Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Agora que me divido entre o Farpas e o Corta-Fitas (para além do meu Diário Económico) decidi convidar o satírico bloguista António Canavarro para participar com as suas farpas....
O Ministro da Economia Vieira da Silva veio hoje dizer que o Governo quer "defender os accionistas que estão interessados em defender questões estratégicas das empresas". Isto a propósito da Galp, onde têm estado a ser realizadas negociações entre accionistas.
O que será que quer dizer com questões estratégicas? O que temos visto, é que sempre que o Estado fala em questões estratégicas nas empresas privadas isso dá logo direito a nomear um homem de confiança do governo para os boards.
Fila de Espera de pessoas nos estabelecimentos comerciais. Esperam pelas facturas para entregar no IRS, que agora terão de ser preenchidas com nome e número de contribuinte, para as poderem deduzir ao imposto em 2011:
Este ano será também preciso que os bebés tenham número de contribuinte, apesar de não contribuirem com nada.... é o simplex
O que distingue este movimento, que eclodiu nestes países árabes, das revoluções pela democracia na América Latina e na Europa, é que estas revoluções árabes não têm direcção, nem organização, nem programa.
Pode ser que este seja o primeiro dia do resto da vida dos países árabes, que têm estado entalados entre as ditaduras laicas e o fundamentalismo religioso.
Mas é preciso perguntar:
O que há para lá de Mubarak? A Irmandade Muçulmana é o grupo mais organizado da oposição no Egipto. Quem é a Irmandade Muçulmana? A Irmandade Muçulmana atacou o turismo através de grupos saídos das suas fileiras e o turismo faz viver dois a três milhões de famílias egípcias.
Este grupo anunciou que iria juntar-se aos manifestantes anti-Mubarak que têm abalado o regime egípcio nos últimos dias. Os especialistas não acreditam que este grupo, meio clandestino, seja governo. No entanto a Irmandade consegue fazer eleger vários deputados que se candidatam como independentes.
O que há para lá de Ben Ali? A Tunísia está sob um governo de União Nacional, desde a queda e fuga de Ben Ali. Liderado provisoriamente e até às eleições por Mohamed Ghannouchi. Mas nem por isso a violência parou na Tunísia. Nas ruas de Túnis há uma forte oposição ao governo de transição por incluir pessoas do partido de Ben Ali, o RCD. Desde a queda de Ali, foram constituídos três partidos que se preparam para disputar o poder. São eles: o Tunísia Verde, de Abdelkader Zituni, o Partido Socialista de Esquerda, de Mohamed Kilani, e o Partido do Trabalho Patriótico e Democrático, de Abderrazek Hamami.
Já há apelos a uma revolução esta sexta-feira na Síria, a que chamam o "Dia da Ira Síria".
Pode isto ser uma viragem estrutural do mundo árabe para a democracia? Ou é isto o rastilho para uma guerra no mundo árabe?
Post publicado em simultâneo nos dois blogs Corta-Fitas e Farpas
John Barry