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Raul Rosado Fernandes, finalmente a inteligência

por Maria Teixeira Alves, em 27.01.11

Fiquei fascinada a ouvir o professor Raul Rosado Fernandes, professor catedrático de filologia clássica da Faculdade de Letras e investigador do Centro de Estudos Clássicos, no programa Nada de Cultura conduzido por Francisco José Viegas, sobre literatura clássica.

  

Finalmente a inteligência. De tanto ouvir banalidades nos comentários proferidos na televisão, já achava que a inteligência era uma espécie de antepassado, de quem todos falavam mas ninguém conheceu, que já só sobrava o mito.

 

Raul Rosado Fernandes é a verdadeira guerra contra o cliché. Cito de cor, mas a certa altura, a propósito da ausência dos clássicos nas classes (escolas) pôs o dedo na ferida: somos governados por incultos e ignorantes e,  lamenta dizer, hoje os portugueses estão nesse aspecto pior que no tempo do Salazar. Hoje ninguém quer ser avaliado.

Depois veio outro cliché Francisco José Viegas associou os clássicos (que os ingleses têm a adequada designação de Greats) ao elitismo. Rosado Fernandes foi directo ao ponto, e marcou pontos:"sou a favor das elites. As Elites são boas. Não se pode é confundir elite com vaidade".

 

As elites são produzidas naturalmente, há pessoas que são elite cultural, são elite na educação, são elite intelectual. A elite está sempre associada à simplicidade (humildade).

 

O que distingue os clássicos é que "acumulam".

 

Estas e outras ideias resumem o brilhantismo simples de Raul Rosado Fernandes. Fico à espera que o video seja publicado na TVI 24

publicado às 01:57


5 comentários

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De António Pereira de Carvalho a 27.01.2011 às 03:02

Já em Junho de 2000 dizia o Prof. Rosado Fernandes, preocupando-se com a crescente sofisticação dos criminosos, que “já não têm dente de ouro nem são manetas: agora o ladrão andou connosco na escola, teve as mesmas namoradas que nós, já é gente fina e fuma charuto”.
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De António Pereira de Carvalho a 27.01.2011 às 03:03

“A elite local envergonhava a República Dominicana”.

Diário de Notícias, 28 de Janeiro de 2001 (FAZ DE CONTA “Guia de Portugal”) Vasco Pulido Valente
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De António Pereira de Carvalho a 27.01.2011 às 03:03

“Temos pouca gente decente em Portugal.”

Jornal de Negócios, sexta-feira, 27.8.2010
Weekend, págs. 4 a 11
Entrevista a Anabela Mota Ribeiro
Miguel Veiga

“... Era um homem com referências éticas, um homem limpo, decente. Tenho andado a trabalhar num conceito que é desconhecido em Portugal, ou pelo menos pouco praticado: a decência.” Explique lá isso. “É a tradução em calão português do maior conceito de cidadania anglo-saxónico, decency. Não vamos entrar no reino das nuvens, das grandes frases e da retórica. Uma das primeiras manifestações da decency é o trabalho competente. Aqui, quando se fala num tipo decente, é um tipo que lava as mãos ou outra coisa no bidé todos os dias. Um conceito de higiene física. Temos pouca gente decente em Portugal. É um dos falhanços do 25 de Abril, que trouxe tantas coisas, mas que nunca conseguiu criar um conceito de cidadania e de decência para a generalidade das pessoas. ...”
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De António Pereira de Carvalho a 27.01.2011 às 03:10

Belo post do FARPAS. Ser espectador é muito mais difícil do que parece e ter o livro-arbítrio do comando da televisão é um monumental desafio, que revela quem o comanda.

Ler MEMÓRIAS DE UM RÚSTICO ERUDITO VIAGEM Á VOLTA DE LENTES, TERRAS E POLÍTICOS de RAUL MIGUEL ROSADO FERNANDES, 2006, DA COTOVIA
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De jrcrf a 03.02.2011 às 17:39

Aproveito para acrescentar ao seu testemunho a minha fascinação pelo professor Rosado Fernandes. Concordo plenamente com a falta de qualidade apontada, não só ao nível da programação televisiva, como também dos próprios comentadores e jornalistas, de um modo geral. Não querendo parecer "vaidosa", na minha opinião a formação em Estudos Clássicos é uma das melhores preparações académicas que o indivíduo pode ter, e muitos jornalistas deviam ter frequentado o curso para que tivessem aprendido a falar Português. Quer se continue ou não o estudo do Grego e do Latim, o grau de exigência do ensino destas línguas cria pessoas muito competentes; muito mais competentes do que alguns "doutores", cujo nome é espalhado aos sete ventos como sinónimo de grandes marcos de cultura, mas que tirado esse "invólucro" revelam a sua falta de conhecimentos basilares da cultura e língua portuguesas.

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