ver e, se possível, a reparar qualquer possível fenda. Pois pode vir a ser tarde demais!
Recordo aqui "Céu pode esperar"( de 1978), o primeiro filme realizado por Warren Beatty, como metáfora a mais um aniversário de Manuel de Oliveira. E já vão 103 anos!
A poesia onde não se espera.
Tiago Bettencourt (Amor Maior)
Quem quiser ouvir é p'ra ficar
Quem quiser prever pode sair
Mas quem quiser ouvir é p'ra ficar
Se eu nunca fiquei foi por sentir
Que a tristeza é sombra que nos cai
Quando tudo a volta nos destrói
De tudo quando todos querem ser
De todos quantos nunca vão ceder
Poucos são os que não vão pisar
Tudo a nossa volta p'ra passar
Será que é assim que a roda vai girar
Ou é só mais um corpo fraco e cego demais
P'ra mudar, meu amor vem me escrever
Vem me lembrar de oferecer
Não me esquecer de te inventar o amor maior
Quem guarda segredo quer dizer
Quem guarda tesouro quer mostrar
Quem não tem vergonha quer provar
E todos sabem como tem que ser
Se o mundo vive na televisão
Ninguém vê que fama é solidão
Ouve o barulho a prometer a velocidade
Onde todos vão comer, sorrir, amar sem ser verdade
Já ninguém tem força p'ra sair da ilusão
Liberdade construindo uma prisão
Será que é assim que a roda vai girar
Ou é só mais um corpo fraco e cego demais
P'ra mudar, meu amor vem me escrever
Vem me lembrar de oferecer
Não me esquecer de te inventar o amor maior
Vê o olhar vazio
O olhar de quem perdeu
O olhar de quem vendeu
Tudo a nossa volta é p'ra passar
P'ra mudar, meu amor vem me escrever
Vem me lembrar de oferecer
Não me esquecer de te inventar o amor maior.