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Luís Marques Mendes sobre a solução de Cavaco

por Maria Teixeira Alves, em 14.07.13


O Bom Senso faz das análises de Luís Marques Mendes obrigatórias para quem quer perceber o que se passa na política.

Marques Mendes disse aquilo que a mim também me pareceu óbvio, e que coincide com o que escrevi aqui.

1- O Governo de iniciativa presidencial não está na Constituição. A ideia de um governo de salvação nacional é meramente informal, não é haverá nenhum governo de salvação nacional. (Os estrangeiros quando ouviram a tradução do discurso do Presidente da República, comentaram que 'National Salvation" lhe soou a um grupo de libertação do Congo).

2- O Presidente da República tem razão em querer chamar os partidos à responsabilidade e de os convidar a abdicarem dos seus interesses em nome do país que eles servem. Repito o país que eles servem. Os portugueses não os escolhem para eles terem poderes e empregos, escolhem-nos para gerir e salvar o país. 

3- A reforma do Estado é obrigatória. Vai ter de ser feita, doa a quem doer. O PS tem de aceitar isso, porque se algum dia for Governo vai ter de DESPEDIR na Função Pública.

4- O PSD, o PSD e o CDS têm de se entender. Mas se não o fizerem no curto prazo agravam a situação financeira e económica do país. 

5- O Presidente da República nunca deveria ter anunciado já as eleições antecipadas em 2014. Deveria ter deixado o governo, com a legitimidade que lhe foi dada pelas eleições, governar e se em 2014, no âmbito de um acordo, se optasse por eleições antecipadas então, em cima do acontecimento, anunciaria a dissolução do Parlamento.

6-Um governo plenamente em funções pode fazer a remodelação que quiser.

7-Um Governo plenamente em funções tem de avançar com os diplomas da reforma do Estado.

8- Cavaco Silva não se apercebeu que ao estar a tentar fazer um discurso para unir as partes criou vários efeitos perversos que agora vão ter de ser corrigidos: os mercados pioraram o perfil de risco com que olham para o país, por causa da incerteza e indefinição; ao ter anunciado eleições antecipadas a um ano de distância votou este governo a um estatuto de precariedade e de falta de confiança que, por um lado, lhe retira poder negocial com a entidades internacionais e mesmo nacionais e, por outro, o condenará nas próximas eleições; e deu azo a que o PS de António José Seguro ceda à tentação de engonhar nas negociações para travar a aprovação de diplomas e de não chegar a acordo nenhum antes de Junho de 2014 (por isso o Presidente teve de introduzir o prazo de uma semana para o tal acordo);

9- O resultado vai ser: 

O PS só assina um acordo com eleições antecipadas já. O Presidente não quer aceitar, mas se os mercados continuarem a destruir-se se calhar vai fazê-las (espero que não, mas Cavaco Silva é menino para isso).

ou

O Presidente da República mantém o governo em funções, é feita a remodelação e desiste das eleições antecipadas em 2014 e deixa o PS numa situação complicada, com o ónus da culpa. 


 

publicado às 12:53



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