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Batalha de Aljubarrota

por Maria Teixeira Alves, em 27.05.10

Eu acho que no fim de todas as batalhas a PT vai acabar por vender a Vivo à Telefónica. Não tem alternativa. Porque o máximo que pode almejar é a ficar com a Telefónica numa situação de impasse. Mesmo que consiga capital para cobrir a oferta da Telefónica (5,7 mil milhões), não tem grandes hipóteses de conseguir que os espanhóis vendam a sua parte na operadora móvel no Brasil. A Telefónica ganha mais em sinergias (porque tem a rede fixa no Brasil) do que a PT, pelo que a Vivo é mais valiosa para os espanhóis. Para além de a Telefónica ter um papel predominante na gestão da Vivo e de travar a distribuição de dividendos, e isso afectar mais a PT e os seus accionistas que os espanhóis. Sofrem do mal do país (endividamento).

A PT vai acabar por ter de vender a Vivo e usar o dinheiro para investir noutra operadora num mercado fora da Europa, que tenha afinidades com Portugal (Brasil? PALOPs?). Desta vez sozinha, e sem parceiros gigantes com 50%. 

Não haverá OPAs hostis à PT, a Telefónica está a fazer bluff. É um facto que a PT tem muita perícia na defesa de OPAs, e tem aliados expert em "white knight" (accionistas que ajudam à defesa) - neste caso o accionista aliado seria a Telmex - mas esta tática só funciona em estratégias de defesa. Nada podem numa estratégia de contra-ataque.

A PT precisa da Vivo, mas só se houver dividendos que lhe sejam distribuídos. Valbuena sabe bem como ferir a PT. E embora Zeinal não seja subestimável, a verdade é que a nossa PT está em desvantagem face à Telefónica, quanto mais não seja pela capacidade financeira da operadora espanhola.  

publicado às 22:24

O cúmulo do optimismo é..... Ricardo Salgado

por Maria Teixeira Alves, em 26.05.10

 

"País não está num beco sem saída, nem vai contra a parede"

 

Os bancos vão ter de financiar-se mais através da captação de depósitos e do BCE, diz Ricardo Salgado. É que as outras hipóteses estão fechadas. Ou seja: “o mercado interbancário está fechado”. As instituições deixaram de novo de emprestar dinheiro entre si na Europa, voltando a paralisar o mercado interbancário. "Este mercado nunca recuperou totalmente desde a falência do Lehman e que agora voltou a fechar. Houve uma secagem brutal de liquidez”, disse o banqueiro. Recorrer a emissões de obrigações junto dos investidores internacionais também não é alternativa. “Se o Estado está a pagar 4,3%, os bancos vão pagar ainda mais. Imaginem que ‘spreads’ seria necessário cobrar no crédito”, disse o presidente do BES. “Se formos agora buscar financiamento de médio e longo prazo, com estes ‘spreads’, não conseguimos financiar a economia”. "A solução é aumentar a componente de depósitos. Neste momento 60% do financiamento do banco vem dos depósitos e vamos ter de aumentar esta componente". Mas, avisa o emblemático banqueiro, o recurso a esta via implica “desacelerar a concessão de crédito”. É assim "natural que a concorrência se possa intensificar no mercado doméstico”.

O recurso às linhas de cedência de liquidez do BCE, que representam actualmente cerca de 3% do total de activos da banca portuguesa, deverá também intensificar-se. Portanto estamos a falar de financiamento a curto prazo, e com isto quer-se dizer 3, 6 meses, talvez até um ano. Os banquinhos portugueses estão condenados a financiar empréstimos a trinta anos com financiamento a seis meses.... Mas pasme-se, que perante este cenário de miséria, que eu diria mesmo assustador, Ricardo Salgado conclui que: "não há motivo para desesperar". E contrariando as recentes declarações do presidente do BPI, Fernando Ulrich, afirmou que “não estamos num beco sem saída, nem vamos contra a parede”.


Nem Sócrates, em pleno estado de êxtase, consegue fazer melhor!

publicado às 12:38

O que é a sabedoria?

por Maria Teixeira Alves, em 25.05.10

A grande sabedoria é saber destinguir o bem do mal.

publicado às 11:46

sábio provérbio

por Maria Teixeira Alves, em 25.05.10

Deus nos livre de justiças novas e de chaminés velhas!

publicado às 10:37

O mundo mudou em três semanas - e de que forma! Disse José Sócrates, ensaiando uma preocupação concentrada e inteligente. Oh!!!!

 Os ataques especulativos dos investidores institucionais, são agora os maus da fita. Como antes foi o subprime, para justificar o aumento desenfreado da dívida, a mesma dívida que agora encurrala Portugal numa situação de potencial crashde crédito. Sócrates e seus ministros já tiveram vários culpados. As agências de rating, os banqueiros malditos, os anteriores Governos. O Primeiro Ministro volta agora a justificar as suas políticas desastrosas com o facto de ninguém emprestar dinheiro a Portugal nem aos bancos portugueses. Mudou em três semanas? Há cerca de um mês que escrevi que Portugal ia passar por uma crise de crédito, e uma crise de liquidez estava para bater à porta dos bancos. Escrevi, que enquanto Sócrates continuava a citar Keynes, estava a ignorar que esta é uma crise de crédito e não uma crise da procura. Os bancos portugueses vão sofrer os desvarios de um governo de um homem pouco culto, pouco sábio, obstinado pela imagem e pelos conceitos bacocos de modernidade.

 

Portugal tem uma dívida pública declarada de quase 80% do PIB, mas se juntarmos a dívida dos privados ao exterior, passa para 110%. Como é que

Portugal vai resolver isto? As medidas de austeridade não vão chegar. Porque vão retrair a economia. Vão travar o consumo, ancora dos últimos crescimentos do PIB português. 

Os bancos não vão dar crédito à economia, porque não conseguem financiar-se para isso. Os bancos não podem dar crédito com margens neutras, ou mesmo negativas, porque vão à falência. Alguém acorde. A economia não vai crescer. Não havendo crédito, as empresas vão deixar de investir e até de pagar as suas dívidas, e os salários. O desemprego brutal é uma certeza. As medidas de austeridade, vão ainda provocar um aumento da pobreza e da criminalidade.

Portugal está arrumado, porque o Sócrates investiu mais no poder, na imagem e na aparência (e nas falsas questões sociais) do que na gestão do país. Sócrates investiu mais no polvo (nome dado à teia de relações entre empresários, gestores, jornais e o Governo,) do que numa política de gestão de um país já de si fraco em produtividade. 

O mundo não mudou em três semanas, mudou em 2007... ano que foi o último suspiro de um velho mundo que vivia alienado no crédito. O mundo mudou porque a alavancagem explodiu. Todos vamos ter de engolir a vaidade que nos permitiu o consumismo exacerbado.

Tristes aqueles que não têm idade para que haja vida para lá do défice.

publicado às 23:12

Bandas Intemporais XI - Black Sabbath (Changes)

por Maria Teixeira Alves, em 18.05.10

publicado às 00:57

Com amigos destes, quem precisa de inimigos?

por Maria Teixeira Alves, em 17.05.10

Traição é ter um Presidente da República, que diz, num discurso de recepção do Santo Padre, convidado por si, que "recebemos-vos em tempos de incerteza e que põem à prova a solidez das convicções e a força dos laços que unem comunidades", e depois aprova o casamento homossexual. Ainda por cima  com a hipocrisia daquele preâmbulo em que faz questão de salvaguardar que não defende pessoalmente esta lei. Ora nós não votámos nele para ele dizer o que pensa em casa, votámos nele para que ele tomasse decisões de acordo com o que diz defender. Esta posição do Cavaco, já reproduzida no caso do aborto e do divórcio, é prova de um oportunismo. Cavaco hipoteca aquilo em que acredita à voz de quem lhe pode dar votos. O que só vem demonstrar que querer agradar ao mundo é muitas vezes a semente do mal, e Cavaco Silva não fugiu à tentação da vaidade. Vendeu a consciência por votos. Mais grave é ter esperado pela vinda do Papa, para iludir os católicos para logo a seguir os trair assim que Bento XVI virou as costas.

 

 

publicado às 21:47

Séries memoráveis da minha infância II

por Maria Teixeira Alves, em 15.05.10

Os Pequenos Vagabundos, a primeira paixão

 

publicado às 01:22

Séries memoráveis da minha infância

por Maria Teixeira Alves, em 15.05.10
Wonder Woman com Lynda Carter

publicado às 01:15

Bom artigo de André Lamas Leite no jornal i

por Maria Teixeira Alves, em 14.05.10

A beleza do perene nos desafios de Bento XVI

 

O lançamento de pontes entre a Fé a Razão tem sido umas das tarefas deste Papa.

 

"Fazei coisas belas, mas, sobretudo, tornai as vossas vidas lugares de Beleza." Se tivesse de destacar uma frase do discurso de Bento XVI no encontro com as gentes da cultura, por certo inscreveria esta no breviário das cogitações diárias num mundo fechado ao transcendente e que, paradoxalmente, por ele anseia de modo infinito.

Propagandeia-se que o Bom, o Belo e o Justo assumem foros de verdades de adesão, de escolhas irracionais feitas por mulheres e homens desalinhados com o tempo. O grande contributo do Santo Padre tem sido (re)lançar pontes entre a Fé e a Razão, ou melhor, regressar ao étimo kantiano transformador da racionalidade em instância crítica também da Fé. O que esta não aceita, porque a tal, a Razão, levanta um veto inelutável, de igual jeito "as razões" não podem receber, sejam elas espirituais sejam temporais.

A multiplicidade de instâncias críticas é miríade de pensamento que, per se, urge saudar. Todavia, como Jano, se as mesmas estiverem ao serviço "das coisas penúltimas", como assinalou o romano pontífice, essas "razões" constituirão vazio. Um supremo vazio hedonista e comprometido com o temporário, que, no mero acto da sua escrita, se esvaiu já por entre dedos desossados, qual ave multicolor que, desasada, definha e morre. Não que o prazer seja um mal, um pecado. Não que a mensagem das religiões do Livro não seja, fundamentalmente, amor. Mas o prazer só o é na dialogia, em "(com)prazer". Quem se compraz engrandece-se e, ainda que movido por um "egoísmo altruísta", pode aspirar às primícias do Belo.

O medo - essa constante da noite dos tempos, conselheiro sábio que impede o abismo e abutre cobarde - é o único obstáculo a uma cultura integral ao serviço da essência da pessoa. E cultura surpreende-se em trechos de Mozart, em linhas de Camões, em filmes de Fellini, no sorriso desdentado e gasto do pastor transmontano ou nos pregões das varinas nazarenas. É de uma cultura inclusiva e liberta de pseudo-intelectuais que se nutre a alma de um povo. Tudo o mais é postiço, gongórico e ostentador.

O apelo do Papa é, por rectas contas, um convite à simplicidade, um verdadeiro "acto de contrição" de um intelectual a braços com uma Igreja ferida e dormente, imersa num ambiente que, reclamando com inteira justiça a punição de abjectos crimes, amiúde erige em bode expiatório instituições e pessoas. Limitadas, contingentes e pecadoras pessoas. Os membros do clero, da dita sociedade civil; todos nós. A política do silêncio e do encobrimento não se reconhece na instância crítica racional que Bento XVI tanto cultiva. Se o afirmamos sem tibiezas, também nos erguemos de forma decidida contra generalizações apressadas.

A Igreja pecou, peca e pecará. Constância triste, dir-se-á. Por certo. Todavia, poucas são as instituições que, nos dias que nos tocou viver, mantêm capacidade de autocrítica e, espera--se, de regeneração. Inimigos do justo são todos quantos persistem em sublinhar a traço carregado o feio e por isso injusto, mas não reconhecem o esforço de construir. Que sejam punidos conforme as leis dos estados aqueles que, pervertendo o chamamento divino, cometeram delitos hediondos e profanadores do corpo místico.

Porém, não se olvide que os "lugares de beleza" a que nos incentiva o Papa só se alcançam com o exemplo, na tensão dialéctica entre o "presente" e a "tradição". Nessa torrente que, não repetindo nunca as mesmas pontes, jamais deixa de ser água.

publicado às 01:05

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