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Hoje as guerras fazem-se nas comunicações. Travar a comunicação no espaço cibernauta ou nas redes móveis, tem hoje o mesmo efeito de um velho bombardeamento para desmobilizar o inimigo. É o mesmo que deixar a população às escuras. Mesmo tratando-se de um povo pouco informatizado como é o caso do Egipto, com apenas 20 milhões de cibernautas.
A explosiva revolta do Egipto, será sem dúvida intensificada, com este bloqueio às comunicações por internet e telefone, decretado pelo Governo de Hosni Mubarak. Para impedir a mobilização dos manifestantes, as autoridades egípcias ordenaram esta sexta-feira que os principais fornecedores de Internet do país cortassem as ligações . Para além disto, as redes de telemóvel também foram pelo menos parcialmente bloqueadas. O único servidor de internet em funcionamento no Egipto era o que servia a bolsa egípcia, mas também o site da bolsa acabou por ficar inacessível.
Esta é a primeira vez que um país faz um corte praticamente total da respectiva ligação à Internet – algo que é tecnicamente simples. Para isto, basta que os fornecedores de acesso à Internet deixem de fazer a ligação para o exterior.
O país da Cleópatra, há 30 anos governado por Hosni Mubarak (que tem sido um aliado dos Estados Unidos), começa a ceder à pobreza económica. O Egipto é hoje uma economia de bazar, que vive do turismo, e onde há pessoas a ganhar 1 euro por dia.
Mubarak não cede, o governo será remodelado. Mas as revoltas começam a tornar-se ameaçadoras, mais uma vez o perigo do fundamentalismo religioso tomar conta do Egipto não é de desprezar.