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Sou democrático, compreendo o horror que foi a censura e o lápis azul que a eito e a direito cortava o que não interessava ao regime. Veio o 25 de Abril e a liberdade. A censura tornou-se pretérita. E para quê? Para ouvirmos, lermos barbaridades? Façam-me um favor: Se é para isto, pelo o amor de Deus, fiquem calados... A nossa higiene mental agradece!
Fica aqui a minha homenagem ao cantor de samba brasileiro Dicró que morreu no passado dia 25 de Abril.
Das suas "saídas" geniais fica esta:
"Castigo da bigamia é ter duas sogras"
"A verdadeira democracia é o lugar onde habitam os homens cultos, diferentes e fraternos. E a solução para os nossos maiores problemas. Talvez um dia cheguemos lá."
Francisco Moita Flores, de aqui.
Volto, no dia em que artistas e políticos vão celebrar a vida de Miguel Portas, a quem Pedro Santana Lopes apelidou de "doce revolucionário", para elogiar o impossível: Se a circunstância fosse outra, se o defunto fosse outro, haveria lugar a um "festejo da vida" semelhante? Creio que não. Seria uma missão impossível.! No entanto, Miguel Portas, graças a uma constelação de factos biológicos e políticos, é diferente de seus pares!
O Acórdão do Tribunal de Portalegre que (seguramente) fará jurisprudência, segundo o qual a entrega de um bem (comprado a crédito) se for devolvido à entidade credora extingue de imediato a dívida é um pau de dois bicos! Se na perspectiva dos devedores é, claramente uma excelente noticia, não deixa no entanto de ser perigosa: com a quantidade de casas que diariamente regressam para as entidades credoras o que irá acontecer? Por um lado, vamos os bancos a fazerem concorrência às agências imobiliárias, com a agravante que ao contrário dessas podem dar crédito. Por outro lado, numa perspectiva contabilística, há a agravante das contas das entidades bancárias serem caóticas. Não haverá o risco dessas casas se tornarem "activos tóxicos"?
Pedro Mexia no Mundo dos Vivos
"Alceste, meu próximo
(...) O misantropo gosta de poucas pessoas, pessoas que conhece e uma de cada vez. Gosta da humanidade, mas não da Humanidade [multidão]. Claro que também há falsos misantropos. Os niilistas, por exemplo, parecem detestar toda a gente, mas gostam mesmo é da boémia (...). O niilismo é um ressentimento sofisticado, e o verdadeiro misantropo não é ressentido, é um puritano. Pode ser pessimista antropológico, mas ainda assim cultiva, no fundo, alguma ilusão sobre a espécie, que justificam que se desiluda, ou que viva em permanente desilusão. (...).
Escrevendo sobre o misantropo (1666) de Moliére, peça que traduziu, Vasco Graça Moura diz: «[Alceste, o protagonista] opõe-se à sociedade do seu tempo pela sua exigência de rigor, franqueza e sinceridade totais nos comportamentos, rejeitando qualquer espécie de convenção hipócrita nas relações entre as pessoas. Essa exigência ética fá-lo soçobrar num pessimismo irremediável e numa crescente recusa de contactos com o género humano, a ponto de pôr em causa as sua próprias amizades».
(...) O misantropo detesta a pieguice, a frase feita, a bondade usada na lapela (...), os consensos fabricados, a feira de vaidades mundanas (...). O que Alceste de Moliére não suportava era a civilidade como mentira, o culto das aparências, a lisonja como estratégia, a bonomia como farsa, a empatia como embuste. Os misantropos só gostam verdadeiramente de alguma coisa ou de alguém se for uma distinção, uma afinidade electiva, caso contrário gostamos de tudo e de todos e isso não vale nada."
Senti-me compreendida!
É quase um ritual ouvir as Manhãs da Rádio Comercial. É uma forma divertida e energética de ficar bem-disposto. Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira surtem mais efeito do que cafeína, e não fazem mal ao estômago (pelo menos até agora...). Ora bem, na edição de hoje da Caderneta de Cromos, o Nuno zarpou até São Miguel, Açores, dando noticia do agrupamento musical da Escola Básica 2, 3 da Maia: os "Velvet Carochinha".
O interessante é que este grupo musical - e eu fiquei abismado com tanta qualidade - foi capaz de revestir as tradicionais musicas da criançada, muitas das quais fizeram parte do nosso imaginário - com a sonoridade dos grandes hits do rock de grupos como Muse, AC/DC, Queen, Nirvana e Led Zeppelin, etc.
Vejam o vídeo espantem-se com esta versão "Pink Floyd" do Atirei o pau ao gato...