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Vêm aí tempos perigosos

por Maria Teixeira Alves, em 30.12.09

Este título soa um bocadinho a Nostradamus. Mas o que pensar quando vemos os muçulmanos a fazerem manifestações de ódio ao ocidente? No Irão uma manifestação gritava morte aos EUA e Grã-Bertanha (esqueceram-se do Zapatero?). Um atentado falhado num avião que ia da Holanda para os Estados Unidos. Parece vir aí uma guerra santa. Mas será santa? O Ocidente tem hoje alguma fé? Num mundo votado ao individualismo e o narcisismo, o ama-te a ti mesmo acima de todas as coisas, substituiu o ama os outros como a ti mesmo e a Deus acima de todas as coisas.
No outro dia, ouvi um Padre (João Seabra) dizer uma coisa muito sábia: "A fé nos dias de hoje, tem uma hipótese. É que ela corresponde à natureza humana. Temos em nós o desejo do infinito". O desejo de infinito.... esse que está ameaçado por teoria culturais do corpo, da sexualidade como uma escolha "racional e consciente". Como se fosse a razão que determina o sexo e o desejo e ambos não fossem uma criação da natureza, com vista à preservação da espécie.
Quando a humanidade tenta revoltar-se contra as leis da natureza, não se lhe augura um bom fim. Para que nos querem declarar guerras santas, se nós já somos tão bons a destruirmo-nos a nós próprios?
O ser humano é dotado de uma capacidade de adaptação ao meio, que lhe é simultaneamente benéfica e trágica. Por isso estamos todos a adaptarmo-nos a esta nova vaga hedonista. O que leva à solidão e ao vazio, mas todos estão muito contentes porque são livres de escolher tudo e mais alguma coisa. Escolhem, escolhem, entram em psicose com a liberdade de escolha, e depois, no fim do dia, não estão felizes. Só não podem escolher não morrer! Porque a natureza é sempre soberana.
Hoje está na moda defender com grande fervor o Ambiente, mas paradoxalmente a palavra procriação entrou no léxico maldito. Hoje quando alguém defende a procriação, saem das tumbas umas vozes revoltadas. Procriação substituiu a palavra Adultério de décadas passadas. A letra escarlate de hoje terá de ser o P, de procriação. É condenado socialmente quem defende a procriação. Sobretudo quando vem associada ao casamento. É quase um pecado que o casamento tenha procriação!
Há alguns que acrescentam um prefixo 'só' para se sentirem menos desumanos. "Só procriação, não", gritam os arautos da liberdade. Pois, ter filhos tira a liberdade... coisa chata!
Para quê defender o ambiente, para que serve o ambiente quando já não houver pessoas?
A adopção, fala-se da adopção como uma forma de procriação para os seres que a natureza impediu de procriar (por alguma razão o fez). Mas alguém dará filhos para a adopção quando puderem abortar livremente e de graça? Ninguém, como é óbvio. Para os defensores do individualismo, é mais doloroso ter um filho vivo algures do que um embrião na pia. Quem defende o aborto para libertar a mulher dessa função vital que a natureza lhe reservou, está a limitar a liberdade ao individualismo e ao oportunismo contemporâneo. Ai, ai as mulheres e esta mania de serem livres da sua função de mulheres!
Hoje quando se defende a biologia e as leis da vida, o que as pessoas ouvem são mandamentos morais a abater. E cá estamos nós no niilismo. Os outros são seres a respeitar no seu espaço a que nos recusamos a invadir, para não sentir nada. Não estamos para nos chatear, queremos sopas e descanso.
Entrega ao outro? Isso é uma miragem.... o resultado é uma corrida aos livros de auto-ajuda... anda tudo à procura da receita de como ser feliz sem precisar dos outros. Olhem, não procurem mais, não há receita. Só se é feliz naquilo que a natureza nos criou. Somos seres de amor ao outro, na entrega, na complementaridade natural, fora disso não há nada, só uma momentânea satisfação e um circulo vicioso entre a culpa e a euforia.

publicado às 12:53


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