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Socialismo doirado

por Maria Teixeira Alves, em 30.06.10

Ainda dizem que não há diferenças ideológicas entre esquerda e direita. Para um Governo de esquerda o Estado é árbitro de todas as questões humanas: da justiça social; do mérito; do bem e do mal. É o gestor de todas as empresas. O regulador de todos os actos. O Estado é Deus num mundo onde o Homem é visto como o grande "arquitecto"!

Se não fosse politicamente incorrecto, o Portugal de Sócrates era hoje um palco de nacionalizações. Porque as empresas pertencem ao país e não às pessoas (daí a empatia com o venezuelano). Porque é ao Estado que cabe decidir o que se vende a quem, e quem pode ir para os 'boards' das empresas portuguesas (ainda se lembram do Mário Lino na Cimpor?). Em Portugal o Estado manda, mas não paga. Anda sempre «ó tio ó tio» a receber os bancos para lhes pedir dinheirito para a Economia (que está como está pelos grandes méritos de gestão do PM).

Para a direita quem investe manda. Quem arrisca decide. O mérito é avaliado pelo resultados. Ao Estado cabe apenas a função de assumir o que os privados não podem fazer, por não ser rentável. Para a direita o Estado é o fiel da balança de uma realidade onde não há igualdade, e se sabe que não há. O Estado compensa, não é gestor.

A esquerda não se indigna que uma empresa seja dos seus accionistas para assumir as dívidas e fazer os investimentos necessários para fazer crescer os seus activos, mas que seja do Estado quando se trata da gestão e da estratégia. A direita fica indignada e pergunta: quem vai pagar os 6 biliões de dívida da PT? É o Estado com a sua Golden Share. Quando não houver dinheiro quem vai salvar a PT? o Estado com as suas quinhentas acções especiais? Nem em trinta anos a PT vai receber os 7 biliões, que os espanhóis lhes ofereceram de bandeja.

Num país onde o rácio de endividamento é de 110%, pode-se dizer que Sócrates sabe o que faz! Grande gestor aqui temos! O país não tem dinheiro. Os bancos não se conseguem financiar, mas pronto, temos uma golden share, e quem tem uma golden share tem tudo!

 

 

O poder está no que não se exerce, ou deixa de o ser.... poder fazer mal e fazer bem, poder vetar negócios e não o fazer.

Este é o fim da golden share da PT, usou o ferrão agora está condenada à morte!

 

Mas haverá fórmulas de contornar a tirania do Estado?

Há. Pode-se esperar pelo fim da golden share, aparentemente Bruxelas está a semanas de lhes dar o triste pio. Mas como tudo isso parece muito vago, e pode, no limite, arrastar-se numa batalha jurídica  a Telefónica tem uma alternativa: alterar ligeiramente a proposta de compra que foi vetada e o Conselho de Administração, desta vez, não delegar os direitos que são seus, numa assembleia onde o Estado pode mostrar as suas garras. Até porque esta é e sempre foi uma competência da administração....

 

 

publicado às 17:55

A pensar que ....

por Maria Teixeira Alves, em 21.06.10

 

"A maior cobardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la"

 

Bob Marley

publicado às 18:11

O fim da espécie

por Maria Teixeira Alves, em 17.06.10

Na edição de hoje, dia 17 de Junho, do Público deparei-me com um bom, perspicaz e inteligente artigo de opinião de Pedro Lomba, jurista e meu amigo no Facebook. O artigo tem o poético nome de A Mãe das Crises.

Diz Pedro, que se o escritor de ficção científica Philip K. Dick vivesse ainda, já não precisaria da sua imaginação para distorcer o futuro. "Esse futuro que nas histórias de Dick parecia delirante está agora bem plantado à nossa frente, no tempo útil das nossas vidas.

Consultando as estatísticas ficamos inteirados da boa nova: a longo prazo, não estaremos mortos. Estaremos extintos".  Eis uma verdade revelada nos números do INE, também citado no artigo de Pedro Lomba: em 2009 tivemos mais óbitos do que nascimentos. É sempre bom lembrar que este foi o ano em que o aborto se encontra em plena liberalização.... a legitimação da homossexualidade como regra da humanidade deu o seu primeiro passo este ano, sob a pena de Sócrates e a benção de Cavaco Silva. Pelo que, se antevê mais mortos que bebés nos próximos anos estatísticos.

Continuando no artigo do Pedro: "muita gente tem alertado para o declínio demográfico que ameaça o mundo ocidental como o conhecemos. Esse declínio demográfico converteu-se no primeiro problema para o nosso modo de vida nos últimos 60 anos. Até temos algumas ideias de como devemos enfrentá-lo, mas hesitamos, em parte porque estamos sobretudo focados noutras pragas (as alterações climáticas, a especulação bolsista)" – lembro a este propósito, as palavras de Bento XVI, "se queres preservar a natureza [nestes tempos em que se empunha a defesa do ambiente como bastião da superioridade moral] preserva a criação" – noutra parte (continua Pedro) porque ainda vivemos na doce ilusão de arranjar maneira de salvar a nossa pensão de reforma".

O que faz ponte com outra tendência pós-moderna: a política do nosso umbigo, cada um por si.

"No entanto, comparado com o meteorito que será os países europeus ficando aceleradamente sem população, tais preocupações parecem menores ou acessórios. Se não houver gente, faremos o quê? Em 2003 a idade média na Europa era de 37,7 anos. Em 2050, segundo um estudo da Brookings Institution, essa média rondará os 52,3 anos (...). Praticamente todos os países europeus sofrerão baixas acentuadas nas suas taxas de população". Pedro diz ainda que "daqui a 40 anos viveremos na sociedade mais envelhecida que provavelmente existiu na história do mundo. os novos serão minoritários (...) e sabem o que acontece às sociedades dominadas por anciãos? Mais cedo ou mais tarde definham".

 

Agora vejamos como Pedro Lomba alerta para outro problema, que se vai cruzar com a guerra religiosa-cultural entre o ocidente e os países muçulmanos. E que eu achei absolutamente oportuno, num momento em que os países ditos tolerantes (os europeus) proíbem os véus muçulmanos nas pessoas muçulmanas, e que os usam voluntariamente, por muito que isso custe aos Dom Sebastiões da tolerância. Já pensaram as mulheres se fossem proibidas de usar brincos por ser considerada violência um furo na carne?

Bem, mas continuemos no artigo do Público: "Ao mesmo tempo, eis o que tem acontecido: as taxas de fertilidade do mundo muçulmano têm continuado o seu ritmo imparável. Desde 1970 que têm sido responsáveis por grandes subidas da população mundial. Há hoje muito mais muçulmanos na Europa vivendo como muçulmanos, isto é, conservando os seus hábitos religioso e rejeitando o secularismo ocidental. Essas tendências da natalidade não-ocidental suscitam também conspirações de poder em torno de uma suposta arabização da Europa."

 

Ou seja, os muçulmanos escusam de estar preocupados com os braços de ferro com o mundo ocidental (cristão?), porque o mundo ocidental sucumbirá por força das suas teses e filosofias pseudo-tolerantes. Enquanto a Europa está distraída a ser moderna: criar opções sexuais; perverter a realidade natural; promover a guerra dos sexos (diferentes); defender a liberdade do homem como arma contra a natureza; com o culto do corpo e do mito da eterna juventude. Enquanto a Europa se regozija com o seu narcisismo psicótico, enquanto se faz dos SPAs os ideias de felicidade, os muçulmanos amam-se e procriam. Eu acrescentaria aqui os chineses. Enquanto o diabo esfrega um olho, a Europa será povoada por outros povos, e será o crucifixo o símbolo minoritário proibido.

 

Diz o Pedro. 2200 0u 2300, falarão aqueles que viverem nessa altura daquilo que nós fomos, tal como nós falamos da civilização maia ou dos romanos? Um dos grandes paradoxos da Europa é que nenhum outro recanto do mundo ofereceu tanta afluência e bem-estar às suas populações para que cuidassem da sua própria subsistência e renovação. A Europa é que deveria ser, e em certo sentido até se imaginou dessa forma, o verdadeiro «fim da história».

"Mas a anatomia europeia explica bem porque é que a afluência económica e o bem-estar social não chegam para manter uma cultura". E agora digo eu, aos ateus deste mundo, «são precisos os símbolos, é preciso a fé». Para além de ser preciso a procriação! E para esta haver tem que se cultivar o amor, homem/mulher. A verdadeira tolerância que é preciso defender, é a tolerância entre os sexos. Sem que cada um continue a procurar satisfazer-se a si próprio num hedonismo disfarçado de liberdade (porque a grande liberdade está em prescindirmos de nós por amor ao outro.)

 

Pedro Lomba acaba citando um historiador inglês (Toynbee): «as civilizações morrem por suicídio, não por assassinato». "E é certo na história das grandes civilizações que a seguir à decadência vem a extinção. A crise demográfica é a mãe das nossas crises". Bem dito, Pedro!

 

 

 

publicado às 13:05

Costa Nova, a fazer lembrar as "Férias do Senhor Hulot"

por Maria Teixeira Alves, em 14.06.10

Costa Nova, a fazer lembrar

publicado às 00:16

Razão a mais estraga o sentir...

por Maria Teixeira Alves, em 10.06.10

«Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente, por isso pouco sentiam. De aí a sua perfeita execução da obra de arte.» Fernando Pessoa

publicado às 11:21

Falta de fé...

por Maria Teixeira Alves, em 09.06.10

Há maus descobridores que pensam que não há terra, quando não vêm mais nada do que mar

Francis Bacon (1561-1626)

 

 

 

publicado às 12:36

O Segredo dos teus Olhos

por Maria Teixeira Alves, em 09.06.10

Pode desistir-se de tudo, mas não se consegue desistir de uma paixão.

 

publicado às 00:50

Portugal na categoria de activo tóxico

por Maria Teixeira Alves, em 06.06.10

Dizem-me que Portugal já está na categoria de activo tóxico para os investidores europeus. Os países e as empresas europeias, quando querem mostrar o seu melhor lado empunham os seus balanços limpos de investimentos em dívida pública de alguns países europeus, nomeadamente Portugal, e limpos de investimentos em obrigações de bancos portugueses.

Os nossos bancos continuam a ser "barrados" no mercado monetário e no mercado de dívida a coisa não corre melhor. Não se iludam, que os nossos bancos não estão livres da falência...

Preparem-se para as novas ondas de fusão que podem surgir nos escombros da crise de liquidez. Os portugueses vão ter de engolir o orgulho e a vaidade com esta crise, lá isso vão.

publicado às 02:21

Hungria, mais um da UE na bancarrota

por Maria Teixeira Alves, em 04.06.10

Hungria à beira do default, mais uma acha para a crise da liquidez que afecta muito os bancos portugueses.

O Governo húngaro alertou que o país está numa "situação económica muito grave", tendo acusado o anterior Executivo de manipular dados e mentir sobre o estado do país. A declaração está a penalizar os mercados, uma vez que uma situação de "incumprimento" no pagamento da dívida pública não está afastada. Este alerta teve um efeito pronunciado nos mercados, com as bolsas europeias a acentuarem as perdas e o euro a recuar para mínimo de quatro anos, abaixo de 1,21 dólares. A moeda húngara recua 1,8% e a bolsa de Budapeste desce mais de 4%.

Consequência inevitável: a falta de confiança agrava-se. O mercado monetário continua fechado, o mercado de dívida pública vai ficar agora mais céptico. Os spreads sobem. As economias frágeis, como a portuguesa vão ser afectadas por contágio. Os bancos portugueses continuam com a corda na garganta sem fim à vista.

 

 

 

 

publicado às 22:31


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