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Love is bigger than happiness
FMI saúda Governo por esforço de consolidação.
A porta-voz do FMI dixit: “nós saudamos muito o esforço das autoridades portuguesas nos recentes meses para fortalecer a situação orçamental, e acreditamos que farão tudo o que for necessário para trazer o défice orçamental para valores inferiores a 3%, como estabelecido no programa de estabilidade e Crescimento”
«E será que considero alguma coisa, que não seja a fidelidade à desconfiança e ao doloroso desprendimento com que tudo deve ser considerado? Mesmo o que mais importe.»
Jorge de Sena
Assim dizia o ferro ao íman: odeio-te porque me atrais sem que possuas força suficiente para me unir a ti.
"Muito cedo na minha vida foi tarde demais"
Marguerite Duras
Está Portugal falido?
A dívida pública portuguesa está nos 80% do PIB e dizem os economistas que a partir destes níveis o potencial de crescimento da economia de um país é claramente afectado.
No outro dia alguém me explicava que Portugal pode, como aconteceu à Grécia, cair na armadilha da dívida. À medida que se consolidam as contas do Estado - redução da despesa que acabará por passar por uma redução dos salários da função pública, e aumento dos impostos - cria-se uma contracção da economia. Logo a dívida pública (que é mesma) aumenta em percentagem do PIB, porque o PIB diminui. Isso é a armadilha da dívida. E é o beco sem saída para onde caminhamos.
As soluções teóricas: Portugal assume que não vai conseguir pagar as obrigações e é estudado com os credores (na sua maioria bancos europeus) uma reestruturação da dívida, com algum perdão.
A outra solução teórica não passa de um incumprimento escondido, através do aumento da inflação (aumenta o PIB artificialmente). Mas isso está-nos vedado por estarmos na moeda única.
Estamos numa situação grave, mas que tem sido aguentada por causa da repercussão para os bancos europeus que estão cheios de obrigações do tesouro de países como o nosso (incluindo Grécia, Espanha e Itália). Uma reestruturação implica que esses bancos assumam o prejuízo dos incumprimentos dos Estados o que os vai descapitalizar. E assim não poderão financiar a economia de modo a que esta recupere.
Para Portugal o que os mercados dizem, olhando para os níveis a que a nossa dívida está a ser transaccionada, é que a nossa probabilidade de incumprimento de pagar a nossa dívida é de 15%.
É preciso resolver a consolidação orçamental (a primeira metade do ano não foi brilhante, o nosso défice aumentou 7%). A revisão do PEC foi anunciada, mas não foi concretizada, o exemplo são as SCUTS. Não estamos a ser eficazes na execução orçamental.
A nossa capacidade de evoluir depende ainda da recuperação da Alemanha e dos Estados Unidos, estamos dependentes da reabertura dos mercados interbancários para o sistema financeiro português para dinamizar o crédito às PME´s, que neste momento não existe.
Portanto esta crise não é passageira. A Grécia em dois ou três anos vai falir, isso é já certo. Mas há que lhes tirar o chapéu, já estão a investir na bonança que virá após a tempestade: têm feito um processo de consolidação fiscal fantástico, o défice caiu 45%, nos primeiros seis meses do ano. E estão a investir no crescimento do PIB.
Vinicius de Moraes: a esperança é um bem gratuito!
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.